Entrevista com Júnior Cabriny, Secretário Municipal de Finanças da Prefeitura de Trindade - Parte 2
Dos
mais de 60 milhões que o senhor afirma que deve a Prefeitura, como está
localizada esta dívida, secretário?
Só da folha de dezembro do ano passado (gestão de
Ricardo Fortunato) ficaram mais de 4 milhões de reais para a atual gestão
pagar. Na Celg e Saneago, a Prefeitura de Trindade deve cerca de 20 milhões de
reais. Estas dívidas estão agora sendo negociadas. INSS e PASEP são quase 15
milhões de reais que foram parcelados. Já na Previdência são em torno de 16
milhões de reais que sumiram. Estamos terminando uma auditoria rigorosa porque
encontramos muitas irregularidades quando entramos. Enfim, a situação é muito
crítica. Encontramos uma terra arrasada e sugada pelos Fortunato e pelos Moraes.
Isso porque, além do prejuízo causado pela dívida, ainda temos o prejuízo da
consequência: estas dívidas fazem com que o nome da Prefeitura fique sujo no
CAUC (Cadastro Único de Convênios) e, infelizmente, temos restrições a muitos
benefícios ou recursos. É como uma pessoa com nome sujo na praça: ou compra à
vista ou não compra nada. Estamos passando por esta situação difícil por causa
de irresponsabilidade de outros gestores.
O
quê é possível se fazer para incrementar a receita da Prefeitura de Trindade no
momento?
Como eu disse antes: criatividade e planejamento.
Diminuir custos e aumentar a arrecadação. Na Prefeitura de Trindade, estamos
acabando com todos os gastos supérfluos: cortando fundo e na carne e evitando
desperdício sem a necessidade de interromper projetos e ações que são
importantes para a população. Além disso, estamos estudando formas de melhorar
a arrecadação e fazendo com que esta seja racional. Existem governos que elevam
a arrecadação aumentando abusivamente os impostos. Nossa meta é completamente
diferente. Vamos aumentar a arrecadação aproveitando bem o que a população já
paga. Em alguns casos, por exemplo, é possível até mesmo diminuir impostos e,
mesmo assim, arrecadar mais. Quando há muita sonegação é porque há algo de
errado. Então é completamente plausível, em determinados casos, diminuir
tributos para diminuir a sonegação e, consequentemente, arrecadar mais.
A
primeira-dama de Trindade era Secretária Municipal de Assistência Social e
pediu exoneração a fim de dar o exemplo de economia, de corte dos custos da
máquina municipal. Onde se pode cortar mais para economizar o dinheiro da
Prefeitura da “Capital da fé”?
Por determinação do prefeito, está sendo feita uma
série de estudos por especialistas e por membros da Prefeitura para diminuir os
gastos e enxugar a máquina administrativa. Em breve será enviado um projeto
para a Câmara Municipal para que seja aprovado. Para se ter uma ideia, existem
hoje no município, na sua estrutura organizacional, 22 pastas com status de
secretaria, criadas ainda na última gestão. Somente 17 estão ocupadas porque o
prefeito percebeu a necessidade de economia. Mas agora, depois de termos um
conhecimento aprofundado da administração, percebemos inúmeras mudanças que
ainda podem ser feitas. Uma administração tem de ser enxuta, dinâmica, objetiva
e eficiente. É este o princípio da nova reforma administrativa.
Qual
o número mais próximo do ideal de Secretarias Municipais para gerir bem o
município.
Os estudos que estão sendo feitos vão apontar isso.
Seria precipitado eu adiantar números.
Nos
bastidores tem sido comentado que o prefeito resolveu esvaziar o poder da
Secretaria Municipal de Finanças. Até onde isso é verdade?
Com a proposta de reforma administrativa que iremos
enviar à Câmara, minha pasta poderá ser ajustada com um novo nome, englobando,
inclusive duas secretarias existentes, passando a se chamar “Secretaria da
Fazenda e Planejamento”. Além do termo moderno e mais amplo, ela será
responsável pelo planejamento estratégico da administração. Sinceramente, as
pessoas falam o que não conhecem. Estas ideias partiram de nós mesmos e do
amadurecimento em vistas de melhorar a estrutura de nosso sistema. Quando falam
em esvaziamento o que está acontecendo na verdade é o fortalecimento da pasta.
