A difícil decisão de escolher quem sai e quem fica no novo secretariado municipal.
Definitivamente, não gostaria de estar diante de uma questão
complicada para se resolver como aquela que o prefeito de Trindade, Jânio
Darrot (PSDB), certamente vai encarar e não demora muito. É o seguinte, o
projeto de reforma administrativa que o prefeito encaminhou à Câmara Municipal
foi aprovado, conforme já se sabe. E para a surpresa de ninguém, evidentemente.
Isso se deu na sessão ordinária do dia 8 de outubro no Legislativo trindadense.
Se o projeto foi aprovado o prefeito deve sancioná-lo
tornando lei que passara a vigorar, estabelecendo nova estrutura administrativa
para a Prefeitura de Trindade. E a vigência desta novíssima lei deve ser a
partir do primeiro dia de novembro próximo vindouro. Consequentemente, o
prefeito Jânio terá que usar sua caneta ainda com tinta suficiente para assinar
algumas exonerações de integrantes daquele que era seu primeiro escalão.
Olhando o panorama enxergo problema da seguinte ordem.
Algumas secretarias foram extintas ou incorporadas a outras, enxugando a
máquina administrativa da “Capital da fé”. Ou seja, a quantidade de secretários
municipais (salários de R$ 10 mil) foi reduzida, consequentemente. Se
aproveitar, digamos um atual secretário em um cargo menor (Superintendente,
digamos, salário de R$ 8 mil) na hierarquia da municipalidade o auxiliar terá
que se contentar com um contracheque mais magro.
Se houve mesmo a reestruturação que deu fim às Secretarias
da Mulher e do Turismo, além de ter incorporado outras pastas, a gente já
percebe que dos atuais secretários municipais Gerúsia Paiva (Assistência Social
e do Trabalho), Flávia Firmínia (Turismo), Kely Brasil (Mulher) e Caio Flávio
(Indústria e Comércio) alguns destes nomes podem vir a perder o status atual de
integrantes do primeiro escalão da gestão municipal. Quer dizer, o prefeito
Jânio deverá fazer a opção, mais ou menos, nos moldes daquele filme “A escolha
de Sofia”.
E daí, né? Administrar é isso mesmo. Chega uma hora em que o
gestor contrata ou demite colaboradores. Em busca da melhor formação possível
de sua equipe de trabalho, quem sabe. Faz parte, diria aquele vencedor de uma
das edições do Big Brother Brasil (BBB). Mas toda ação gera uma reação em
sentido contrário, parece ser algo assim que ensina a física do ensino médio.
Isso implica dizer que ao dispensar secretários pode ser que o atual prefeito
esteja transformando aliados em potenciais adversários. Ou será que os
demitidos vão deixar os postos assim na maior felicidade? Sei não.
Tenho para mim que essa decisão de escolher quem fica e quem
sai do governo não é nada fácil em nenhum momento para prefeito algum.
Políticos querem chegar ao poder. Para tanto, disputam eleições ou apoiam
outros candidatos visando este objetivo. Quando é para deixar o poder o normal
é haver rebelião de quem sai e quase sempre a oposição recebe os insatisfeitos.
Ou será que na política trindadense esse tipo de coisa não acontece. Melhor
esperar para ver, imagino.
Comentários
É inevitável o fato de que toda ação gere uma reação, concordo plenamente com a possibilidade de que os aliados de hoje, quando demitidos ou rebaixados, se tornem adversários. E como você sabiamente colocou, a oposição está de braços abertos para recebe-los, e como se sabe, vários deles inclusive já estiveram do lado de grandes opositores do atual administrador.
Gostaria de acrescentar aqui apenas um novo comentário, que segundo consta, o pior inimigo de um homem, é uma ex-esposa insatisfeita (principalmente com a partilha dos bens), e no caso do político, como todo apoio é feito por meio de alianças (de certa forma é um matrimônio), a interrupção de um pacto político é igualmente delicado, podendo tornar um ex-aliado, um inimigo muito perigoso...
Portanto, cabe aos senhores gestores, avaliar o risco benefício, “quem eu nunca gostaria de ter como inimigo (alguém que tenha cartas na manga), esse eu mantenho sempre como amigo”. Quanto aos demais, ai sim, corre-se o risco....
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