Panfleto informa que demora no atendimento das agências bancárias pode resultar em indenização ao cliente. Será?

Se não estou muito enganado, foi na terça-feira (10), por volta do horário do almoço, enquanto caminhava pela Avenida Goiás, no centro de Goiânia, sentido Praça Cívica-Praça do Bandeirante (não existe mais, internauta, há somente o cruzamento das Avenidas Anhanguera com a Goiás), quando ao passar pela calçada de uma Agência da Caixa Econômica Federal, uma moça me entregou o panfleto acima.

A peça de propaganda é do Grupo de Apoio ao Usuário Bancário (GAUB) que anuncia plena disposição em ajudar qualquer pessoa cujo atendimento em qualquer agência bancária ultrapasse 30 minutos. Basta que o cliente do banco pegue a senha com o horário em que chegou ao local e, ao ser atendido, exija o registro do momento do atendimento. Pronto, isso aí, segundo o panfleto, já servirá como prova para acionar a instituição financeira no judiciário.

E ainda por cima, informa o panfleto, o serviço é grátis. E o melhor de tudo é que se o atendimento demorar mais de 30 minutos o sujeito pode pleitear indenização de até R$ 5 mil! É dinheiro ou não é, Lombardi? (Salve, Silvio Santos!) Se isso der certo para o usuário dos serviços bancários (e quem não é hoje em dia?) estamos diante de uma coisa boa demais da conta, viu? É tão bacana isso que a gente até fica com a pulga atrás da orelha. Afinal, “quando a esmola é demais até o Santo desconfia”, não é assim que nos diz o ditado?

Mas acho interessante esse negócio de haver tantas leis querendo disciplinar coisas que estão fora do alcance ou simplesmente não encontram respaldo na realidade. Incrível isso. É aquela história de leis que pegam e leis que não pegam. Os caras nos Legislativo aprovam uma determinada norma, porém na vida real a coisa não vai nem a custa de reza. Isso de falar que o atendimento em dada empresa ou órgão público tem que ser assim ou assado, não vejo como dar certo simplesmente aprovando leis.

Penso que os clientes é que deveriam ser mais exigentes. O cara confia sua grana a um determinado banco cuja agência sequer oferece banheiro para uso dos clientes. E, parece, ninguém se importa. A gente já percebeu que a rede bancária faz de tudo para automatizar o atendimento, isso reduz gasto com pessoal, não há dúvida. Todavia, é muito bom ser atendido por uma pessoa de carne e osso. Então, se o cliente fica contrariado poderia reclamar e/ou procurar outra casa bancária para negociar. Mas não é isso o que vemos por aí não.


O fato é que acho esquisito isso de aprovar leis para tudo quanto é coisa, enquanto que na realidade o negócio acaba sendo muito diferente. Mas seria interessante a gente ficar sabendo se o tipo de ação propagandeado pelo GAUB provocou melhoria no atendimento aos clientes da rede bancária, no caso da redução do tempo de espera nas filas. E é isso, penso, que importa.

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