Tentando entender o que buscam algumas candidaturas a governador nas eleições em Goiás.
E eu aqui pensando sobre a atual campanha
eleitoral que está em curso. Na disputa pelo cargo de governador de Goiás,
entre os candidatos, digamos, realmente na peleja, não consegui ainda entender
bem foi a motivação de Antônio Gomide (PT) em renunciar a mais de 2 anos de
mandato de prefeito de Anápolis, candidatando-se em chapa puro sangue que
dificilmente logrará êxito nesta empreitada.
Houve um tempo em que o PT lançava
candidatos como uma maneira de tornar seus quadros conhecidos do grande público
votante. É aquele negócio, “time que não joga não forma torcida”. Então o
momento era de se disputar eleições para também e principalmente conquistar
simpatizantes e dentre estes conquistar uma espécie de nicho de “mercado” no
meio do eleitorado. Com essa missão pela frente era compreensível o registro de
candidaturas para se utilizar do horário eleitoral na televisão e no rádio para
massificar a mensagem e o candidato da legenda.
A realidade atual é diferente, claro. Não
sei se era preciso lançar candidato dessa forma, sem construir uma coligação
partidária. E ainda mais o candidato sendo um gestor como Gomide que estava
iniciando o segundo mandato de prefeito de Anápolis, e muito bem avaliado pela
população local. Ou seja, não se trata de um político iniciante. O fato de nunca
ter disputado eleição para governador não fazia de Gomide um desconhecido total
do eleitorado goiano. Afinal, Anápolis é referência em Goiás e o prefeito
daquela cidade não passa despercebido na política local.
Acho também que o momento ruim pelo qual está
passando a gestão do prefeito Paulo Garcia (PT) à frente da Prefeitura de
Goiânia, constitui-se num problema a mais para a campanha petista de Gomide
candidato a governador. Mas política é algo muito dinâmico. Aliás, a vida é
assim. De uma hora para a outra as coisas podem mudar e tudo vai junto.
Política costuma ser mais ou menos desse jeito também. Você acha que entendendo
tudo, de repente percebe que não está sabendo de nada.
Veja o que aconteceu agora mesma na disputa
presidencial. Até o dia 13 de agosto, Eduardo Campos era o candidato a
presidente da República pelo PSB, e ainda não havia, digamos, empolgado o
distinto público. As pesquisas de intenção de votos mostravam Campos sempre
abaixo de dois dígitos. Mas naquele dia, a queda do avião em que o candidato
pernambucano viajava caiu em Santos/SP matando Campos e outros 6 pessoas. A
tragédia alçou Marina Silva, então candidata a vice-presidente na chapa de
Campos, à condição de titular. E a mais recente pesquisa Ibope já mostrou Dilma
com 34%, Marina com 29% e Aécio com 19%, os três principais concorrentes das
eleições de outubro deste ano.
Até por isso mesmo, não convém ficar
agarrado à ideia de que tudo já está decidido na sucessão estadual, cujas
pesquisas mostram a polarização entre Marconi e Iris, uma disputa monótona e
sem graça, na qual nada surpreende o eleitorado. No entanto, setembro já está
apontado ali na esquina do tempo e as candidaturas de Vanderlan e Gomide não conseguem
se tornar uma alternativa, a tal de terceira via. Há outros concorrentes,
claro, mas ninguém ali naquela faixa demonstra força para se fazer notar neste
embate.
Mas a campanha ainda continua, tem água
para passar sob a ponte, e vamos aguardar os próximos lances. Uma coisa é
certa. Bobo de quem acha que tem algum tolo nessa história. Política não é
lugar onde se encontra gente boba não.
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