Desocupação das calçadas de Trindade pelos comerciantes gera polêmica
Promotoria de
Justiça de Trindade determina que a Prefeitura Municipal tome
providências para liberar as calçadas da cidade
Já utilizei essa mesma foto em outra notinha: Mesas na rua onde deveria haver uma ou outra vaga para estacionamento. |
O promotor Delson
Leone Júnior, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Trindade,
encaminhou documento à Prefeitura Municipal, no dia 4 de dezembro,
determinando que sejam tomadas providências relacionadas à
desocupação dos passeios (calçadas) das principais ruas e avenidas
da cidade. E o prazo para a adoção das medidas neste sentido
termina no dia 24 deste mês. Eis aí um belíssimo abacaxi para ser
descascado pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e
Habitação, sob a condução do ex-vereador Onival Corrêa de
Azevedo.
Num primeiro
momento, foram notificadas 92 pessoas que mantêm atividade
econômica, comercial, no todo em parte, sobre as calçadas
principalmente das Avenidas Dr. Irany Ferreira (que liga a Igreja
Matriz ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno), Manoel Monteiro
e Raimundo de Aquino, na região central da “Capital da fé” dos
goianos. Mas ações semelhantes deverão alcançar também a
movimentadíssima Avenida Elizabeth Marques, no Setor Maysa, região
Leste de Trindade, dentre outras localidades do município.
A propósito, na
sexta-feira (5) foi realizada audiência pública na Câmara
Municipal com a finalidade de tratar deste assunto. Claro que as
pessoas que desenvolvem seu trabalho, o “ganha pão”, nos
passeios dessa região central de Trindade estão contrariados para
dizer o mínimo. E é de se esperar que haja algum tipo de pressão
para que a situação permaneça como está. O argumento é de que as
pessoas estão trabalhando dignamente. Ficar contra isso acaba
provocando desgastes, algo que os políticos se esforçam bastante
para evitar.
Tudo bem, todo mundo
tem lá o direito de espernear mesmo e tentar fazer valer o que acha
ser o justo, conforme a própria consciência. No entanto, é preciso
ter claro que existe uma legislação em vigor disciplinando o uso do
solo em Trindade, para dizer o mínimo. É sim, minha gente. O Código
de Postura do Município está valendo e precisando ser obedecido,
respeitado, por todos os trindadenses. A Lei Municipal nº 933/2001
não pode ser, digamos, letra morta não.
Nos últimos meses
tenho feito muitas corridas e caminhadas pela região central mesmo
de Trindade. Olha, caminhar pelas calçadas de nossa cidade não é
tarefa fácil nem segura. Os bares simplesmente usar 100% das
calçadas. Alguém duvida? É só conferir ao longo da Avenida Manoel
Monteiro. Na prática, os passeios são ocupados pelos comerciantes
na maior cara dura. O pedestre que dê um jeito de disputar espaço
na rua mesmo com os veículos, arriscando ser atropelado inclusive.
Dia desses fui
surpreendido ao ver que bares já estão usando a própria rua mesmo. Veja AQUI.
Os comerciantes espalham mesas e cadeiras onde deveriam estar vagas
para estacionamento. E estamos falando da Avenida Manoel Monteiro, a
principal de Trindade. Os donos dos respectivos estabelecimento com
certeza acham isso a coisa mais bacana do mundo e, penso, os
frequentadores vão pelo mesmo caminho. Do contrário não iriam ber
aquela gelada sentado à mesa em plena rua com o fluxo de veículos
liberado, vale salientar.
Se fosse apenas
isso, dava-se um jeito. No entanto, os donos ou locatários de
imóveis por aqui constroem rampas nas suas garagens sempre do lado
de fora das casas, nas calçadas. Virou uma espécie de febre o
rebaixamente do meio-fio para garantir vaga exclusiva no
estabelecimento comercial. Ah, e ninguém se importa se o possante
ali estacionado vai impedir o sujeito transitar livremente e em
segurança pelo local. Isso está correto?
Fico imaginando como
deve ser complicado para o cadeirante ou pessoa que usa prótese,
muletas, bengalas, o portador de necessidades especiais, alguém que
não boa visão ou ficou cego, se locomover nas ruas e avenidas de
Trindade, tendo as calçadas na maioria das vezes ocupada por meses
de bares e lanchonetes, rampas, buracos, mercadorias expostas, carros
e motos estacionadas, enfim, o máximo de espaço utilizado para
quaisquer outras finalidades, com exceção da mobilidade urbana.
Antes que alguém
diga, essa ocupação de calçadas não é privilégio só de
Trindade não. Acontece nas grandes cidades deste Brasil de meu Deus.
A gente está cansado de ver reportagens com uma frequência
perturbadora mostrando esse tipo de coisa aqui ao lado, em Goiânia,
a capital de Goiás. Nem é preciso ir muito longe para buscar
exemplo, mau exemplo, diga-se. Contudo, estamos preocupados aqui é
com o nosso quintal, a nossa cidade, falamos de Trindade onde vivemos
e trabalhamos.
Daqui da minha
insignificância diante de tantos interesses conflitantes envolvendo
essa matéria, o uso das calçadas de Trindade, fico torcendo para
que as autoridades locais tenham pulso firme e sabedoria para
encaminhar a solução deste imbróglio, de acordo com a legislação
vigente, claro, levando-se em consideração o que pode ou não ser
autorizado em termos de ocupação dos passeios públicos seja pelos
donos ou locadores de imóveis.
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