Trindade comemora 93 anos de emancipação política neste sábado e a impressão é a de que há muita coisa por ser feita.

Coincidência que no último dia desta semana, o sábado, é também o derradeiro dia deste mês de agosto. A propósito, agosto outrora período de maus presságios, sei lá, principalmente na política, transcorreu até que calmamente por essas bandas. E no apagar das luzes de agosto, no dia 31, os trindadenses comemoram 93 anos de emancipação política de Trindade. Quase um século de vida administrativa independente, emancipada. Mas andemos um tantinho mais rápido. Vamos logo ao que interessa: Parabéns, Trindade! Parabéns, trindadenses! Viva a “Capital da fé”!

Externado meus sinceros votos de felicitações a esta cidade e sua gente, passemos imediatamente para outro ponto que julgo importante neste momento festivo e de celebração. A data sugere, sim, que os trindadenses pensem sobre a atual situação de sua terra e, claro, reflitam um pouco sobre o futuro que se está construindo exatamente agora. Afinal de contas, o tempo passa ao ritmo frenético de 60 minutos por hora e não costuma dar tempo para seu ninguém. Isso não é segredo algum. Se desejamos viver numa cidade melhor, é preciso agir neste sentido. E agir agora.

O jornal Informativo Trindadense deste mês traz o artigo “Refletindo daqui, dali e de lá”, de Marcos Antônio de Queiroz, diretor das Faculdades e Colégio Aphonsiano. Professor, empresário, político que já exerceu importantes cargos públicos em Trindade (delegado de ensino e secretário de Administração da Prefeitura), Marcos Queiroz conhece muito bem, e como poucos, a realidade e a história da cidade. Se o internauta se interessa por Trindade, vale a pena ler o artigo mencionado, arrisco dar esse palpite.

O artigo de Marcos Queiroz ocupa uma página inteira do Informativo Trindadense, e quero me ater aqui a uma ideia que reputo fundamental para que Trindade possa dar um salto em termos de desenvolvimento. E é coisa simples, acreditem.  Transcrevo a seguir dois parágrafos inteiros da matéria. Veja aí (em azul):

Volto a insistir que todas as mudanças, todas as transformações na sociedade, na política e na Igreja devem começar dentro de cada um de nós. Lembrando a música, começa comigo, que diz mais ou menos assim: “Renova, Senhor, os corações e começa comigo. Perdoa os ignorantes e começa comigo. Perdoa os arrogantes e começa comigo”, podemos perceber que tudo depende do primeiro passo e da humildade em reconhecermos nossos erros.

Uma longa caminhada precisa ser iniciada, temos um longo caminho a percorrer, porém é no primeiro passo, dentro de nossas casas, no nosso trabalho, na nossa família, na sociedade que vivemos, que tudo deve começar.

Agora é comigo.
Como não concordar com o texto do professor Marcos Queiroz? A argumentação é simples, direta, precisa. E no geral a simplicidade é característica presente no raciocínio de pessoas inteligentes, diga-se.

Queremos que as coisas mudem para melhor, que a cidade se desenvolva social e economicamente falando, mas nos acomodamos na vã esperança de que alguém poderá surgir e realizar este milagre. Sabe quando isso irá acontecer, internauta acomodado? É nunca, nunquinha da silva!

Desejamos ruas, avenidas, praças, prédios públicos bem cuidados, mas não cuidamos da frente de nossas casas? O artigo do professor Marcos fala disso. Ele está errado? Claro que não!

Apontamos defeitos na conduta dos políticos locais, entretanto permanecemos confortavelmente cuidando de nossas vidas. Se a coisa está conforme meus interesses, que dane-se o mundo. Não é assim que muita gente pensa e age? “Farinha pouca, meu pirão primeiro”, diz um ditado.

Geralmente somos rigorosos ao avaliarmos os outros, mas compreensivos demais da conta ao olharmos para nós mesmos, para as nossas ações. E isso quando temos coragem e disposição para olhamos pra gente mesmo, bem entendido. Não é coisa simples de se fazer não.


Na verdade, o artigo do professor Marcos Queiroz nos chama à reflexão sim, porém vai mais adiante, e nos dá uma sacudida. Pelo menos naquelas pessoas que desejam ver Trindade se tornar uma cidade cada vez mais um lugar melhor de se viver. Há muita coisa para se melhorar, evidentemente, mas se a gente se movimentar a partir de agora e trabalhar com afinco, o futuro há de ser melhor.

Terminando, muitas vezes numa caminhada, a velocidade nem a tão importante, mas a direção sim. Afinal, onde mesmo queremos chegar e que cidade as gerações atuais (“olha nós aqui”) pretendem deixar para seus filhos e netos? Vale, ouso acreditar, a reflexão proposta pelo articulista.

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