Falando um pouquinho sobre os partidos políticos, o troca-troca partidário e a ascensão dos “líderes de si mesmos” ao comando das legendas partidárias.
Ainda aqui pensando sobre o troca-troca de partidos,
espetáculo algo monótono, previsível e até deprimente, encenado pelos políticos
cujo término ocorreu no último sábado (5), confesso que fico sem entender quase
tudo que envolve essas mudanças dos caras daqui pra lá e de lá pra cá. Tudo
acaba sendo muito estranho na minha curta visão da coisa toda.
Claro, os entendidos de política analisam isso como sendo uma
tentativa que o pretenso candidato a qualquer coisa nas eleições do próximo ano
demonstra ter por encontrar um partido capaz de lhe oferecer um espaço pelo
qual possa ter encurtado o caminho para conquistar um mandato qualquer. Pode
até ser, mas olhando com atenção fica tudo mais confuso ainda, pelo menos para
alguém feito este blogueiro que não é muito versado nessa matéria.
Já reparou também como as cúpulas de partidos decidem as coisas?
Aparece alguém numa determinada cidade, geralmente um empresário ou pessoa de
posses, que consegue passar a imagem de ser alguém empreendedor, com bem
fornida conta corrente na rede bancária e bom crédito na praça, boa conversa,
evidentemente, e o cara fácil, fácil, abiscoita a presidência de uma legenda.
Chega a ser simplório um negócio desses, mas acontece na política.
O tempo passa, o sujeito fica no partido, sem conseguir
qualquer êxito eleitoral, mas sempre há outra sigla disposta a aceitar a pessoa
em seus quadros. É esquisito demais esse mundo da política partidária brasileira
e goiana também, uái! Afinal, alguém para ser, digamos, cobiçado por outras
legendas deveria ter bons resultados, vitórias nas urnas para apresentar e aí
sim despertar o interesse da concorrência. Mas uma olhadela no panorama político
de Trindade e a gente percebe que não é assim que a banda toca não.
É que, parece, na política mais vale uma boa conversa fiada,
principalmente se o sujeito não tem o chamado “desconfiômetro” bem ajustado e
desanda a falar pelos cotovelos o que lhe der na cabeça, para o sujeito cavar
espaços no meio partidário e abrir sua própria tenda no lugar. Ajuda bastante,
claro, quando se tem uma empresa ou negócio qualquer que se pode anunciar com
todos os recursos hoje disponíveis na propaganda.
Esse tipo de coisa revela muito da fragilidade dos partidos
políticos da atualidade. Afinal, as legendas funcionam muito pouco fora das
campanhas eleitorais. E mesmo assim, as siglas que lançam candidatos majoritários
(presidente da República, governador de estado, prefeitos e senadores) é que
atuam mais visivelmente nas disputas pelos votos dos eleitores. As demais,
desempenham papéis secundários no processo. Fora do período eleitoral, vigora o
marasmo na vida partidária inclusive das grandes agremiações políticas. Pelo
menos é essa a impressão que a gente tem no dia a dia.
Na verdade, torcemos para que esse quadro um dia, tomara que
não demore demais, venha a mudar e para melhor. Em acontecendo essa mudança
positiva a atividade político-partidária poderia ser um tantinho mais imune a
ações de gente despreparada para a vida pública, aqueles tais líderes de si
mesmos, que acabam assumindo posições relevantes em partidos políticos sem, na
verdade, ter representação alguma da comunidade. Apenas chegam lá embalados por
uma incansável disposição de realizar um projeto personalíssimo na atividade
política. E desse mato não costuma sair coelho, melhor dizendo, costumeiramente
não sai boa coisa para a população em geral.
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