As manifestações do ano passado foram como uma onda que passou, passou...
Manifestação de 2013: Povo na rua antes de ser expulso pelos violentos black blocs. |
Se as pesquisas de
intenção de voto até agora divulgadas forem confirmadas nas
eleições deste domingo (5), a gente poderá se perguntar de que
adiantou aquela confusão gigantesca a que assistimos em todo o país
no ano passado. Quanta manifestação nas ruas, gente indignada com a
política e os políticos, nos mais diversos pontos deste Brasil de
meu Deus! Sinceramente, pensei que a campanha eleitoral deste ano
seria palco de acontecimentos inéditos, possivelmente surpreendentes
até.
Frustração total,
minha gente (Lembrei-me do Collor de Mello...). Povo mesmo nesta
campanha eleitoral foi o que menos se viu, eis a verdade. Ou estou
dizendo besteira? A cada eleição que passa a gente vê menos homem
e mulher do povo e mais cabos eleitorais, preferencialmente
remunerados, evidentemente, atuando na caça ao voto. O sujeito
voluntário, que se incorpora a esta ou aquela candidatura, por
afinidade partidária, de princípios ou amizade e parentesco, é
coisa rara nos atuais embates eleitorais nessa “terra em que se
plantando tudo dá”.
No ano passado
“brasileiras e brasileiros” saíram às ruas, muitos pintaram as
caras, costumizaram as roupas dando aquele ar de gente ligada a uma
causa qualquer, fizeram incontáveis selfies para as redes sociais,
achando que ali e daquele jeito estavam fazendo história. Não
faltou quem enxergasse naquela algaravia toda algo muito forte, capaz
de alterar os rumos da política no país. No entanto, como diz
aquele ditado, “ficou o dito pelo não dito” e tudo “continua
como dantes no quartel de Abrantes”. Nada mudou.
O fato dos tais de
black blocks terem invadido as ruas violentamente, expulsando aquelas
pessoas comuns dispostas a se manifestar contra os governos e suas
políticas enfim, mostra como somos lenientes demais. Quer dizer que
os caras descem a porrada, fazem quebra-quebra, tumultuando o que era
para ser uma legítima manifestação popular e simplesmente quem não
quer briga volta para casa e estamos conversados. A rua, a praça,
enfim é de quem usa da força física de forma engajada? Ah, tá!
Assim se deu a desmobilização dos manifestantes de 2013.
Ah, sim! E o pau
canta também na internet onde nas redes sociais o pessoal engajado
desce o sarrafo nas pessoas das quais não gostam, discordam ou
simplesmente não estão nem aí. Uma frase qualquer, uma brincadeira
que seja, pode virar uma dor de cabeça horrível para o sujeito. Há
uma patrulha permanentemente ligada e disposta a detonar qualquer um
cujo pensamento, opinião ou ponto de vista seja contrário. O
sistema ali também é bruto demais da conta.
Resultado disso
tudo? Somente se todas as pesquisas estiverem erradas para haver
mudanças no quadro político. Onde quer se olhe os candidatos com
chances de vitória são os mesmos de sempre e isso tanto para os
cargos majoritários (presidente da República, governadores e
senadores) como os proporcionais (deputados estaduais e federais).
Talvez tenhamos sim perdido uma oportunidade e tanto de influenciar
de forma mais direta o modo de se fazer política no Brasil.
Agora é aguardar o
resultado da votação amanhã e refletir sobre o que verdadeiramente
pensa e quer da política o eleitorado brasileiro. Faltam poucas
horas para isso acontecer e a gente ficar sabendo direitinho se
realmente aquele povão todo que foi às ruas criticando os
políticos, condenando a corrupção, pedindo serviços públicos de
“padrão Fifa”, constituem mesmo uma importante vertente da
opinião pública ou da sociedade. Ou tudo aquilo foi apenas uma
“onda” que passou, passou. Quem viver, verá.
Crédito da foto:
Blog do Airton Faleiro ~> airtonfaleiro.blogspot.com.br
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