Muitos candidatos a deputado estadual e apenas um foi eleito por Trindade.
Quem
acompanha política, especialmente eleições, sabe sim das
dificuldades do sujeito se eleger para qualquer cargo público. Seja
lá vereador, prefeito, deputado (estadual e federal), senador,
governador e presidente da República. Isso não é coisa fácil para
ninguém e nunca foi também não. Convencer qualquer pessoa a votar
neste ou naquele candidato é uma tarefa das mais custosas possíveis.
Alguma novidade nisso aqui? Lógico que não.
No
entanto, há sempre quem se ache mais esperto do que os outros, algo
como um predestinado ao sucesso que, de uma hora para outra, resolve
ter nascido para ser político, disputar voto e vencer eleições.
Incrível, mas isso acontece muito na política. Em Trindade então,
nem se fala. É só aproximar a temporada de caça ao voto para a
gente se deparar com alguém que se enquadra direitinho neste perfil.
Duvida? Então passe a reparar nos personagens doravante.
É
do jogo o sujeito acreditar em si mesmo, buscar um partido político
e se lançar como candidato. Agora, convém ter noção das próprias
potencialidades, não menosprezar a inteligência dos demais
correligionários ou adversários, principalmente aquelas pessoas que
já estão na peleja há algum tempo. De novo. Na política não tem
ninguém bobo. Trouxa mesmo é quem pensa o contrário, pode
acreditar. Ah, claro. Uma certa dose de humildade não faz mal
nenhum.
O
problema é que o sujeito, como num estalo, pensa assim: “Virei
político”. E desanda a propagandear seu nome a torto e a direito.
Se o cara tem uma empresa aí a logomarca do empreendimento vira
sinônimo do político e passa a ser estampada em tudo quanto é
publicação. Nessa toada o camarada imagina estar fazendo marketing
político. Daí para a candidatura é só uma questão de adequação
ao calendário eleitoral mesmo.
É,
mais ou menos, o que a gente viu acontecer agora em relação a
algumas candidaturas a deputado estadual de pessoas com militância
política local. Apenas morar na cidade, ter atividade econômica,
emprego, vida ativa no lugar, profissional e comunitariamente
falando, não significa garantia de se ter votos em qualquer
empreitada político-eleitoral não, senhor. O Convencimento do
eleitor para votar neste ou naquele candidato decorre de uma série
“razões, motivos e circunstâncias” (lembrei-me do professor
Girafales agora) que tem sim seus mistérios.
Aí
no quadro abaixo temos o resultado obtido por diversos candidatos a
deputado estadual que, em maior ou menor dose, se acreditou além da
conta, nas eleições do domingo passado (5). Ah, e veja bem. Não
estou aqui dizendo que isso é certo ou errado, pode ou não pode.
Nada disso. Apenas estou chamando a atenção para o fato de que
vários neófitos em política, sobretudo em disputa eleitoral, agem
como alguém que houvesse descoberto o segredo de como fazer para
ganhar eleição. É sobre isso que estou falando.
Vale
dizer, para a política trindadense, não resta dúvida alguma, o
resultado dessa pulverização de candidaturas a deputado estadual
teve um produto ruim. Nas eleições de 2010, o município terminou
conquistando duas cadeiras na Assembleia Legislativa de Goiás, com
as vitórias de Nélio Fortunato (PMDB) e Jânio Darrot (PSDB).
Agora, houve redução de 50% nessa representatividade, com a eleição
apenas do Dr. Antônio (PDT). É legítimo a pessoa lutar pelo seu
ideal, pelo seu desejo de ser um parlamentar, mas política não é
feita individualmente, é coisa coletiva, de grupo. E sozinho não se
chega muito longe não.
Se
alguns dos candidatos a deputado estadual tivessem chegado a um
acordo para trabalharem, digamos, com umas três candidaturas, no
máximo, a possibilidade de haver eleitos seria bem maior, com
certeza. Veja o total de votos desse pessoal no quadro. Os caras
receberam 64.403 votos! Não é pouco voto não, minha gente.
Infelizmente, porém quando se observa tão somente o próprio
interesse, as coisas não ficam muito facilitadas não.
Em
se tratando de política, na vida de um modo geral, não existe isso
de espaço vazio, convém salientar. Olhado o interesse maior de
Trindade, ter apenas um deputado na Assembleia Legislativa pode não
ser lá grande coisa, mais também não é nada para ser
menosprezado. Vai depender demais é da qualidade dos trabalhos que o
deputado eleito Dr. Antônio realizará no exercício deste mandato,
evidentemente.
Todavia,
sabemos igualmente que as eleições para deputado servem também
para que vários político se coloquem para o eleitorado mas visando,
na verdade, a disputa municipal. O sujeito foi candidato agora mas de
olho numa candidatura a prefeito de Trindade, nas eleições de 2016.
É do jogo também, não se pode negar. Mas isso aí tem muito a ver
com a estratégia política do indivíduo mesmo. E pode sim dar
certo. O cara não foi eleito nestas eleições mas para prefeito ou
vereador de Trindade, são outros quinhentos. Ricardo Fortunato
perdeu uma eleição para deputado estadual e, na sequência, venceu
a disputa pela Prefeitura da “Capital da fé”, em 2008. Por isso,
não é fora de propósito imaginar que tem gente na lista abaixo
querendo mesmo é virar prefeito da “Vela Trindade da fé e do
amor”. Alguma dúvida?
-
Eleições 2014Deputados Estaduais de TrindadeCandidatosPartidoVotosDr. Antônio (eleito)PDT21.155Nélio FortunatoPMDB11.068Alexandre CompleiteDEM8.965Luiz Carlos PimentaPP7.319Hélio BrazPPL5.802Caio Hobby ShoppingPHS3.748MarcelinoSDD2.721Gleisson VilelaPRTB1.077Reginaldo RossiPSB840Ricardo MarquesPT832José AraújoPTN521EdsonPDT344Luiz MargaridaDEM11Total64.403
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