Vanderlan demonstrou que tem trânsito fácil em Trindade, mas sua candidatura ainda tem grandes obstáculos pela frente.

Marcos Lago (PR), Vanderlan Cardoso (PSB) e
Valdivino Chaves (PSD):Será apenas boa vizinha política?

A foto acima está no Facebook, no perfil do ex-vereador, ex-secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Trindade e atual secretário extraordinário, Marcos Lago (PR), que esteve na casa do ex-prefeito Valdivino Chaves (PSD), durante a visita do presidente do PSB de Goiás e pré-candidato a governador, Vanderlan Cardoso, no final da manhã desta quarta-feira (23).

Todo mundo sabe que o PSD de Valdivino Chaves está na base de sustentação política do governador Marconi Perillo (PSDB) e também apoia a gestão do prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB). Ou seja, caso essa visita de cortesia e boa vizinha política prospere, o que é difícil toda vida, principalmente lá pelas bandas do PSD, a candidatura do ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan, ganharia boa musculatura, mas as coisas não são fáceis não.

Afinal de contas, uma contrariedade qualquer na base aliada governista em Trindade certamente não terá força para promover o afastamento do PSD da zona de influência do governador Marconi. Talvez, no máximo, possa até valorizar o passe do partido na “Capital da fé”, numa questão mais paroquial (a definição de apoio a candidatos a deputado estadual e federal), digamos, porém é inegável a limitação do alcance de uma possível rebelião dos peessedistas trindadenses na base aliada do governador e uma decisão por apoiar a candidatura de Vanderlan.

E não tem vida fácil mesmo em política. Por exemplo, a candidatura de Vanderlan recebeu um, como dizer?, chega pra lá da deputada federal Flávia Morais (PDT) que, segundo a Coluna Giro (O Popular, pág. 2, de 24.4.2014), do repórter Jarbas Rodrigues Jr., afirmou: “Não há como antecipar nada diante do cenário confuso e totalmente aberto, principalmente na oposição, onde todos os candidatos ao governo podem compor, inclusive Vanderlan. A tendência é o PDT apoiar um nome da oposição, até por conta da aliança nacional com a presidente Dilma, mas isto não é impeditivo para apoiar a reeleição do governador Marconi. Vamos decidir em junho”.

Não custa lembrar que o PDT goiano presidido por George Morais, ex-prefeito de Trindade e marido da deputada Flávia, era tido assim como “Nhambu na capanga”, em se tratando de partidos aliados da candidatura de Vanderlan ao posto de “inquilino da Casa Verde (Salve, Hélio Rocha!), nas eleições de outubro deste ano. O palavreado de Flávia demonstra muito bem o contrário disso. E mais ainda, a declaração da parlamentar goiana deixa claro que os pedetistas podem inclusive ingressar na coligação que deverá apoiar mais uma candidatura de Marconi. Política é mesmo um trem custoso demais da conta.

Por enquanto na “Capital da fé” Vanderlan está contando mesmo com os apoios dos ex-vereadores e neo-pessebistas Valdivino Barbosa, Marcelo Curicas e Valdenir Vieira, este presidente do PSB em Trindade. Agora, também é importante notar que este pessoal aí faz parte do grupo que caminhou com a deputada Flávia, na disputa pela Prefeitura de Trindade, nas eleições de 2012. Barbosa, vale lembrar, foi candidato a vice na chapa encabeçada pela deputada.

Que a candidatura de Vanderlan não está assim voando em Céu de Brigadeiro, todo mundo sabe. Como sabe também que as perspectivas de todos os concorrentes igualmente não estão uma maravilha. No PMDB ninguém garante que o candidato será Júnior Friboi ou Iris Rezende, por exemplo. Apesar dizer que não arreda mais o pé da candidatura a governador, Antonio Gomide (PT), que renunciou ao mandato de prefeito de Anápolis, ainda convive com a possibilidade de ser assediado para vir a compor chapa na vice de uma possível candidatura de Iris ou ao Senado Federal. Marconi, por seu turno, é candidatíssimo sem jamais admitir tal possibilidade, até o momento. Quer dizer, o jogo ainda está muito aberto e a visita de Vanderlan a Trindade é apenas um movimento neste intrincado e complexo jogo que é a disputa política.