Festa de aniversário como evento de divulgação do político.
Assim
do nada, me ocorreu uma questão. A gente sempre vê o sujeito que
entra para a política doido para aparecer na chamada mídia. A maior
parte dos caras se guia por aquela máxima do Carlos Lacerda, “falem
mal, mas falem de mim”. Daí, todos os esforços para ter o nome
mencionado em jornais, revistas, programas de rádio, televisão e,
claro, na internet, em especial nas redes sociais, com destaque para
o Twitter e o Facebook.
Para
o cidadão que está no poder, ocupando alguma função pública,
acaba sendo mais fácil dar o ar da graça nas comunidades de
discussão nas redes sociais, na mídia, de um modo geral. Agora o
complicado mesmo é o cara que está fazendo a primeira incursão
nesse mundo diferente da vida em sociedade que é a política. Aí a
coisa não é brinquedo não. Para se ter algum sucesso na divulgação
do próprio nome é preciso ser criativo, vale dizer. Daí que a
pessoa começa a anunciar sua participação em qualquer evento. Até
uma ida à feira livre de domingo está valendo.
Mas
das várias possibilidades de se tentar aparecer junto ao distinto
público votante nas eleições, tem uma ação que sempre me deixa
intrigado quando a sua eficiência. Estou me referindo às festas de
aniversário mesmo. Se o cara quer ser candidato e tem uns trocados a
mais no bolso e, lógico, na conta bancária, basta chegar o seu
aniversário que, pimba!, é realizada uma festa de arromba, portas
abertas para “Raimundo e todo mundo”. Tem gente até que pede
para os “convidados” levarem alimentos não perecíveis que,
indefectivelmente, serão doados para alguma instituição de
caridade.
Neste
caso aí a coisa acaba sendo engenhosa mesmo e se reveste de uma
sensibilidade humanística que seria comovente, se o objetivo do
autor da façanha não estive assim tão claro para as criaturas que
pensam razoavelmente bem e conseguem fazer a relação de “lé com
lé e cré com cré”. Afinal, festeja-se o natalício da
personalidade pública, arrecada-se alimentos que serão doados a
quem mais precisa e não tem meios para adquiri-los. Só que a
intenção aí é aparecer divulgando a festa e depois reaparecer
fazendo a entrega da doação, preferencialmente em vários lugares
diferentes.
Tudo
bem, mas retomando a minha dúvida, é o seguinte. Candidato ficar
fazendo festa de aniversário de si próprio tem efetividade como
atração de simpatias do eleitorado? Esse tipo de evento é positivo
para o autor? Tenho cá comigo que não. Iris Rezende ficou muitos
anos comemorando seu aniversário na fazenda que possui no município
de Guapó. Os festejos atraíam bem umas 30 mil pessoas. Pensava-se
inclusive que esta realização já havia se tornado evento oficial
do calendário de fim de ano dos goianos.
O
fato é que Iris entrou em baixa ao perder algumas eleições, deve
ter feito lá seus cálculos político-eleitorais e decidiu parar com
aquele tipo de evento dispendioso demais da conta, em todos os
sentidos. Mas mesmo assim, ainda há muita gente atuando na política
que gosta de fazer festa para si mesmo. Fico sinceramente curioso
para saber de verdade se essas festas dão resultado positivo, ou
seja, votos para os políticos. Claro, é só a gente prestar mais
atenção neste ano. Observar quem fez ou fará festa de aniversário
e comparar com a respectiva votação nas eleições de outubro
próximo vindouro. É isso aí! Vamos acompanhar esse negócio mais
de perto então.
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