Conjecturas sobre a violência urbana na vida dos goianos
Que a violência em Goiânia e região
chegou a um patamar inaceitável, ninguém duvida. Bastou acompanhar
o noticiário para se notar que a situação iria mesmo chegar a uma
situação fora de qualquer padrão civilizado de tolerância. Afinal
de contas, segundo números oficiais da Secretaria de Segurança
Pública de Goiás (SSP/GO), divulgados recentemente, de janeiro a
outubro de 2013, foram registrados 496 assassinatos em Goiânia. É
ou não é um arrematado absurdo?
De acordo com as estatísticas da SSP
de Goiás, 2012 foi o ano mais violento de todos os tempos em terras
goianas, quando foram registrados 577 homicídios, convém lembrar.
Detalhe preocupante da estatística da violência dos goianos é que,
no período de janeiro a outubro de 2012, haviam sido registrados 474
assassinatos; no mesmo período de 2013, como está dito acima,
registraram 496 homicídios. Já que ainda temos uns 50 e poucos dias
até o fim deste ano, e no ritmo em que o pessoal está matando uns
aos outros por aqui, olha que poderemos assistir à repetição de
números horripilantes da mortandade humana em Goiás.
Claro que se esses crimes fossem
investigados e esclarecidos pela polícia em tempo hábil, com maior
agilidade e precisão, a sociedade toda iria aprovar. E se disso
resultasse a descoberta dos respectivos autores, seguido das
denúncias à Justiça para o julgamento, conforme estabelece a
legislação vigente, restando daí os condenados entregues ao Estado
para o cumprimento das penas um tantinho mais rigorosas, é evidente
que estaríamos falando de algo capaz de botar medo nas pessoas que
poderiam pensar mais antes de sair matando a torto e a direito por
aí.
Bem, mas infelizmente não penso que só
havendo a hipótese acima estaríamos a caminho de tempos melhores,
dias mais pacíficos. Os goianos estão ficando mais violentos a cada
dia que passa. Isso sim é preocupante. Pelo que assistimos no
noticiário na imprensa as pessoas adotaram uma prática totalmente
fora de sintonia com aquilo que se espera da vida em um ambiente
civilizado, em pleno século 21. Por qualquer “me dá cá esta
palha” o camarada mata o outro assim sem dó nem piedade.
Diversos assassinatos tem a ver com o
tráfico de drogas, com a ação de bandidos que roubam carros ou
praticam toda sorte de crimes contra a vida humana, ninguém duvida
disso. É preciso haver forte ação do Estado na repressão da
violência como um todo, também nos casos aqui referenciados,
igualmente não se discute. Agora, as pessoas, o povo como um todo,
precisa repensar seus valores. A todo momento ficamos sabendo de atos
violentos gratuitamente perpetrados onde quer que se vá.
Inclusive nas cidades do interior, onde
se pensa que a paz reina, vez por outra ocorrem atos de uma violência
atroz. E isso tem a ver, no meu modesto entendimento, com a
banalização da violência ou, sei lá, com um estilo de vida no
qual o sujeito quer a todo custo impor sua vontade. Qualquer
contrariedade é motivo para o cabra “partir pro pau”, como se
diz. E isso significa que a pessoa está disposta a qualquer coisa. A
vida humana anda cada vez mais valendo menos, eis uma impressão que
tenho comigo como algo de meter medo na pessoa.
Em resumo, penso que modificar essa
realidade horrível, na qual os goianos passaram a ocupar a 5ª
posição no Brasil, em termos de quem comete mais assassinatos, não
é tarefa apenas da polícia, dos promotores de Justiça e dos juízes
de Direito. Esse é um caso que a sociedade como um todo e toda
pessoa em especial, precisa atuar para retroceder a níveis de uma
sociedade cujo povo vive sob o império do regime democrático de
direito. A vida da pessoa humana precisa ser valorizada. Afinal,
depois que o camarada é morto adianta mesmo fazer o quê?
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