Sobre prosperidade e gente bem intencionada na política.
Sempre
nas temporadas de caça ao voto do eleitorado, de dois em dois anos,
fico com a impressão de que há prosperidade sim nessa “terra em
que se plantando tudo dá”. Pelo menos naquele estrato social onde
flutuam candidatos e potenciais concorrentes a cargos eletivos. De
uma hora para outra surgem no cenário pessoas se candidatando e
botando campanhas vistosas nas ruas. Outdoors, banners, carros e mais
carros plotados circulando pra lá e pra cá, foguetes pipocando no
céu das cidades, carros de som e aqueles jingles enjoativos toda
vida salientando possíveis qualidades do candidato passam a ser
vistos por todos quer queira, quer não.
Quanta
gente honesta, trabalhadora, cuja vida parece ser totalmente devotada
a “servir alguém sem olhar a quem”, assim sem quaisquer outros
interesses a não ser promover o bem geral de todos. Sei. Diante de
tanta bondade a gente até se pergunta como é que as coisas ainda
teimam em não melhorar? Por quê serviços públicos essenciais
feito a segurança pública não funcionam tão bem como deveria se
há tantas pessoas espantosamente bem intencionadas e dispostas a
“dar de si sem pensar em si”, sobretudo exercendo mandatos
eletivos? Que contradição, hein?
E
neste período eleitoral damos de cara hora sim e outra também com
pessoas emitindo sinais exteriores de prosperidade muito fortes
porque todo mundo sabe claramente que “não há jantar grátis”,
como também inexiste a possibilidade de não se gastar dinheiro em
campanha de disputa ao voto. Eis aí, meus chegados e minhas
chegadas, uma brincadeira bastante dispendiosa mesmo. Sem dinheiro no
bolso, na bolsa, na carteira, ou é claro, na conta corrente, melhor
nem pensar em candidatura seja lá a que cargo político for. Afinal,
disputar voto não custa barato da forma como a gente vê até
políticos, sobretudo os iniciantes, tentando nos convencer mediante
prestações de contas modestas.
Seria,
acredito, um modo interessante do político se apresentar ao distinto
público votante deixando claro quanto está gastando em sua campana
e a origem do dinheiro que está bancando a coisa toda, sem
subestimar as despesas, por exemplo, na divulgação das respectivas
contas. Este aspecto da atividade política é sempre tratado de
forma, digamos, superficial ou ignorada talvez para evitar
complicações do candidato junto à tal da opinião pública. E é
difícil a gente acreditar que os políticos aí estão se dedicando
24 horas por dia sem a preocupação comum de todos que é a de ter
dinheiro para pagar as contas todo mês e ver se ainda sobra ao menos
alguns trocados.
Mas a atual campanha agora que está dando o ar da graça nas ruas de uma forma mais visível a olho nu e vale a pena observar o comportamento do pessoal que resolveu se candidatar e está “humildemente” pedindo o voto da gente. É isso aí.
Mas a atual campanha agora que está dando o ar da graça nas ruas de uma forma mais visível a olho nu e vale a pena observar o comportamento do pessoal que resolveu se candidatar e está “humildemente” pedindo o voto da gente. É isso aí.
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