Bom motivo para lembrar sempre do golpe militar: Preservar a democracia e as liberdades individuais.
Hoje
os brasileiros com idade ao redor de 50 anos estão se lembrando do
golpe militar de 1964 que igualmente completa meio século. Não me
lembro disso não, pois ainda criança, mas me recordo de um tempo em
que as pessoas não ficavam dizendo tudo o que pensavam a respeito de
fulano ou beltrano, assim de cara limpa, de peito aberto, sobretudo
em se tratando de opiniões e convicções sobre política. Tempos
difíceis aqueles, certamente.
Liberdade
individual (de opinião, sobretudo) constituía verdadeiro artigo de
luxo para os brasileiros de então, bem ao contrário dos dias atuais
em que sujeito fala o que lhe vem na cabeça, principalmente nas
chamadas redes sociais da internet. Além disso, votar para prefeito
de capitais e até outras cidades, governador de Estado e o
presidente da república, nem pensar. Credo! Acho que viver naquele
período não foi fácil para ninguém, principalmente aquelas
pessoas que habitavam o “andar de baixo” (Salve, Elio Gaspari!)
da sociedade brasileira. E o que dizer da tal da censura à música,
ao teatro, à televisão, enfim ao trabalho artístico?
Teve
gente que perdeu a vida lutando pelo fim da ditadura militar no
Brasil. Pode-se questionar isso e aquilo, se os reais objetivos dos
caras eram mesmo implantar uma democracia ou, sei lá, uma outra
ditadura só que mais à esquerda, porém o fato é que no meio disso
tudo brasileiros e brasileiras tiveram suas vidas atingidas de forma
indelével. A coisa não foi brincadeira não. E penso que a
experiência vivida por gerações de brasileiros sob a ditadura deve
ser contada a essa turminha mais jovem, nascida sob a liberdade plena
dos dias de hoje.
Se
não fosse por outra razão, inclusive aquela relacionada à
participação na vida política tão desvalorizada na atualidade,
entendo valer a pena se debruçar sobre o período iniciado em 31 de
março de 1964 para que a gente dê mais valor à liberdade que temos
de expressar o que pensamos livremente. Claro ainda se percebe
tentativas aqui e acolá de cercear este direito constitucional,
mesmo assim avançamos bastante. E além do mais, o preço da
liberdade é eterna vigilância do estado democrático de direito.
Atualmente
eleições virou coisa normal, corriqueira, para a população que de 2 em
2 anos é chamada às urnas para votar escolhendo vereadores,
prefeitos, governadores de estado, deputados estaduais e federais,
senadores e o presidente da República. Ah, mas os políticos deixam
a desejar e o país ainda permanece com problemas econômicos e
sociais crônicos ou mal resolvidos, tem sempre alguém para afirma
isso. E, pior, quem assim o diz está coberto de razão. No
entanto, o bom da democracia é justamente essa possibilidade de se
trocar os governantes sem provocar rupturas institucionais. E acho
que isso é o que há de bacana nos dias de hoje. Se nós não
trocamos os caras quando temos a oportunidade, nas eleições, aí o
problema é todo nosso e não da democracia. E tenho dito!
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