Chuva de granizo e ventania derrubou uma gameleira centenária em Trindade e atingiu a casa de uma família de trabalhadores.
Gameleira centenária derrubada pela ventania. |
Na tarde desta
terça-feira (19), por volta das 15h, desabou um pé-d'água sobre
Trindade, que foi daquele tipo. Como diz o outro, choveu “mármore
e granito” (ops!) na “Capital da fé”. Muita gente ficou com
medo de que o temporal pudesse derrubar casas e árvores pela cidade.
E isso, infelizmente, aconteceu sim. No mínimo, várias casas
tiveram os respectivos telhados desarrumados. Ou seja, mais uma dor
de cabeça para o trindadense superar.
Houve lugares na região
central de Trindade em que as ruas, os quintais e calçadas ficaram
brancos pelas pedras de gelo caídas do céu. É bonito de se ver,
mas que dá medo na gente, lá isso também é verdade. A natureza é
mesmo poderosa demais da conta, nessas horas a gente vê e acredita.
E a ventania que soprou pela cidade derrubou uma Gameleira que,
imagina-se, por mais de um século, esteve ali onde agora é a Av.
Francisco Paulo Ramos, Vila Pai Eterno, na altura do número 175. Digamos que a idade avançada da Gameleira e as raízes pouco profundas, facilitaram sua queda.
Muita gente hoje em dia
na “melhor idade”, ali pelos seus 60 e tantos anos, dá notícia
daquela Gameleira. Falei como o senhor Henrique Paiva, que mora em
Trindade há mais de 65 anos e ele me disse que “desde quando eu
cheguei aqui aquela Gameleira já estava lá no mesmo lugar”. Quer
dizer, uma história de vida de séculos foi levado ao chão, em
coisa de uns “dois minutos”, de acordo com o relato de quem viu a
coisa acontecer muito de perto, caso do comerciante Otávio Rodrigues
de Oliveira, 53, cuja casa foi atingida pela árvore.
Major Emerson, do Corpo
de Bombeiros de Trindade, esteve no local com seu pessoal, isolou a
área logo após este acidente da natureza e fez o prognóstico de
que serão necessários algo como quatro dias para limpar a área. O
problema para cortar Gameleira é uma resina que a madeira solta e
impregna a motosserra, dificultando bastante a realização do
serviço de corte da árvore. Antes disso, é claro, será preciso
providenciar as máquinas, evidentemente. Onival Corrêa de Azevedo,
Secretário Municipal de Habitação da Prefeitura de Trindade,
esteve no local e o Major Emerson deu início às tratativas para
obter as motosserras para cortar a gameleira.
Várias pessoas se
perguntam o motivo pelo qual não foi feita a remoção da gameleira
anteriormente. Major Emerson responde: “Cortar uma árvore desse
porte requer análise prévia de órgãos ambientais. Não é o caso
de ir chegando e cortando não”. O fato é que a Gameleira que
ocupava uma área de uns 10 metros está no chão, ao cair danificou
bastante uma casa que era residência e local de trabalho, uma Pamonharia do casal Otávio Rodrigues e Shirley.
Amanhã será dia de
muito trabalho para o Otávio e Shirley, que felizmente teve apenas a
mão esquerda arranhada, sem maiores problemas. É que para a
gameleira não dá mais, porém a vida segue para Otávio e Shirley
que vão precisar continuar na peleja para reorganizar a casa e o
comércio deles. Agora, mais do que nunca.
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