Confabulando sobre o necessário cuidado com a água nossa de todo dia
Leio no jornal Diário
da Manhã de hoje que, dos 5.565 municípios brasileiros, 55% têm
problemas com a oferta de água. Ou seja, 3.060 municípios deste
país “em se plantando tudo dá” convivem com um problemão que,
mais cedo ou mais tarde, precisará ser solucionado. Ou, no mínimo,
equacionado. Duvida que a coisa é séria, amigo internauta? Então
saiba que para realizar uma melhoria nisso aí teriam que ser
investidos a bagatela de R$ 22 bilhões até 2015, conforme notícia
de capa do DM.
Falta de avisar não é,
pois especialistas em meio ambiente estão afirmando há algum tempo
que a falta de água em várias regiões do planeta tende a se
agravar. A população vem aumentando nas cidades e a captação,
tratamento e distribuição de água não consegue acompanhar tal
ritmo, inclusive porque há desperdício do líquido precioso por
parte dos consumidores, que teimam acreditando tratar-se de um
recurso natural renovável para todo o sempre.
No Brasil, admite-se a
tendência do encarecimento da captação de água que deve ser
buscada “cada vez mais longe” dos centros consumidores. A
reportagem do DM cita a opinião de João Lotufo, diretor da Agência
Nacional de Águas, que “não considera a possibilidade de faltar
água para o abastecimento humano”, pois o que há é um
“desequilíbrio” na oferta decorrente do consumo pela indústria,
no setor agrícola e no âmbito doméstico. De qualquer forma, o
assunto é sério, muito sério.
Vendo a situação do
abastecimento de água no mundo, não falta quem aponte a disputa
pela água como possível causa de guerras entre os povos. “Devido
à explosão demográfica, urbanização desordenada e mau
gerenciamento, isso faz da competição pela água o estopim de
conflitos político”, informa o texto do repórter Nilo de Almeida no lik aí: http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20130322&p=3. Pode ser um tanto exagerado, mas não se pode
ignorar a relevância do tema e a urgência em se conseguir padrões
mais racionais do uso da água pelos espécimes classificados como
“homo sapiens”.
Trazendo a conversa para mais perto da gente, é importante notar que sobre o abastecimento
de água em Trindade já ouvi de profissionais da área que o
município, sozinho, não consegue atender plenamente à população
local, hoje, na casa dos 110 mil habitantes. É necessário trazer
água de Goiânia, alimentada pela bacia do Ribeirão João Leite. E
não se percebe grande preocupação dos trindadenses em geral e das
autoridades em particular quanto à adoção de maiores cuidados com
os córregos do município, casos do Arrozal e Bruacas.
O consumo de água na
“Capital da fé” possui ainda um comportamento que, imagino,
exige da empresa responsável pelo serviço uma complexa forma de
gestão do fornecimento. Por ser um importante centro religioso
católico, que atrai milhões de romeiros no período da Romaria do
Divino Pai Eterno entre o final de junho e o primeiro domingo de
julho de todos os anos, ocorre uma forte elevação no consumo de
água na cidade. Como manter a oferta deste vital produto aos
consumidores nativos e à população visitante, eis mais um desafio
e tanto.
Na verdade, debater
este assunto deveria mobilizar a população toda, não apenas hoje,
o Dia da Água, mas ao longo de todo ano. Inclusive porque sem água
não dá pra viver. Certo ou errado?
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