Conversando comigo mesmo sobre esse trânsito maluco de hoje em dia. Dito de outra forma, acho que viajei na maionese.
Coisa irritante é estar dirigindo e pintar um sujeito
no carro de trás dando aquele sinal de luz alta-luz baixa. É a mesma coisa do
cara gritar assim “Ô, Mané! Vaza da frente que eu quero passar!”. Aneim! Isso é
de entortar o cano.
Geralmente o camarada estando num carrão daquele tipo
Hilux, SUV, se acha o dono da pista. A propósito, seria bom pra todos se esse
tipo de motorista divulgasse previamente o trajeto a ser percorrido por ele que
a gente daria um jeito de desocupar a pista pra que ele, só ele, exclusivamente
ele, pudesse transitar à vontade. É o que eu penso.
Mas realmente no trânsito o negócio é complicado, nunca
é simples. Afinal, a gente pode se considerar ou até ser uma espécie de Ayton
Senna da Silva da vida normal, mas nas ruas, avenidas, rodovias, estradas ou
trilhas, o buraco é mais embaixo. É preciso dirigir pra si mesmo e, claro, para
os outros.
O cara ao lado e, pior, em sentido contrário, pode ser
um tremendo navalha, ou pior ainda, ousado demais conta, e botar todo mundo em
dificuldade. Talvez não tenha nada a ver mais eu me lembrei agora dos versos do
Herbert Viana (O Calibre): “Eu vivo sem saber até quando estou vivo, sem saber
o calibre do perigo, eu não sei da onde vem o tiro”, no caso, um motorista
abilolado das ideias confundindo ruas com pista de autódromo.
Curioso demais a transformação que a gente sofre quando
se senta ao volante de um carro ou sobe em uma moto. A maioria de nós parece
detestar que alguém esteja à nossa frente, não é mesmo? É uma dificuldade pro
cabra mudar de faixa, mesmo que dê o sinal, aquela tal de seta ou pisca-pisca,
que poucos levam em consideração, porque a pessoa dirigindo o carro ao lado
teima em não dar passagem.
Aí! Falei! Dar passagem. Isso é importante no trânsito,
mas a gente não gosta muito de dar passagem ao outro não. Eis um traço do nosso
mau comportamento ou falta de educação, bom senso, no mínimo, que vai criando
dificuldades extras onde somente a quantidade de veículos e pedestres, juntos e
misturados, ao mesmo tempo e agora, são ingredientes suficientes para tornar o
exercício do direito e ir e vir algo complicado demais.
Mas o quê fazer se a gente não vai mais voltar a andar
a cavalo? O jeito é se adaptar à realidade, ficar atento, sempre alerta, como dizem
os escoteiros. Todo cuidado no trânsito se faz necessário nas pequenas, médias
e grandes cidades. O bicho está pegando geral, conforme mostra, dia sim e outro
também, o noticiário. Mas seria uma beleza se a gente começasse de verdade a
mudar o comportamento ao dirigir. Ah, penso que isso poderia resultar até numa
melhor qualidade de vida. Ou será que não?
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