Não sei de onde vem tantas invenções.
Há
críticas também ao fato do Secretário de Finanças fazer viagens frequentes com
o Padre Robson naquela missão de evangelização da visita da Imagem Peregrina do
Divino Pai Eterno a vários municípios brasileiros. Como o Secretário recebe
esse tipo de comentário?
De 2009 a 2012, tive o prazer e honra de trabalhar
diretamente com o Pe. Robson, coordenando as visitas que ele fez por todo o
Brasil. Realmente é um homem cheio de fé, humildade, disciplina e coragem.
Abraça e acolhe a todos com carinho paternal. Dá atenção especial aos doentes e
simples do povo. Sua vida cotidiana é assim. Quem anda com ele vê isso o tempo
todo. Porém, desde o início deste ano, o padre preferiu parar com as viagens.
Mesmo tendo mais de 300 pedidos, ele resolveu não marcar mais viagens para
poder dedicar mais tempo para à construção do novo Santuário. Se existem
comentários ruins, só podem vir de pessoas maldosas ou com maus propósitos.
Outra coisa: mesmo não o acompanhando mais, tenho orgulho de tê-lo como amigo.
Todos sabem que ele é um empreendedor. Sempre aprendo muito com ele. E mais: o
Município tem uma dívida muito grande com este homem de Deus. Pelo seu trabalho
e visão, muitos trindadenses têm tido mais pão na mesa e nossa cidade tem sido
conhecida mundo afora. Quem não reconhecer isso, deve ter, sem dúvida, muito
mais inveja que bom senso.
Como
o Secretário de Finanças de Trindade recebe críticas de vereadores que, na
tribuna da Câmara, até já pediram ao prefeito que exonere o senhor?
Críticas são sempre bem vindas. Porém, vale sempre
colocar algumas perguntas: De qual lado estão estes vereadores? Qual é a
história destes vereadores no município? Eles são bem vistos ou mal vistos de
fato? Existem pessoas que fazem críticas, são coerentes, e com essas a gente
aprende, a gente cresce. Agora existem pessoas que não merecem o mínimo de crédito.
Escuta-se, inclusive, que muitos deles “receberam”
seus votos ilicitamente, por isso estão aí, no poder hoje. Quanto mais esses
daí que me criticam, mais orgulho eu tenho de ter. Se eu tivesse fazendo coisa
errada, eles estariam aplaudindo, mas como estou trabalhando seriamente, eles
estão criticando. São da turma do quanto pior melhor. Ninguém joga pedra em
árvore que não dá fruto. Mas enquanto eles estão perdendo tempo com acusações e
mentiras, eu estou ganhando tempo com trabalho.
Como
está o relacionamento do Secretário de Finanças da Prefeitura de Trindade com o
prefeito Jânio Darrot?
Excelente. As pessoas fantasiam demais! Não sabem
como é a relação no dia a dia e saem inventando coisas inúteis. É como aquele
velho ditado: “Mente vazia, oficina do
diabo”! Pode ter certeza que não foi por incompetência que o prefeito me
convidou para ajudá-lo. Posso assegurar que estamos em sintonia fina.
Mais
algumas coisa que o senhor deseja acrescentar, secretário...
Primeiramente quero
agradecer esta oportunidade em responder estas questões que considero muito
pertinentes, em vistas do que foi publicado recentemente num dos jornais
locais. Parabéns pela iniciativa. Faço-me valer de um ditado de autoria
desconhecida ao que me parece e que diz o seguinte: “Pessoas sábias falam sobre idéias; Pessoas
comuns falam sobre coisas; Pessoas medíocres falam sobre pessoas”. Esta frase tem muitas formas e interpretações. Vamos
trabalhar juntos, em unidade, para que nossa cidade seja um modelo para o
Brasil.
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