Agora eu viajei na maionese pensando em Caminhonete
Dirigir
uma reluzente pick up deve dar uma sensação de insegurança no
motorista. Ou não?
Estava
caminhando hoje no finalzinho da tarde pelas ruas e avenidas de
Trindade. Sabe a “Capital da fé” dos goianos, internauta? Então,
é justamente desse lugarzinho aconchegante e acolhedor das gentes
dos mais diversos rincões deste Brasil, cujas pessoas vêm em
Romaria louvar e agradecer ao Divino Pai Eterno ou pedir graças para
a vida própria ou a de familiares e amigos, de que estou falando.
Eita, viajei demais agora. Convém retomar o curso do que eu quero
dizer nestas breves linhas.
Pois
bem, caminhava, corria, corria um pouquinho mais e voltava a caminhar
outro tanto. É que o preparo físico não anda lá grande coisa não,
minha gente querida. Mas é preciso se colocar em movimento e se
esforçar para manter assim, né? Afinal de contas, cobra que não
anda não engole sapo. Urgh! Que ditado mais besta, sô! Sapo e
cobra, isso lá é assunto para um espaço feito esse aqui? Aneim!
Andemos adiante que o tempo urge.
E
na toada em que eu estava fui observando a quantidade de carros
bacanas a rodar pelas ruas da cidade ou enfeitando essas mesmas vias
públicas no geral tão desmazeladas, com uma buraqueira horrível,
muitas vezes sem calçadas ou com calçadas igualmente esburacadas e
mal cuidadas também. Constatei o óbvio. Talvez não aquele ululante
do qual nos falava o Nélson Rodrigues. Então, vi que muitas pessoas
da “Velha Trindade da Fé e do Amor” têm uma predileção
especial por caminhonetes Hilux, S-10, Ranger, Toyota, e por aí vai.
Devo
confessar que euzinho aqui gostaria muito de poder saracotear de um
lado para o outro a bordo de uma, digamos, reluzente Hilux estalando
de nova, mas a grana é curta para tanto. Além disso, falta-me
coragem e disposição para fazer dívidas a perder de vista. Assim
sendo fica difícil, não é verdade? Mesmo diante de tantas e tão
fortes limitações, sou obrigado a dizer para vocês que não sofro
por isso não. É que existe outro sério motivo para me consolar. A
insegurança pública dos dias de hoje.
Digo
insegurança porque o sujeito que se movimenta do ponto A para o
ponto B (onde é que fui aprender a escrever coisas assim, Jesus,
Maria e José?!) de qualquer cidade brasileira, Trindade, inclusive,
dirigindo um desses veículos modernosos certamente não se sente
seguro. Afinal, dia sim e outro também ficamos sabendo que a
caminhonete do fulano de tal foi roubada e tudo isso com o bandido
metendo uma arma de fogo nas fuças do incauto motorista.
Na
semana passada, a propósito, duas caminhonetes foram roubadas dos
respectivos motoristas em plena luz do sol, nas proximidades do
Colégio e Faculdades Aphonsiano. Pense como os bandidos estão cada
vez mais ousados e abusados. Os caras roubam carros durante o dia em
lugares movimentados, onde os pais estão levando e buscando seus
filhos para a escola ou os alunos mais crescidinhos estão sempre
naquele ir e vir. Ah, sim! E a Avenida Manoel Monteiro tem fluxo
intenso de veículos, principalmente agora depois de asfaltada a
Rodovia GO 469 (Trindade – Abadia de Goiás). Isso não tem
impedido a ação dos ladrões de carros não, senhor.
Por
essas e outras, sabe que o cidadão que compra e utiliza
constantemente uma caminhonete nessas terras, na minha modesta
opinião (que conta muito pouco, quase nada, diga-se), é um cabra
muito corajoso? Pode ser que no fundo também deve gostar de sentir
aquela sensação provocada pela adrenalina lá nas alturas. O
desconforto, imagino, é possuir um bem que desperta tanto interesse
de ladrões e o pior é que muitos bandidos nem piscam para matar
alguém tenha ou não motivo. Basta estar no lugar e na hora erradas,
e pronto. Eis que um sujeito bacana, um pai da família exemplar,
vira um número a mais na estatística da violência urbana dessa
“terra em que se plantando tudo dá”.
Mas
enquanto falamos do bandido que executa o serviço, ou seja, do
elemento que rouba o bem na cara dura, comete o crime usando arma de
fogo e violência de toda ordem, pouca atenção é dada para a outra
ponta dessa cadeia de negócios: o receptador. Isso mesmo. O ladrão
vai lá e rouba porque sabe que o fruto do roubo vai se transformar
em dinheiro, em droga, em sei lá o quê, pois o objeto no caso tem
alta liquidez no mercado negro de veículos de luxo, utilitários, e
de peças também.
E
falando sério no noticiário policial a gente até toma conhecimento
de que há os roubos por encomenda. Um bandidão desses do submundo
dá uma ordem, mais ou menos, desse jeito: - Mão Leve, arranja aí
uma Ranger assim e assado. Ah, não demora muito e o produto chega ao
poder do interessado. Se é dessa forma, não sou eu a garantir, mas
resolver esse imbróglio é mais do que necessário. Até porque,
todo mundo tem o direito de ter segurança ao utilizar os seus bens
de forma transparente e correta. E tenho dito.
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