Com relação à Dengue, o buraco parece ser sempre mais embaixo.


Leio no jornal goianiense O Hoje [www.ohoje.com.br] que a Dengue aumentou 480% o número de casos, numa matéria impressa lá no cantinho esquerdo da página 10 da edição de sexta-feira (11). E os números são preocupantes, para não dizer horrorosos mesmo. Qualquer lugar um tantinho mais preocupado com saúde pública certamente agiria firmemente para superar um problema desse tamanho. Até porque, ninguém pode alegar desconhecimento de que a dengue mata.

Veja dois trechos da matéria que vale a pena ler e sobre a qual é muito recomendável se pensar um pouco em casa neste fim de semana. Que programão, hein? Mas é sério, é preciso ler com atenção e agir. Leia a seguir:

Goiás registrou este ano aumento de 480% de casos de dengue em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informações da coordenação de controle de dengue da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) da Secretaria de Estado da Saúde. Em 2013, foram notificados 155.537 casos da doença.

Foram confirmados, até o dia 10 deste mês, 983 casos graves (174 casos de febre hemorrágica da dengue e 809 casos de dengue com complicações), 56 mortes confirmadas por dengue e 57 mortes suspeitas, em investigação. Em 2012, no mesmo período, foram notificados 26.809 casos, sendo 52 mortes confirmadas.

E aí, caríssimos?
Bem, entendo que os números acima são alarmantes, não há como negar. Pior ainda é saber que já estamos estes prestes a chegar no período das chuvas e com isso certamente aumentarão os casos de dengue. É aquela história da água parada nos mais diferentes lugares e que funcionam como maternidade para os “filhotinhos” do mosquito “aedes aegypti”.

Há locais nas cidades em que a sujeira reina em lotes baldios, toda espécie de trecos e cacarecos jogados fora, ao ar livre, recipientes da água da chuva que vai se ajuntando e vem o mosquito e bota ali seus ovinhos e nascem as larvas, e pronto. Na sequência a mosquiteira da dengue passa a ser vista por tudo quanto é lugar, pois enquanto uns cuidam do seu espaço, mantendo as coisas limpas e secas, logo ali no vizinho talvez o descaso seja a marca registrada, com consequências danosas para todos.

Mas o que me causa estranheza demais é como o sistema de saúde pública até hoje não desenvolveu, sei lá, uma vacina contra a dengue. Afinal, já prestou atenção em como é difícil e não muito impreciso o diagnóstico de dengue? O cara chega com vários sintomas da doença nos consultórios médicos e, no geral, ouve que se trata de uma virose. Colhe material para o exame laboratorial e para saber mesmo acaba tendo que repetir o procedimento. Tudo muito esquisito.

Claro que a solução para este problema não deve ser coisa simples de se encontrar. Se o fosse, alguém já teria anunciado, com certeza. Mas a gente não percebe movimentação para acabar com isso. Já faz tempo que no fim/início de ano o noticiário fica repleto de casos de dengue no Brasil. Que é sempre bom ter asseio em casa e se cada um cuidar bem do seu quintal e da frente da casa a cidade sempre estará limpa, sabemos todos, mas com a dengue o buraco parece ser mais embaixo.

Quando a morte de uma pessoa se transforma apenas em número nas estatísticas, a vida parece perder muito de sua importância. E isso nem provoca tanta indignação nos sobreviventes nada não. No caso, estamos diante da morte confirmada por dengue de 56 pessoas, enquanto que outros 57 óbitos podem ter ocorrido por causa da doença. E em Goiás. É por isso que acho interessante pensar a respeito disso, da morte de gente, e agir para acabar com uma coisa absurda dessas. Será que estou exagerando?

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