Sobre o encolhimento eleitoral de Nélio Fortunato.
Nélio Fortunato: Não se reelegeu deputado estadual. |
Nas
eleições de 2010, Nélio Fortunato (PMDB) foi lançado candidato a
deputado estadual pelo seu irmão Ricardo Fortunato (PMDB), então
prefeito de Trindade. E a campanha foi pesada mesmo, algo inédito na
política da “Capital da fé”. Jânio Darrot (PSDB) à época
concorreu também a uma vaga na Assembleia Legislativa de Goiás e a
disputa entre os dois ganhou ares municipalistas, tornando a briga
por espaço político regional muito intensa e boa de se assistir de
camarote.
Fato
curioso foi a gente perceber a adesão dos servidores públicos
municipais, principalmente aqueles ocupantes de cargos comissionados
e os contratados temporariamente, à candidatura do irmão do
prefeito de Trindade à época. Aquele pessoal todo demonstrando uma
“irresistível vontade e disposição” de participar da campanha
política, pedindo voto para Nélio Fortunato era interessante. Claro
que muita gente reclamava da pressão para plotar carros e frequentar
as reuniões políticas do candidato, mas a votação destinada ao
Fortunato mostrou a aprovação popular então. O resultado foi
excepcional para os irmãos Fortunato com a vitória de Nélio para
uma das 41 vagas na Assembleia Legislativa de Goiás.
E
a vitória se deu, mais ou menos assim, segundo os números da
campanha eleitoral. Feita a apuração das eleições de 2010, Nélio
obteve 28.290 votos, tendo sito eleito deputado estadual para o
período de 2011-2014. Nélio até então não havia disputado
eleições, estreava, portanto, com o pé direito. Do total de votos
recebidos por Nélio, 24,87% foram dos eleitores de Trindade mesmo, o
que representou 13.372 votos. Isso quer dizer que o eleitorado da
“Capital da fé” fez opção clara por eleger candidato da terra
mesmo.
Agora
nas eleições do último domingo (5), Nélio Fortunato recebeu
magros 11.068 votos, isso em números totais. Claro que a votação
obtida dessa vez foi insuficiente para que Nélio conquistasse um
novo mandato de deputado estadual. Afinal de contas, o jovem
parlamentar cujo mandato se encerra no final deste ano, sofreu uma
desidratação eleitoral gigante, de 60,9%, em relação às eleições
de 2010. E mesmo estando no pleno exercício do mandato, com forte
atuação na cúpula peemedebista de Goiás, Nélio não conseguiu se
firmar como opção junto ao eleitorado nem ampliar o contingente de
eleitores simpatizantes ao seu nome. Afinal, estamos falando de
17.222 votos a menos obtidos pelo jovem parlamentar trindadense. É
um senhor tombo, não há como disfarçar.
Qual
terá sido a causa determinante de um acontecimento desses? Afirmar
com plena certeza não arrisco, mas é possível fazer uma ideia de
como é que o jovem deputado chegou a essa situação de encolhimento
nas urnas. Talvez o estilo de fazer política na base do
enfrentamento do tipo “nós contra o resto”, adotado não apenas
por Nélio Fortunato mas também por seu irmão Ricardo, seja um dos
motivos para tamanha sangria eleitoral. O jingle do candidato
falava... “Nélio Fortunato neles...”. Até parece que se estava
diante de uma guerra e não em meio a uma disputa política dentro de
um regime democrático, com ampla liberdade. Acho que isso desperta
mais antipatias junto ao eleitor do que simpatia no meio do público
votante.
É
sempre tempo de recomeçar, aprender as lições que a derrota
ensino, e há tempo para fazer isso. Afinal, Nélio é ainda jovem e
parece ter disposição e gosto pela atuação política. Não há
político que nunca tenha perdido eleição. Ganhar e perder é do
jogo. Não existe empate nas disputas eleitorais. Resta saber se o
agora quase ex-deputado estadual terá mesmo humildade e vontade de
repensar sua atuação política e tentar reverter essa situação
complicada. Certamente não é tarefa fácil, mas na vida e na
política em especial não existe moleza para seu ninguém.
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