Um dia muito especial. Um nome a ser reconhecido... Mãe.


Maria, Sebastiana, Ana, Lúcia, Ilda, Ilza, Izolina...(Lembrei-me especialmente da minha família, é claro). São mulheres e mães que anonimamente fazem a história. Seus nomes pouco conhecidos podem não revelar a força que carregam. Força tecida na luta que elas se impõe a cada dia. São Joanas, Marianas, Isauras, Márcias... Mulheres negras, índias, mestiças, brancas, adolescentes ou já envelhecidas, geradoras e continuadoras da vida. Uma multidão de rostos e corpos femininos. Anônimas sim, mas imprescindíveis ao curso da história.

Mulheres-mães que cantam, dançam, mostrando que se a dor existe, há também a alegria, companheira quando não se perde a utopia nem a fé. Fazem do amor a sua marca, opção renovada dia a dia. Estão “nem aí” para a sociedade que não as considera, mas querem ter seu nome reconhecido na história que ajudam a tecer. Querem da vida não só o trabalho, mas tudo de bom que lhes pode oferecer.

Nós aqui neste blog homenageamos a você, mãe, que é bamba, sim. Sua autoridade vem da missão que abraçou não só ao gerar, mas ao sustentar o que lhe foi confiado. Para ser bamba tem que ser forte, renovar-se a cada dia: enxugar o choro, passar batom, vestir a roupa mais bonita, cantar, dançar e lutar, porque os desafios são eternos.

Companheira de luta de todas as outras, tem garra para provocar mudanças. Carrega a vida de todas as mulheres que buscam, com simplicidade, tornar o mundo melhor. E a você, minha mãe querida e todas as mães e mães de todos nós. Por todos os dias que eu, ainda feto, crescia no seu ventre. Agradeço-lhe pelas lágrimas que foram enxugadas, e também pelas derramadas. Pelas fraldas trocadas, mamadeiras aquecidas, e pelas noites que foram perdidas. Agradeço pelas lições que não se aprendem na escola, e sim nas barras de suas saias. Pelos olhares de reprovação, pelas horas ruins, ou não.

Obrigado por manufaturar nosso coração, nossa vida, nossa alma. Não sabemos ao certo de que é feito o seu corpo: Ora coração de manteiga, ora de ferro. Doce, amarga, azeda e novamente doce. Difícil de entender os seus sabores, mas tão fácil de receber os seus amores.

“Obrigado”; “Thanks a lot”; ‘’Gracias’’; ‘’Grazie’’; ‘’Merci’’... Em todas as línguas conhecidas e desconhecidas a você, queremos agradecer....



Valdivino Barbosa Vieira é gráfico e ex-vereador de Trindade.


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