Pensando por escrito sobre política e políticos daqui e dali
O
modo de fazer política, sobretudo as campanhas eleitorais, tem
afastado o povo a pretexto da profissionalização dos pedidores de
votos.
Local onde foi celebrada a Primeira Missa no Brasil. |
Passar
uma semana fora de Trindade, à beira-mar lá na Bahia, nessa época
de calor insuportável, 40 graus centígrados à sombra, é o que há.
Não é verdade? Muito bom isso de poder ficar uns dias sem fazer
nada além de acompanhar o vai e vem das ondas do mar. É
interessante. O tempo é pouco para a gente descansar, mas como essa
brincadeira não costuma sair barato nem um pouquinho, a rapidez das
horas (insisto que tem alguém acelerando o movimento dos
relógios...) até que ajuda, financeiramente falando.
Numa
dessas a gente acaba puxando conversa com um e outro nativo. Falar
sobre o calorão que tem feito ultimamente costuma não render lá
muito assunto não, senhor. Aí o bate-papo acaba mesmo é
descambando para o óbvio, falar sobre a política e os políticos,
no caso, de Porto Seguro, município no Sul da Bahia, com 143.282
habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) para 2014.
A
principal atividade econômica daquele lugar onde o Brasil teve
início é o turismo mesmo. E como tem goiano batendo pernas por lá
nessa época do ano. Na alta temporada, final de dezembro e até o
Carnaval, se você quiser esbarrar, sobretudo com mineiros e goianos,
basta comprar um pacote de viagem em Goiânia e ir ter com boa parte
da “goianada” lá nas praias de Porto Seguro. A coisa é séria.
Falo, com certeza, de um dos passeios preferidos desse pessoal que
gosta de pequi e é doido por música sertaneja.
Mas
voltando à vaca fria... Entabulei algumas prosas com alguns
porto-segurenses querendo saber como é que andava a política do
lugar, as campanhas eleitorais e por vai. O que ouvi não é
diferente das coisas daqui da nossa terrinha não. Reclama-se da
qualidade da administração, dos políticos muito empenhados mais no
êxito das respectivas carreiras do que com o sucesso da gestão
pública, campanhas eleitorais movimentadas à base de dinheiro,
muito dinheiro... É isso aí.
E
isso é, digamos, uma espécie de praxe em todo o lugar por essa
terra “brasilis”. Muito difícil encontrar um local onde a
realidade destoe muito desse roteiro. Pelo menos ao que se sabe.
Principalmente na forma de se fazer campanhas eleitorais, intensivas
do uso de dinheiro, o que conseguiu afastar o povo mesmo, aquelas
pessoas que atuavam por vontade própria. Hoje em dia a coisa se
“profissionalizou” e militante tornou-se coisa rara, em extinção.
Sem “din-din” na conversa, nada feito. Cabo eleitoral é chamado
de “liderança” e costuma cobrar caro pelo “apoio” a este ou
aquele candidato.
Como
hoje em dia a informação é mais facilmente acessada por todos, a
capacidade de se fazer ouvir igualmente virou algo extremamente
viável pela internet, sobretudo nas chamadas redes sociais, era de
se esperar que houvesse maior participação popular no processo
político. Todavia, não é bem assim que a banda tem tocado não. E
se o povo se afasta da política, os políticos se vêem livres
demais da conta. Principalmente no tocante à observação da palavra
dada em campanha ou em relação ao cumprimento de “compromissos”
(promessas, melhor dizendo) feitos com o eleitorado em troca de votos
quando no exercício dos mandatos.
Resumindo,
a qualidade da política não é lá grande coisa nem aqui no
“Coração do Brasil” nem pelo litoral brasileiro, onde tudo
começou neste país “abençoado por Deus e bonito por natureza”.
Claro que o quadro é meio desolador mas o distinto público votante
e pagador de impostos, pelo menos a maioria, deve estar satisfeito ou
conformado com a situação geral. Afinal de contas, no regime
democrático de direito, a maioria é quem dita o rumo das coisas. Ou
não...
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