Entrevista: Bill O'Dwyer, superintendente de Comércio Exterior
Conciliando
bem as noções de empresário e rotariano no governo para o bem da
comunidade
William
Leyser O'Dwyer (foto) é
bacharel
em direito, formado em 1978 pela Pontifícia Universidade Católica
(PUC) do Rio de Janeiro, empresário em Anápolis, onde trabalha na
Anadiesel, concessionária gigante da alemã Mercedez-Benz, desde
1979. A Anadiesel foi fundada por Wladyr O'Dwyer,
pai do Bill O'Dwyer,
como é conhecido o atual superintendente de Comércio Exterior do
Governo de Goiás.
Bill
O'Dwyer tem uma vasta experiência na vida pública, pois já exerceu
a função de secretário
de Governo na gestão do prefeito Ernani de Paula em
Anápolis, onde também
foi
secretário
de Desenvolvimento Econômico. Bill
atuou como assessor
internacional na gestão do prefeito Ademar Santillo, também
em Anápolis, além de ter sido
assessor para a área internacional do igualmente
prefeito
anapolino
Wolney
Martins. Bill
foi
um dos fundadores de Secretaria
de Comércio
Exterior,
tendo sido superintendente, e,
em tempo, já
foi secretário da Indústria e Comércio. Desde
o início deste ano, Bill O'Dwyer está à frente da Superintendência
de Comércio Exterior do
governo de Marconi Perillo.Veja
a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva concedida por
Bill O'Dwyer
ao Blog
do Sérgio Vieira (BSV).
BSV
- A sua trajetória como rotariano ajudou de alguma forma a sua
chegada ao comando da Superintendência de Comércio Exterior do
Governo de Goiás?
Bill
O'Dwyer
– Ajudou, perfeitamente. A internacionalidade do Rotary, ligada a
minha vocação nessa área internacional, porque eu sempre fui
focado na área diplomática, de relações internacionais, e isso aí
me trouxe uma visão muito mais aberta, os horizontes mais abertos
com relação a área internacional, e o Rotary me deu a oportunidade
de viajar muito às convenções do Rotary nas representações.
Então isso aí realmente vai tarimbando a gente, no correr dos anos,
para nos tornar especialista quando se fala em questões
internacionais.
BSV
– O que o atraiu para o Rotary International?
Bill
O'Dwyer
– A minha família já fazia parte do Rotary, meu avô e meu pai,
então eu, automaticamente, já me sentia um rotariano desde criança.
E vendo aquele grupo se reunir em locais abertos, um grupo sério,
líderes da comunidade, aquilo foi me impressionando até o meu
ingresso ao Rotary, conduzido pelo meu pai, em 1979.
BSV
– De todas as suas atividades em Rotary Internacional, qual é
aquela que tem maior destaque, em sua opinião?
Bill
O'Dwyer
– Cada uma teve o seu valor pessoal e o valor rotário, mas ter
sido governador [denominação do principal líder] é talvez a
melhor experiência que um cidadão possa ter dentro do Rotary e fora
do Rotary, porque nos dá a oportunidade de conhecer a si próprio
muito mais e adquirir um batalhão de amigos e colaboradores em
defesa de uma sociedade melhor, de um ser humano com mais justiça e
principalmente através dos programas do Rotary que nos dá
oportunidade de fazer tanta coisa para a comunidade.
BSV
– No Governo o que fala mais alto, a noção de empresário ou de
rotariano?
Bill
O'Dwyer
– Olha, os dois. A gente consegue conciliar a noção de empresário
e a noção de rotariano quando as ações, sem mesmo um
planejamento, são focadas na busca de melhorias de condições de
uma comunidade. O que eu tenho feito realmente é trazer para o
estado de Goiás mais investimento e melhores condições para nossas
empresas, e mais exportações, e melhores produtos, o que reflete
diretamente na qualidade do ser humano que está participando desse
sistema onde o empresário e o rotariano se unem para que a
sociedade, a comunidade, tenham uma vida melhor.
BSV
– A reforma na estrutura de governo transformando secretarias em
Superintendências diminuiu a importância desses órgãos, em sua
opinião ou isso é apenas terminologia?
Bill
O'Dwyer
– Só uma questão de terminologia, porque a ação continua a
mesma, o planejamento continua o mesmo, naturalmente mais enxuto, e
os resultados que a gente espera alcançar vão ser ainda melhores,
mesmo contando com uma máquina mais enxuta, com menos colaboradores,
já que houve um corte muito grande nos comissionados e eu acho que
isso nos traz mais desafios para que a gente possa alcançar os
mesmos resultados com condições menores de trabalho.
BSV
– Então isso é possível, com menos recursos se obter um
resultado melhor?
Bill
O'Dwyer
– Sim, isso é mais uma questão de tempo também. Nós estamos
calculando que, para a máquina realmente começar a produzir, nós
temos que ter aí mais uns seis meses. Isso aí nesse ano, o ano de
2015 é um ano de mudanças, um ano de adaptações. E isso aí a
gente acredita que, em 2016, a gente possa ter já uma visão muito
mais ampla e os resultados também mais visíveis desse trabalho de
adaptação que está sendo feito em 2015.
