Concorrência no Vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Ao fazer a leitura da matéria “UFG divulga concorrência”, publicada na página 6 do jornal O Popular de quarta-feira (6), não me causou surpresa, quando verifiquei que os cursos tradicionais e com possibilidades de maior remuneração foram os mais concorridos (Medicina, Engenharia Civil, Direito, Psicologia e Odontologia) e os cursos menos concorridos são, sem nenhuma surpresa, as licenciaturas. Gostaria de fazer uma reflexão com relação aos números: por quê será que esses cursos são os que menos atraem o interesse dos jovens?

Na minha humilde opinião é por que, ao fazer um curso de licenciatura, é evidente que o formando irá trabalhar na Educação, em suas mais variadas funções. Infelizmente o que verificamos é que os planos de carreira dos profissionais da educação em início da carreira, em todo o Brasil (mesmo com a aprovação do Piso Nacional de Salários para os Profissionais da Educação) são pouco atrativos, e isso faz com que os melhores alunos do ensino médio, em sua grande maioria, com raras exceções, migrem para os cursos tradicionais e não para as licenciaturas.

Esse fato acaba tendo reflexos na qualidade da Educação Pública. A solução seria tornar a carreira do professor mais valorizada com o salário em início de carreira mais atrativo, pois dessa forma as licenciaturas poderiam atrair maior número de jovens que gostariam de trabalhar na educação.

A própria Secretaria de Educação do Governo de Goiás (SEDUC) reconhece que o salário do professor é importante para qualificar a Educação. Quando foram implantados no estado de Goiás os Colégios de Ensino Médio de Tempo Integral, a primeira medida que se tomou foi pagar uma gratificação para o professor trabalhar com dedicação exclusiva e, com isso, os melhores profissionais foram atraídos para aquelas unidades escolares.

Evidentemente que somente aumentando o salário dos profissionais da educação, não irá solucionar todos os problemas desta importante área, mas com certeza será um grande passo dado nessa direção.

Alaôr Dorneles de Oliveira é Diretor do Colégio Estadual Divino Pai Eterno