Sobre educação ou falta dela, melhor dizendo, de motoristas no trânsito.
Hoje
à tarde, ali pelas 17h10, ao sair para fazer uma caminhada e tentar
manter uma certa atividade física em dia, levei um susto na rua. E
vale dizer que a disposição não anda lá essas coisas não, minha
gente. O calorão que fez em Trindade neste domingo, vou dizer, foi
daquele tipo que se o sujeito quisesse poderia fritar ovo no asfalto.
Lógico, se a pavimentação das ruas e avenidas estivesse em bom
estado de conservação. Há buracos demais e irregularidades nas
pistas de rolamentos dessa cidade conhecida como a “Capital da fé”,
encravada bem no coração do Brasil.
Bem,
mas continuemos com o motivo do meu susto. Caminhava na Avenida
Rondônia, Vila João Braz, sentido Avenida Raimundo de Aquino,
quando, ao atravessar a Rua Rocha Lima, eis que aparece um
motoqueiro, subindo pela Rocha Lima, sentido Avenida Manoel Monteiro,
que ao me ver fazendo a travessia, simplesmente acelerou a possante
dele na minha direção. Era uma moto 125, me pareceu. Não
satisfeito, o cara ainda deu um recado para este coitado aqui: “Sai
da frente, otário!” Se o camarada pilotando a moto fosse meu
amigo, vá lá. Poderia eu ficar pensando tratar-se de uma
brincadeira sem graça, porém de algum conhecido. Certamente não
foi o caso.
O
interessante é que este tipo de coisa é algo corriqueiro no
trânsito mesmo. Muitos pensavam que essas coisas malucas, este
comportamento ou desvio de comportamento, ocorressem apenas nos
grandes centros urbanos, mas o bicho está pegando geral, como a
moçada diz. Por qualquer “me dá cá esta palha”, as pessoas se
xingam mutuamente nas ruas das cidades. E sempre todo mundo acha que
está com a razão. Isso é incrível! Como é que ficamos assim tão
mal educados, “deselegantes” de verdade (Salve, Sandra Annenberg!), quando estamos ao volante ou sobre duas rodas? Por quê
será que nos comportamos dessa forma, achando que o mundo nos deve
dar passagem, sempre?
É
uma pressa esquisita que a gente vê pelas ruas. Todas as pessoas
parece que estão indo a algum lugar, como se diz, “tirar o pai da
forca”. Uma correria doida mesmo. E o pior que presenciamos, tenho
certeza que não somente este blogueiro, alguns lances de puro no
sense. Há motoristas que fazem ultrapassagem arriscada e
estaciona logo a frente. O sujeito se expõe estupidamente ao risco
de provocar uma batida, arriscando também a integridade de outras
pessoas que transitam pelo lugar na mesma hora. É tudo muito
estranho e incompreensível, vale ressaltar.
Quando
a gente está ao volante de um carro qualquer, de um caminhão, de um
ônibus, ou sentado sobre duas rodas, seria interessante que
respeitássemos mais os pedestres. Afinal de contas, é o cara em
situação mais vulnerável. E a lógica do trânsito é sempre o
maior veículo dar proteção ao menor. Isso é a lógica, mas, na
prática, a coisa é, sim, na base do ditado popular: “camarão que
dorme a onda leva”. Todo cuidado, neste contexto, do pedestre para
não ser atropelado é sempre bem-vindo. Mas é esquisito demais da
conta essa realidade, não há como negar.
Gozado
mesmo, gente, é que achamos que pedestre é sempre o outro. Até
parece que vivemos 24 horas por dia dentro de carros e, claro, ao
volante dos possantes. Ou seja, somos pedestres e eventualmente é
que estamos sobre duas, quatro e ou mais rodas. Logo, sinal de
inteligência verdadeira é respeitar o cara que está se locomovendo
com as próprias pernas. É preciso que haja, convém não demorar
muito, uma mudança de mentalidade de todos nós quando deixamos a
condição de pedestres por alguns momentos do dia. Afinal,
inteligência, respeito, educação enfim, cabem em todo lugar. No
caso do trânsito, está é faltando.
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