Falando um pouquinho sobre chuvas e alagamentos: Falta cuidado do poder público e da população com a própria cidade.
Mais uma tarde, início de noite,
bastante chuvosa em Goiânia e região, nesta terça-feira (18). E
tudo se repete nestas ocasiões: queda de energia elétrica,
semáforos apagados, ruas alagadas, árvores no chão, trânsito algo
caótico em diversos pontos da capital goiana. É incrível mas isso
ocorre com frequência previsível e irritante, convém dizer.
Faz tempo que li artigos do jornalista
Washington Novaes, descrevendo o caminho percorrido por metrópoles
feito São Paulo até chegar ao atual estágio de chuvas e enchentes,
conforme assistimos ocorrer há décadas. O pessoal por lá achou de
desmatar o máximo que dava, impermeabilizou bastante o solo com
concreto e asfalto, tratou de canalizar a maior parte dos rios e
córregos existentes e o resultado é o que vemos sempre que chove no
noticiário: alagamentos a perder de vista.
Ao concretar quintais das casas,
calçadas, enfim onde for possível e asfaltar o máximo de ruas e
avenidas, deixando o mínimo de plantas e árvores, uma nesga de
terra enfim, o solo fica impermeabilizado sim, mas ocorre outra
coisa: a água da chuva, a enxurrada, passa a escorrer numa
velocidade bem maior também. E nestes casos o aguaceiro vai descendo
e arrastando tudo que há pela frente até chegar em determinado
local e se transformar num lago de água barrenta. Resolver um
problemão desses não é fácil de jeito nenhum.
É curioso como as coisas foram se
encaminhando em Goiânia em idêntica direção àquela mostrada nos
artigos publicados por Novaes. Os goianos fizeram muito bem o dever
de casa, se a gente pensar que o objetivo era copiar este defeito da
capital paulista. Hoje em dia há pontos em Goiânia em que basta uma
chuva um tantinho mais forte para provocar o caos decorrente de
alagamentos em diversas ruas e avenidas da capital goiana. Por
exemplo, nas Avenida Anhanguera e Assis Chateaubriand, em trechos no
Setor Oeste; na Lagoinha, ali na Cidade Jardim; na Avenida Perimetral
Norte; na Avenida Castelo Branco, nos Setores São Francisco e
Rodoviário. Enfim, em diversos locais.
Pior de tudo é que entra ano e sai
ano, todo mundo sabe que no período das chuvas este tipo de problema
poderá ocorrer e não se percebe que medidas preventivas foram
tomadas. Bocas de lobo sempre entupidas de toda sorte de entulho
estupidamente jogado pelas próprias pessoas, na maioria das vezes,
até sofás e pneus a gente vê no leito de córregos. É terrível
como a negligência nessas coisinhas básicas de respeito ao meio
ambiente se faz sentir onde quer que estejamos em nossas cidades.
É precisa que as pessoas de um modo
geral se despertem para a necessidade de cuidar também das cidades
onde moram. Há que se cobrar a parte que cabe às prefeituras?
Evidentemente que sim. O poder público tem que agir de modo
preventivo deste tipo de ocorrência que nem dá para dizer
inesperado não. Afinal de contas, é amplamente conhecido pela
população os lugares onde sempre ocorrem alagamento nas ruas e
avenidas dos locais onde se vive. É questão de cuidado mesmo, de
zelo com o aquilo que é de todos.
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