Todos querem um auxílio, mas nem todos, só os bons serão auxiliados.
Conselho Nacional de Justiça regulamentou o direito ao auxílio-doença para os Magistrados, decisão seguida pelo Conselho Nacional do Ministério Público e agora os inativos pleiteiam o benefício.
Auxílio-Moradia
a inativos
Em
Goiás, o impacto do auxílio-moradia a juízes e desembargadores
estaduais aposentados deve alcançar a cifra de R$ 36,7 milhões
anuais, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acate o pedido da
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), para estender os
benefícios aos inativos. A entidade apresentou como argumento a
vitaliciedade e a paridade entre os ativos e os inativos da toga. Há
7000 magistrados aposentados do Poder Judiciário de Goiás que
poderão receber todo mês a ajuda de custo, no valor de R$ 4.377.
Reportagem do Popular revelou, segunda-feira, que os cofres públicos
ter baixa anual de quase R$ 50 milhões, para pagamento da verba a
magistrados, promotores e procuradores que atuam em Goiás, nos
âmbitos estadual e federal.
Comentário
Olha
só, internauta que vez por outra dá uma moral a este blog,
visitando este espaço. Acima está uma notinha (em azul) da coluna Direito &
Justiça, do Popular (22.10.2014), sob a responsabilidade do
jornalista Cleomar Almeida.
Neste
blog dia desses demos uma notinha a respeito do direito que os
magistrados, procuradores da República, membros do Ministério
Público, passaram a receber auxílio-moradia. O benefício é do
tamanho de R$ 4.377,73. Só isso aí já é um belo salário,
observando o mercado de trabalho brasileiro, inclusive o setor
público. Juízes e procuradores federais recebem salários bacanas,
segundo o padrão salarial deste “país em que se plantando tudo
dá”. Ao redor de R$ 25 mil por mês e até mais, recebem de
salários esse pessoal.
Diante
desse fato, sou levado a dizer que não entendo, de maneira alguma,
onde está o motivo justo para que os cofres públicos, vá lá, o
povo, tenha que pagar auxílio-moradia a juízes e integrantes do
Ministério Público federal ou estaduais. Os salários pagos a esses
profissionais são muito bons, não se pode negar. Mesmo assim, ainda
conseguiram legalizar o recebimento de mais uma bela quantia que será
acrescida aos vencimentos, sob a rubrica auxílio-moradia.
Tem
muita gente que argumenta, meio que legitimando uma coisa dessas
assim: “Ah, mas se o juiz, promotor ou delegado de polícia tiver
que morar numa cidade do interior é conveniente pagar a moradia para
este profissional”, dizem várias pessoas. Para falar a verdade,
nem por essa razão eu consigo assimilar bem tal prática. Afinal de
contas, de novo, o salário pago pelo contribuinte já é dos
melhores.
Tudo
bem então, sejamos
pródigos com a grana da Viúva. Que tal instituir
o auxílio-moradia para todo pessoal do setor público? Claro,
vamos priorizar aquele
pessoal
cujos salários são mais baixos. Os
barnabés, como diz no popular. Afinal, qual
o sentido de pagar a moradia para autoridades
(juiz, pela Lei Orgânica da Magistratura, não é servidor público)
que
já recebem salários elevados? Digamos que um servidor público que
tem salário de uns 1,5 mil reais por mês poderia receber semelhante
auxílio, pois sua capacidade de pagar aluguel ou prestação de um
financiamento habitacional é muito restrita.
No
entanto, penso que se algo parecido for intentado em qualquer das
três esferas de poder, a União, os Estados e Municípios, alguém
dará entrada em ação judicial arguindo a constitucionalidade do
ato em hipótese. É mais ou menos assim a coisa toda, “farinha
pouca, meu pirão primeiro”. E geralmente, o pirão dos bons é
aquele que recebe mais farinha e outros condimentos que conferem
sabor especial à vida.
Mas
como ninguém é bobo nem nada, agora
ficamos sabendo que inclusive o pessoal já aposentado poderá vir a
receber semelhante benefício. E
os inativos estão errados em pleitear este benefício? Lógico que
não. Se há lei determinando a paridade salarial entre ativos e
inativos... Mas é interessante
demais isso aí. De novo, porque não estender semelhante direito aos
servidores de salários mais baixos? O dia que isso vier a acontecer
terei, imagino, maior facilidade em entender ou aceitar a existência
deste benefício ao funcionalismo público.
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