Breves impressões sobre uma sessão ordinária da Câmara Municipal de Trindade.
Fiquei um tempão sem assistir às sessões da Câmara
Municipal de Trindade. Na terça-feira (8) resolvi dar uma espiada in loco, atendendo ao convite da
vereadora Tia Aninha (PTB). A respeito do motivo desse convite até postei uma
notinha. Veja no link >>> http://blogdosergiovieira.blogspot.com.br/2013/10/vereadora-tia-aninha-comenta-na-tribuna.html
Mas achei esquisita, digamos, a dinâmica da sessão. O
presidente da Câmara de Trindade agora é o vereador Ricardo Marques (PT). E
notei, pelo menos no período em que permaneci no plenário Hilton Monteiro da
Rocha, que o presidente não só preside os trabalhos como também atua como uma
espécie de comentarista da sessão.
Um vereador vai usar a tribuna e está lá o presidente a
conceder a palavra, mas enquanto o excelentíssimo caminha para o púlpito, eis
que o presidente tece um comentário qualquer. Durante o pronunciamento do
vereador, novamente o presidente pede um aparte e manda ver suas observações.
Achei meio exagerada aquela participação toda na sessão pelo presidente.
Mas a gente fique mesmo impressionado é como as pessoas
entram para a política, sabem que vão ter que discursar ou mesmo apenas falar,
lendo um texto ou, como se diz, falar de improviso, mas não se preparam a
contento para exercer bem a tarefa para a qual se candidataram. Antes de
continuar, porém, essa bobagem de falar de improviso não existe. Os camaradas
que têm boa oratória, na verdade, têm um modelo padrão nas respectivas cacholas
e os utiliza sempre que precisa. Ou seja, tem que ter talento e preparo. É
preciso trabalhar para conquistar essa capacidade, vale dizer. As coisas não
caem assim do céu, não senhor. Só chuva.
Muitas vezes a gente ouve algum nobre edil se
pronunciar, presta atenção, mas não consegue entender bem a mensagem, o que o
nosso representante está ali dizendo. Sei não, mas por um salário de R$ 10 mil
por mês, com a possibilidade de contratar assessores e ter acesso a vários
outros recursos, penso que o sujeito até que pode chegar despreparado ao poder
Legislativo. Não devia, evidentemente, mas isso são coisas da democracia. Que
bom! No entanto, depois de uns meses naquela rotina, o camarada bem que podia
se esforçar para ir melhorando, principalmente quanto a sua capacidade de se
comunicar.
Outra coisa cansativa no trabalho dos vereadores tem a
ver com a apresentação de requerimentos que suas excelências levam ao debate no
plenário sessão sim e outra também. Os requerimentos, depois de discutidos e
aprovados, viram comunicado, ofício, carta, despacho, sei lá, a alguma
autoridade municipal, geralmente ao prefeito e seus secretários, solicitando a
realização de um serviço nos bairros.
Lógico, isso faz parte do jogo. O vereador quer mostrar
serviço. Só que a gente sabe também que solicitar asfalto para a rua tal no
bairro X, para virar realidade depende de inúmeros fatores, passando pela existência
de prévia programação orçamentária, disponibilidade de recursos e vontade do
prefeito, obviamente. Mas a impressão que a gente tem é a de que o objetivo é
apresentar requerimento por apresentar mesmo. Não sendo atendido, o vereador
pode depois ir até àquela comunidade que teve preterida sua reinvindicação
objeto do requerimento e dizer que a culpa é do prefeito. Como disse, é uma
impressão tão-somente.
Mas, sinceramente, acompanhar uma sessão da Câmara
Municipal não é assim uma tarefa das mais prazerosas não. Nunca foi, é claro.
Com o passar do tempo, a gente vai se cansando disso também. Discurso demais,
por melhor que seja o orador acaba provocando no ouvinte um quê de enfado. Que
coisa mais estranha. E olha que eu já assisti a tantas sessões nessa minha
vida. Acho que deve ser isso então. O que já vi e ouvi me dá a sensação de que está
de bom tamanho, penso eu.
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