Para as eleições ao Governo de Goiás só se fala em nomes e nada se diz sobre ideias, projetos. É isso ou estou enganado?
Quem acompanha um pouco a
política já deve ter percebido que a coisa toda gira em torno de nomes de
interessados em conquistar mandatos, seja no Parlamento, seja no poder
Executivo. No entanto, a gente presta um pouquinho mais de atenção na coisa
toda e não consegue entender bem o que pretende fazer o fulano ou sicrano caso
chegue ao poder. Ideias, projetos, senhoras e senhores. Cadê?
Tomemos como exemplo a
política goiana, às voltas com a definição de candidatos a governador do
Estado. O atual chefe do Executivo de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), deverá
disputar a reeleição e a gente até imagina que, se reeleito, vai dar
continuidade ao seu estilo de administrar. Para mais ou para menos, já é conhecido
o jeito de tocar a chamada coisa pública de Perillo que pode vir a governar
Goiás pela quarta vez, caso vença a peleja em outubro deste ano.
Pelo lado da oposição
encontramos de um tudo, menos coesão em torno de um projeto ou de um líder.
Vemos a movimentação de Vanderlan Cardoso (PSB) que não transmite, sei lá,
segurança ou entusiasmo ao eleitor. E mais, a gente não percebe por ali grande
capacidade de estabelecer uma aliança partidária de peso suficiente para ser o
principal concorrente do atual governador.
Nas bandas do PMDB então o
negócio complicou de vez. O empresário Júnior Friboi entrou na legenda onde
ainda a liderança de verdade está com Iris Rezende. A favor do Júnior estão os
milhões reais disponíveis para gastar na disputa das eleições, se ele vier a
ser o candidato peemedebista. A propósito, Júnior já teria contratado o
marqueteiro Duda Mendonça ao preço de R$ 30 milhões, conforme noticiou a
imprensa recentemente, para ser o mago, senhor absoluto da marquetagem na
campanha eleitoral deste ano. Todo mundo sabe que não se ganha eleição nenhuma
sem dinheiro na conversa...
A pedra no meio do caminho
de Júnior Friboi rumo ao Palácio das Esmeraldas, atende pelo nome de Iris
Rezende. Iris detém o controle do partido em Goiás, exerce liderança inquestionável
e parece muito pouco disposto a ceder espaço para quem quer que seja. Afinal,
seu grupo já deu sinais de que o velho Iris de guerra acalenta o sonho de
tentar mais uma vez ir às urnas contra seu pior adversário até hoje, Marconi
Perillo. Não fosse isso, Iris já teria vindo a público e posado para
fotografias em apoio a Júnior. Se isso não aconteceu até agora pode ter muitos
motivos, menos ânimo de Iris e seus seguidores para entregar de bandeja vaga de
candidato a governador para um novato nas fileiras peemedebistas.
Na seara petista goiana a
coisa ficou também, digamos, muito indefinida. Apesar da movimentação de
Antonio Gomide, prefeito de Anápolis, que colocou seu nome à disposição do
partido para concorrer às eleições para o Governo de Goiás, o fato é que parte
significativa do PT torce para que o peemedebista Iris Rezende seja candidato
e, claro, repetindo a aliança vitoriosa na disputa pela Prefeitura de Goiânia,
tendo um petista na vice. A coisa toda está nebulosa ainda, há muita água para
passar por debaixo da ponte.
Mas o que será que
pretende fazer no exercício do mandato qualquer um desses senhores, caso
consiga a façanha de bater, nas urnas, Marconi Perillo? Os caras na oposição só
criticam tudo, mas não sinalizam algo semelhante a um projeto para ser
implantado logo a partir do primeiro dia de janeiro de 2015. Falar é fácil,
apontar erros todo mundo é capaz de fazer isso, ser engenheiro de obra pronta
não é nada difícil, mas analisar a conjuntura econômica e social do País e do
Estado, e com base nisso construir uma proposta coerente de governo aí já são
outros quinhentos.
Seria muito interessante
se a gente estivesse ouvindo daqueles que pretendem disputar o comando do
Governo de Goiás o que fariam para resolver de vez o problema chamado CELG
(Companhia Energética de Goiás). Como melhorar a qualidade do serviço de
Segurança Público, tornando a vida dos goianos menos perigosa do que estamos
vendo nos últimos tempos. O que fazer para que o Estado consiga oferecer um
melhor serviço na área da Saúde Pública? E o transporte coletivo urbano de
passageiros, o que o Governo estadual pode fazer para ajudar a melhorar a
péssima qualidade deste serviço essencial?
Puxa vida, podia ficar
aqui escrevendo mais um monte de dúvidas a respeito do quem pensam aqueles que
querem vir a ser candidatos ao Governo de Goiás, mas é melhor parar. Na
verdade, o que parecer ser mesmo importante é o projeto pessoal ou, no máximo,
do grupo próximo a este ou aquele no momento pré-candidato. E isso empobrece
demais o debate político. Dá até desânimo ler o noticiário atual.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.