Gratidão: quem é que tem?
por Padre
Luiz Augusto
Impressiona-me
perceber que a maioria dos cristãos tem a mesma conduta dos nove
leprosos que receberam tudo de Jesus, mas voltaram-lhe as costas.
Somente um glorificou o Senhor e esse era samaritano. Diariamente,
essa conduta de ingratidão é vista entre nós, na lida paroquial,
nos vários momentos em que é requerida a participação dos que
foram agraciados pelo Pai com dons essenciais à realização e bom
desenvolvimento da Missão. Dentre esse, se destacam os músicos:
cada dia menos servos e mais profissionais (com frequência,
mercenários). Com muita dificuldade, é possível encontrar músicos
que priorizam a Missão: missas, animação de encontro de formação,
retiros espirituais e muitos outros momentos que seriam mais belos e
frutuosos se contassem, pelo menos, com a presença de um músico.
Observo
o trabalho intenso de um pai de família, durante todo o mês, para
ganhar um salário mínimo, muitas vezes insuficiente, para prover as
necessidades de sua família. Por outro lado, vejo os músicos,
“cristãos”, recebendo, numa só apresentação, um cachê que
provoca arrepios de indignação. É bom lembrar que é um cachê
livre de despesas com hospedagem, transporte e alimentação. Alguns,
a exemplo dos colégios cristãos, colocam empresários à frente que
é para dificultar ou impedir qualquer contato da parte contratante
que queira pedir desconto. A maioria dos músicos exige também
tratamento vip, coisa granfina mesmo. Os que não tiveram acesso à
fama, não são diferentes, muito pelo contrário, formam grupos para
animarem casamentos e outros eventos que exigem música gospel. A
maioria só se manifesta nessas celebrações, quando é a sua vez de
cantar ou tocar algum instrumento. No restante do tempo estão
envolvidos com o celular ou em conversas paralelas. A partir, muitas
vezes, do próprio dirigente do grupo, a unção é zero. Cantam com
a boca, mas não com o coração.
Incomodado
com essa situação resolvi fazer um teste. Pedi que alguém entrasse
em contato com três Ministérios de Música, solicitando a
participação deles numa Missa comunitária. Todos disseram não,
pois, tinham outros compromissos. Da mesma forma solicitei que outras
pessoas convidassem dois desses grupos para animarem um casamento e
um terceiro para fazer show numa cidade a 380 Km de Goiânia. Todos
disseram que não tinham compromisso e estavam prontos para assinar o
contrato.
Essa
tem sido a prática de músicos e de tantos outros que proclamam
estar a serviço do Reino de Deus, da evangelização.
O
que você pensa disso?
Luiz
Augusto, padre na Paróquia Santa Teresinha
do
Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia.
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