Diferentes formas de pedir voto ao distinto público votante.
De pé, vestindo camisa amarela: Candidato pedindo voto. |
Dia
desses estava passando pela Avenida Leste-Oeste, na Vila São José,
em Goiânia, no final da tarde, quando me deparei com o cronista
esportivo Mané de Oliveira, candidato a deputado estadual, fazendo
campanha, e na base do gogó (A foto ao lado não ficou boa, pelo que pedimos escusas). De boné, usando proteção nos braços
por causa do calor excessivo do sol, Mané tem pedido votos, como se
diz, mostrando a cara ao eleitor, falando diretamente com as pessoas
nas ruas. Sinceramente, acho isso muito positivo.
Basta
a gente observar como são feitas as campanhas eleitorais da maioria
dos candidatos, tudo certinho conforme noções de marketing
político, pelo qual o sujeito assume um figurino nitidamente que não
é o dele, mas sim algo pensado conforme as preferências e anseios
do eleitorado, captados por pesquisas de opinião ou de intenção de
voto. E sempre o motor dessa forma de pedir voto não é outra coisa
a não ser o dinheiro mesmo.
Candidatos
com as burras cheias de grana, mas sem traquejo político algum,
conseguem se eleger para um cargo qualquer e geralmente acabam não
fazendo lá grande coisa no exercício do poder. E nem sempre o cara
endinheirado, bem-sucedido na vida particular, necessariamente será
um líder político competente, capaz de produzir bons resultados
para a sociedade de um modo geral. Mas a fartura de dinheiro
geralmente facilita o sujeito conquistar votos demais da conta e se
tornar autoridade.
Além
disso, ainda existe outra forma utilizada por muita gente que tenta a
sorte a cada eleição, como se isso fosse uma espécie de jogo de
azar. Acaba sendo, né? Azar para o distinto público votante, bem
entendido. São os caras que se candidatam e fazem campanhas
pitorescas, baseadas em frases engraçadinhas ou com posturas
esquisitas demais, porém suficientes para um e outro candidato que
atua nessa faixa dos candidatos folclóricos ou brincalhões com
coisa séria terminarem exitosos na corrida eleitoral. Todavia,
convém salientar, política é, sim, assunto sério demais.
O
exemplo que tenho visto na atual campanha do Mané de Oliveira é
bacana, pois ele fala a linguagem do chamado povão, não tem se
valido de dinheiro para se promover e ser beneficiado na disputa por
uma das 41 vagas na Assembleia Legislativa de Goiás. “Ajuda eu”,
pede o radialista que também já foi deputado estadual, Mané de
Oliveira, cujo filho Valério Luiz, também comentarista esportivo,
foi assassinado em Goiânia, em plena luz do sol e ao microfone. E
ainda propõe uma reflexão: “O cara que está gastando milhões,
vai pegar esse dinheiro de volta em salário?”, pergunta o
candidato. Em tempo, Mané de Oliveira tem como previsão máxima de
gastos na atual campanha, a cifra de R$ 4 milhões.
Na
prática pouco gente consegue entender mesmo como é que alguém usa
milhões de reais para se eleger para um cargo cujo salário a ser
recebido jamais terá a mesma proporção daquilo que se está
gastando. Isso não entra na cabeça da gente normal. O importante,
penso, seria que o eleitorado repudiasse os candidatos de campanhas
dispendiosas demais, priorizando os concorrentes mais preocupados em
mostrar sua proposta de trabalho e sua capacidade para tornar as
ideias em algo concreto. Mas a vida real não nos anima muito nessa
direção, infelizmente.
Vejamos
o que vai nos mostrar o resultado das urnas no próximo dia 5 de
outubro, que está ali na frente, a menos de 30 dias. Não custa nada
esperar. Porém, enquanto isso, a gente fica daqui torcendo para o
surgimento e um eleitor mais atento e responsável com seu papel
crucial na democracia. Afinal, quem escolhe realmente os caras que
terão a força verdadeira nos poderes Executivo e Legislativo é
Vossa Excelência, o eleitor (Sua benção, Dr. Ulisses!). E tenho
dito!
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.