A água do Córrego Arrozal está quase no fim
A
hora de se adotar o consumo racional de água pelas famílias e mais
ainda nas indústrias e lavouras de Trindade
Dia
desses o Córrego Bruacas, ali na Rodovia dos Romeiros (GO-060),
estava exalando um odor horrível, a água estava turva, situação
reveladora de que algo não vai muito bem com a consciência das
pessoas quanto ao necessário respeito ao meio ambiente. Por sua vez,
o Córrego Arrozal que garante o abastecimento de água de parte dos
121.266 habitantes de Trindade, segundo dados estimados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está a
merecer os melhores cuidados de todos os trindadenses também, por se
tratar da nossa principal fonte de água.
Pois
então, internauta que de vez em quando acessa este blog, a gente até
chega a pensar que é preciso fazer alguma coisa urgente em relação
à preservação e a devida, necessária e bem-vinda conservação
dos mananciais de Trindade, as nascentes também, sem perder de vista
a integridade dos leitos de água, um recurso natural que pode acabar
sim, senhor. Afinal, já temos visto desaparecimentos de rios,
ribeirões e córregos por este Goiás de meu Deus. Não me sai da
cabeça um vídeo de uma caminhonete passeando no leito de um rio,
que dizem ser o Araguaia. Coisa de arrepiar pela pouca água que se
vê. Sem contar as voçorocas na nascente desse que o mais goiano dos
rios.
Bem,
mas voltando ao nosso quintalzinho aqui em Trindade mesmo. As
famílias precisam consumir água com mais racionalidade, parcimônia,
sobretudo evitando lavar calçadas, regar plantas, digamos, de forma
desmedida? Claro que a resposta é sim. Agora, isso só bastaria para
garantir água em abundância o tempo todo? Penso que não. Afinal de
contas, há diversas variáveis nessa equação, o consumo da
indústria, da agricultura, por exemplo, tem peso importantíssimo
nessa conta toda. Certamente é preciso que todos nós aprendamos a
utilizar melhor a água e reutilizar também o que é possível.
Enquanto
todos estão aí às voltas com torneiras secas em suas casas, a
Prefeitura de Trindade divulgou nota afirmando que “o Córrego
Arrozal, responsável por abastecer a cidade está praticamente
seco”. Estivemos no local onde a Saneago faz a captação e
verificamos que o nível da água por lá é muito baixo, vale
lembrar. E a nota traz ainda revelações preocupantes. Na “Capital
da Fé” há randes consumidores de água no município cuja atuação
provocam “o problema das irrigações agrícolas e em especial de
um produtor de grama”. Ou seja, tem gente gastando água demais,
acima do que este período de estiagem consegue repor no leito do
Arrozal.
Abimael
Ribeiro, supervisor da Saneago em Trindade, ainda segundo a nota
divulgada pela Prefeitura, afirma que “com apoio da Delegacia de
Estado do Meio Ambiente, vamos lacrar vários negócios,
principalmente aqueles não têm permissão ou estão utilizando água
acima das suas outorgas”. Que boa notícia. Se as famílias devem
usar água sempre buscando racionalidade, economia, a mesma prática
precisa valer para empresas. Se há consumidor bancando o esperto, o
poder público tem que agir, coibindo semelhantes situações. E
aliás, considerando o tamanho do Córrego Arrozal e sua importância
para a população, outorgas precisam ser estudadas de forma muito
criteriosa, ouso afirmar.
Digamos
que chovesse bastante ainda hoje, embora a previsão mais otimista
aponte a possibilidade de chuvas mesmo lá pelo início de outubro,
certamente isso não seria o suficiente para resolver a questão. Até
mesmo porque o padrão de consumo desenfreado revelado pela nota
mencionada acima não tardaria a esvazia os mananciais. Ou seja,
precisamos de chuvas, mas necessitamos simultaneamente que haja mas
racionalidade no uso da água, sempre buscando economizar um bem
natural que é todos.
Voltando
um pouco ao que foi dito no começo desta breve notinha para
concluirmos, penso que precisamos sim fazer algo para cuidar melhor
do Córrego Arrozal e de todos os demais cursos de água no município
de Trindade. A primeira coisa que me vem à mente, é cobrar à
Prefeitura Municipal uma ação mais firme na preservação das
nascentes (replantio de árvores, por exemplo) e de todo o curso dos
córregos e ribeirões (atenção máxima quanto ao tratamento do
esgoto). Outra iniciativa, que se faça um reestudo dessas outorgas
para produtores rurais e de indústrias com permissão para captar
água. Tem que adequar essas permissões à realidade. No caso de
captação irregular ou proibida, que sejam tomadas providências
legais para coibir essa prática.
Este
é um tema da maior importância para todos, claro, não vai ser
esgoto apenas em uma notinha.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.