Sobre turismo religioso em Trindade e a economia da “Capital da fé”.
Estava
saracoteando agora à tarde pelas ruas e avenidas centrais de
Trindade e reparando bem como a cidade está cheia de gente de fora.
São os turistas, fiéis católicos em sua maioria, que têm vindo
aqui rezar ao Divino Pai Eterno. Antigamente isso acontecia
basicamente no período da Romaria, no final de junho, início de
julho. Agora a movimentação acontece semanalmente. Hotéis e
Pousadas da “Capital da fé” têm ficado sempre com a lotação
máxima. Isso é muito bom, né não?
Por
volta de três horas da tarde, vi alguns restaurantes e bares ali nas
imediações da Basílica do Divino Pai Eterno, cheios de gente
fazendo refeições. Reza-se melhor com a barriga cheia, imaginei. E
os donos desses estabelecimentos devem estar felizes e agradecidos a
Deus porque os respectivos negócios estão indo bem. Ou não? Afinal
de contas não é toda hora que a gente tem clientes lotando “o
lôxinha” e fazendo compras, penso eu. É bom dar graças sempre.
Esse
tal de turismo religioso está fazendo um bem danado à economia de
Trindade. Não fosse isso a coisa estaria mais difícil para todos. E
neste contexto a importância da atuação da Igreja católica como
um todo e em especial o trabalho de evangelização realizado pelo
Padre Robson de Oliveira Pereira, reitor do Santuário Basílica na
televisão, internet, e nas peregrinações da Imagem da Santíssima
Trindade coroando Nossa Senhora, por esse Brasil de meu Deus, é
inegável. Os benefícios são evidentes.
Claro
que, na minha modestíssima opinião, o mais importante nisso tudo é,
sim, a demonstração de fé e devoção a Deus, aqui chamado de
Divino Pai Eterno, pelos milhares e milhares de fiéis que têm vindo
a Trindade hoje e sempre. Mas estamos no mundo real em que a
estrutura existente para este culto acontecer de fato tem um custo em
dinheiro mesmo. E isso tudo acaba se refletindo nas vidas das pessoas
que se propõem a trabalhar nesse segmento econômico. Quer dizer, é
possível se verificar benefícios espirituais e materiais também.
Sem
querer ser muito chato e repetitivo, previsível até, continuo
pensando que o poder público local ainda precisa dar sua parcela,
digamos, neste ciclo virtuoso da economia trindadense no qual o
turismo religioso é o principal personagem. As ruas e avenidas
centrais da cidade continuam feias demais, mal cuidadas idem. A atual
administração melhorou demais em relação à gestão imediatamente
anterior, mas é preciso ter outro referencial mais inspirador,
melhor qualificado para aí, sim, disponibilizar um acolhimento à
altura da importância dos turistas para a “velha Trindade da fé e
do amor”.
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