Um dos motivos do enfraquecimento do Legislativo no Brasil.
O
cabra se candidata a deputado estadual ou federal. Faz uma campanha
daquelas de custar os olhos da cara e acaba conseguindo o mandato.
Toma posse na concorrida vaga, mas resolve assumir o cargo de
secretário do poder Executivo nos estados ou de Ministro, no caso do
governo federal. Com isso o exercício do mandato parlamentar fica em
segundo plano. Eis um aspecto da crônica política a qual assistimos
passivamente há muitos e muitos anos.
Se
o sujeito se candidata a deputado ou senador ou vereador, é eleito,
e aceita outro cargo isso mostra que, no mínimo, ser parlamentar na
verdade não era o grande objetivo. E com isso o Parlamento
brasileiro de um modo geral vai perdendo importância dia a dia,
eleição após eleição. E o pior é que o motivo dessa perda de
relevância não se restringe só ao exemplo acima, pois há também
os tais desvios de conduta de suas excelência no exercício do
poder, dentre outras razões.
E
não é que chegam as eleições novamente e nos deparamos de novo
com as mesmas figuras disputando outra vez cargos parlamentares? E no
meio dessa galera existem aqueles políticos que são eleitos por uma
coligação cuja candidatura majoritária foi derrotada e, na maior
cara dura, trocam de lado, aderem ao vencedor e dono da situação e
vão tocando a vida numa boa. Esse pessoal aí sabe se adaptar bem ao
ambiente político da hora. Geralmente caras assim se perpetuam na
atividade política e são até vistos como espertos pelo grande
público.
Penso
que esse tipo de comportamento dos políticos não produz boa coisa
para a política em sentido mais amplo não. Afinal, isso diminui a
importância da atividade parlamentar, inclusive até enfraquecendo o
poder Legislativo, um dos pilares do regime democrático de direito.
Mas esse tipo de coisa não preocupa muita gente não, pois não é
de hoje que este espetáculo encontra-se em cartaz da política
brasileira e, parece, está bem assimilada e aceita pelo distinto
público votante.
Lógico
que estamos diante de uma bela oportunidade de, pelo menos, iniciar
uma mudança pois a campanha eleitoral encontra-se aí em andamento.
Meio de vagar, é verdade, mais já é tempo de caça ao voto na
“Terra Brasilis”. O eleitor bem que podia inovar no modo de
escolher em quem votar. Ouso chamar a atenção do sujeito que vota
para este aspecto. Se o camarada já foi eleito deputado ou senador
mas preferiu deixar de lado o exercício do mandato para assumir
outro cargo no mesmo período, melhor procurar outro candidato. Eis
aí um ponto de vista. Nada mais do que isso.
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