A sensação de que a bandidagem segue amedrontando geral
Nos últimos dias tenho ouvido vários relatos de
mulheres conhecidas minhas, em Goiânia e Trindade, que foram vítimas de
assaltantes em plena luz do dia. Claro que as bolsas usadas pelo mulherio, nas
quais elas carregam de um tudo, atraem os desejos dos ladrões cada vez mais
ousados, digo, abusados seja na Capital ou no interior. Hoje em dia não tem
mais essa de cidadezinha livre da ação da bandidagem, vale dizer.
Uma colega estava andando pelo centro de Goiânia, ali por
volta do horário do almoço, sol a pino, quando foi abordada por um sujeito que
na cara dura mesmo anunciou o assalto, levando consigo a bolsa da vítima na
qual podia ser encontrada muita coisa, agenda em papel, lista telefônica,
lenços, cremes, itens para maquiagem, carteira com documentos, menos dinheiro.
E o pior é o susto que se leva numa ocasião dessas, convém salientar. Dar
queixa na delegacia de polícia? A maioria nem pensa nisso.
Agora mais recentemente, duas outras amigas estavam
caminhando rumo ao trabalho, em Trindade, a “Capital da fé”, quando foram
alcançadas por um sujeito de bicicleta, no início do dia, com o sol já
despontando forte no horizonte, e para quê mesmo? Ah, sim! O meliante levou as
respectivas bolsas das jovens senhoras que deixavam seus lares para trabalhar
em busca do “pão nosso de todo dia”. Consolo? Elas não estão sozinhas neste
tipo de ocorrência. A coisa é mais comum do que nos dizem as estatísticas.
Lembrei-me desses episódios vividos por pessoas
próximas a mim e os relatei aqui para comentar que realmente não estamos
seguros em lugar algum, pode ser lá na região central de Goiânia ou em qualquer
cidade do interior. Os níveis de ocorrências criminosas como roubos, assaltos à
mão armada, saidinhas de bancos, já se tornaram corriqueiras demais, banais
mesmo. E a gente, parece, não se importa muito em combater isso não.
Pode observar bem, internauta, as pessoas falam sobre
violência urbana como algo que acontece somente com o outro, pode até ser
alguém próximo, mas muito dificilmente com a gente mesmo. Vou ilustrar. Não faz
muitos dias eu estava assistindo a um telejornal da TV Cultura, ancorado pela
jornalista Maria Cristina Poli, com as participações de dois conhecidos
intelectuais do eixo Rio-São Paulo.
Pois bem, o tema da conversa era a violência, sobretudo
a praticada por menores de idade. Lá pelas tantas, um dos participantes afirmou
que vamos ter que conviver [talvez aceitar, acrescento] no Brasil com a
violência cometida por inocentes garotinhos de até 16 anos, onze meses e 29
dias, enquanto o Governo não passar a investir mais em Educação.
Quer dizer, até que o sistema educacional brasileiro
não se torne algo digno da utopia de gente bem-pensante da intelectualidade
nacional, conformemo-nos com a ação da bandidagem porque na ótica de gente
instruída daqui, a violência é muito decorrente da condição de vida do sujeito
pobre e sem estudos. E é nesse compasso que vamos vivendo e ficando com medo,
erguendo os muros das nossas casas, instalando cercas e portões elétricos, bem
como porteiros eletrônicos com câmeras. Já a bandidagem segue amedrontando
geral.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.