Falando sobre a atual prática política e eleitoral


Os caras ainda não desenvolveram uma forma diferente de fazer campanha eleitoral nessas “terras em que se plantando, tudo”. Então, o sujeito se candidata e, podendo, reúne sua galera e bota logo uma carreata nas ruas e avenidas da cidade. Claro, tudo isso embalado por jingles feitos sobre um dos hits do momento, e aquele foguetório também, ora pois. A ordem, parece, é fazer barulho e mostrar para o povo inteiro que o fulano de tal é o cara. Fazendo isso, imagina-se, os votos hão de aparecer nas urnas lá no dia 5 de outubro.

Por onde a carreata vai passando fica um rastro de sujeira que os apoiadores do distinto candidato vão jogando de seus veículos. Lógico que santinhos, panfletos, bandeiras, cartazes, além de garrafas de plásticos, latas de refrigerantes e cervejas podem ser encontrados ao longo do trajeto percorrido pela animada galera que, fazendo barulho a fim de angariar simpatias e, evidentemente, votos segue numa alegria só. Particularmente, acho isso uó toda vida. Porém se há candidato se valendo desse artifício é porque dá resultado. É sempre bom dizer, não existe político bobo nem aqui nem em lugar nenhum.

Na verdade, penso que entre os contrariados e aqueles que até gostam da zoeira produzida pelas carreatas de políticos em campanha, o saldo deve ser positivo para quem pede votos dessa maneira. O pior de tudo é que do início até o fim da atual temporada de caça ao voto do eleitor incauto e dos mais atentos também, dificilmente conseguimos saber o que diversos candidatos pensam a respeito de temas importantes para a sociedade.

Entre os concorrentes ao cargo de deputado estadual com militância política em Trindade, o que será que os caras pretendem propor, caso venham a ser eleitos, para ser feito pelo Governo de Goiás em relação a serviços como a Segurança Pública que está de meter medo no cidadão de bem, por exemplo. Difícil saber, né não? O Serviço de Saúde é outra área que não para de produzir notícia ruim. Ainda que propagandas oficiais sejam um esforço para mitigar a ruindade da coisa, quem precisa de atendimento na rede pública padece horrores. Fiquemos apenas com estes dois casos.

Saber o que pensam os candidatos a respeito de temas como a necessária preservação do meio ambiente é um esforço hercúleo e, não raras vezes, estéril. A propósito, o Jornal do Almoço (TV Anhanguera), em sua edição deste sábado, mostrou uma reportagem sobre a poluição no Rio Meia Ponte em Goiânia, que é de arrepiar o cabelo. Agora com essa seca horrível, o nível da água baixou muito e se pode ver como o povo é ruim consigo próprio. No leito do rio há pneus e toda sorte de tralha que está matando um dos mananciais de onde se retira a água para a população consumir. Depois dizem que o povo é bom demais da conta, só este ou aquele sujeito é que é ruim... Sei.

Mas retomando o rumo da prosa. A atual campanha vai terminar daqui a 15 dias e muito pouca coisa o distinto eleitorado saberá a respeito dos candidatos que estão aí pedindo voto. É incrível como se preocupa demais da conta com barulho (foguetes, jingles, locutores ruins toda vida), gente segurando bandeiras, banners, adesivos em carros, contratação de “lideranças” e muito pouco ou quase nada com a divulgação das ideias de quem será uma das 41 excelências com assento na Assembleia Legislativa de Goiás, no período de 2015-2018.

No entanto, se isso é assim penso que é porque o povo mesmo não liga muita importância à campanha, a conhecer os caras que se apresentam como líderes políticos. Se quem vota não importa com o que vai na cabeça do candidato, fazer o quê? Só resta torcer para a providência divina agir em favor do surgimento de boas ideias e práticas menos danosas para o futuro da gente toda. Será que basta? E oDivino Pai Eterno já tem tanta coisa para fazer...


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