Uma noite de romeiro nas barracas de comida de Trindade
Na
quarta-feira (2) vivi uma noite de romeiro em Trindade. Resolvi sair
pra jantar numa das incontáveis barraquinhas de comida e bebida que
estão de portas abertas agora nas ruas da “Capital da fé”,
neste período da Romaria do Divino Pai Eterno, de 27 de junho a 6 de
julho. E tem muitas coisas, opções, à disposição do cabra que
veio rezar, louvar e agradecer a Deus, mas tem que saciar a fome,
materialmente falando ou fisiologicamente dizendo. E o movimento se
concentra mais ali na Avenida Manoel Monteiro mesmo, como todo mundo
sabe.
Mas
a minha experiência noturna ficou, digamos, meio salgada para os
padrões desse tipo de passeio. Veja bem, a conta ficou em 91 reais.
Detalho a coisa toda pra você entender, caro internauta “mão de
vaca” feito euzinho aqui. Seguinte. Um prato com porção de carne
bovina (quem me atendeu garantiu que era alcatra) preparada na chapa,
acompanhada de mais alguns pedaços de mandioca, tomada e alface. Só
nisso aqui lá se foram 43 reais. Uma vasilha pequena de plástico
com arroz, 12 reais. Outra vasilha do mesmo tipo e tamanho com feijão
tropeiro, 12 reais. Uma garrafa de refrigerante de, 600 ml, um copo
de suco de caju, mais uma certa taxa lá para o garçom e, pronto,
chegamos ao total da despesa.
Lógico
que achei caro, não vou negar. Mas como tem lugar aqui na cidade que
está vendendo frango assado por 40 reais, até que não fui tão
penalizado não. Agora, o atendimento também é outro ponto
irritante. Normalmente, há lojas em Trindade nas quais é bem
possível você entrar e sair e ninguém lhe perguntar por que cargas
d'água você foi cismar de ir até lá. Neste período de Romaria é
que a coisa fica exagerada demais da conta. Exemplifico. Entrei num
bar e restaurante, não necessariamente nessa ordem, e o garçom com
cara de poucos amigos sequer me ofereceu direito o produto ali
comercializado. Foi dizendo assim: - Aqui a gente só trabalha com
frango. 23 reais cada.
Não
teve “boa noite”, “seja bem-vindo”, nada disso não. Claro,
que nem mesmo para limpar a mesa que estava ainda com copos, garrafas
e restos de comida de outros clientes, o cara se dignou. Depois de me
dizer que ali eles só trabalham com frango, apontou para a parede
onde estavam afixados cartazes informando preços de porções de
arroz, feijão tropeiro e salada, tudo ao preço individual de 10
reais. Com tanta barraca por aqui e os caras doidos para vender, eu
lá vou ficar num lugar em que a gente chega e se sente meio que
incomodando o pessoal? Nem pensar, uái. Bendita concorrência.
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