A República das torcidas
Porque aqui política é futebol, é paixão cega, é time, é camisa e é briga de bar — menos projeto de nação Marcelo Lopes: Política é futebol. (Foto: Reprodução) ARTIGO | Comendador Marcelo Lopes é empresário, psicanalista e escritor O tribunal está formado. As togas ajeitadas. As câmeras posicionadas. Do lado de cá, o povo se amontoa como quem assiste final de campeonato. Não se trata mais de julgamento — mas de espetáculo. Um jogo onde a razão perdeu por W.O. A política no Brasil virou estádio. E cada um de nós — arquibancada viva, bufando, xingando juiz, jurando amor eterno ao camisa 10 do nosso time. Mas o que se julga ali, entre parágrafos e parênteses jurídicos, não é só um réu. É a própria sanidade da nossa democracia. Essa democracia maquiada, com rímel escorrendo de tanto chorar no banheiro. Aqui ninguém quer justiça. Quer vingança. Aquela com gosto de sangue na boca, com camisa suada e pulmão gasto de tanto gritar. Não se vota em ideias. Vota-se em torcidas org...