BSV
– Já é possível se apontar é destaque de sua atuação no
primeiro trimestre deste ano?
Bill
O'Dwyer
– Nós continuamos ainda a ter resultados muito bons no comércio
exterior, na nossa balança comercial. E isso aí vem demonstrar que
continuamos no caminho certo. As nossas políticas de atração de
investimentos e apoio às exportações. E quando se fala em apoio às
exportações, nós estamos apoiando as indústrias a produzirem um
produto melhor para que nosso Estado possa exportar mais. Isso aí
tem, nesse primeiro trimestre, comparado com o saldo comercial da
balança brasileira, Goiás tem se destacado. Nós fechamos o
primeiro trimestre com um saldo na balança comercial com quase R$ 1
bilhão. E isso aí demonstra que, apesar de todas as dificuldades
que o Brasil passa, que o próprio Estado possa vir a passar, nós
continuamos reagindo bem.
BSV
– Qual o tamanho do comércio exterior de Goiás?
Bill
O'Dwyer
– O comércio exterior goiano hoje tem quase um mil produtos a
sendo exportados. Temos aí uma parceria com, mais ou menos, 160
parceiros internacionais, ou seja, 160 países e fechamos o ano
passado com quase 8 bilhões de dólares, foi o nosso comércio
exterior, com superávit
de, mais ou menos, 2,5 bilhões de dólares, em 2014. E isso a gente
espera poder manter nesse ano, talvez com alguma dificuldade, já que
o cenário econômico brasileiro se reflete nas exportações com a
alta do dólar, mas o que a gente espera é que possamos superar. Daí
essas missões que o Governo de Goiás tem organizado, e acabamos de
chegar de Portugal, para atrair mais investimentos. Portugal é muito
país muito bem situado na Europa, apesar de conhecermos pouco da
economia lusitana, a gente pôde verificar que há um potencial muito
grande de investimentos também fora de Portugal por ser um país de
área geográfica muito pequena, nós destacamos lá que tem muitas
empresas portuguesas que querem investir no Brasil e Goiás é um
destino que nós fomos apresentar agora. E a Tailândia é a mesma
coisa. Estaremos apresentando o Estado de Goiás em Bancoc, no
próximo mês [maio], e temos aí essas missões já programadas para
a Argentina, Colômbia e Chile, em agosto. Antes, temos em junho, uma
grande missão à Rússia e Polônia, já acertamos com o
vice-governador, e dia 20 de junho estaremos partindo para a Moscou e
teremos um dia, praticamente uma semana dedicada a Goiás, em
setembro, em Nova Iorque. Nossos parceiros lá, a Câmara Americana,
o Consulado Brasileiro, então estaremos promovendo “Goiás Day”,
que será o “Dia de Goiás” em Nova Iorque. E temos também aí
viagens em outubro para participar de uma feira em Cantão, na China,
quando empresários goianos estarão participando também e em
novembro uma missão liderada pelo governador Marconi Perillo à
Alemanha, Holanda e Bélgica. Então aí fecharemos o ano com essas
missões internacionais. Vale falar também de uma pequena missão à
Austrália, onde Goiás estará participando de um seminário sobre
mineração, já que Goiás, hoje, situa-se entre os três maiores
produtores minerais do país.
BSV
– Existe possibilidade de se conseguir algum investimento na área
do comércio exterior para Trindade, por exemplo?
Bill
O'Dwyer
– Trindade é também uma cidade turística, não só do ponto de
vista religioso para o Estado de Goiás, mas o aspecto turístico que
é também importante para a economia cresça, se transforme e dê
mais resultados. Então, o que se espera para Trindade nesses grupos
de atração de investimentos que a gente possa trazer para Goiás,
Trindade também está nessa área de atração. Pessoalmente, quando
se fala em incentivos do Estado para a atração de novos
empreendimentos, Trindade consta, através do bom trabalho que o
Governo tem feito, e o prefeito Jânio Darrot [prefeito de Trindade],
para que a gente possa também chamar a atenção dos empresários,
não só estrangeiros, mas, a nível nacional, para vejam Trindade
como um polo em franco crescimento, com infraestrutura já muito bem
criada e funcionando. Quando se fala em infraestrutura, se olha nas
ligações, ou seja, nos acessos e vamos ver aí o novo aeroporto de
Goiânia que também trará um impulso muito grande a nossa economia
e o aeroporto de cargas de Anápolis. Então, esse eixo
Goiânia-Trindade-Aparecida de Goiânia-Anápolis vai fazer a
diferença no futuro bem próximo.
BSV
– Nessas missões há espaço para algum Trindadense?
Bill
O'Dwyer
– Claro que há. Inclusive a Coming foi agora, o Emílio Bitar,
participou conosco dessa missão a Portugal e deve estar participando
de outras missões. E ele sempre com muito orgulho fala que a empresa
dele está instalada em Trindade. Essas missões são abertas a todo
o empresariado e sempre fazemos os convites através da Federação da Indústria e Comércio de Goiás (Fieg), através
da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), que tem os seus parceiros. Por exemplo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também
participou conosco agora dessa última missão a Portugal. E através
deles é que a gente faz os contatos com as empresas e os
empresários.
BSV
– A economia trindadense já teve como carro-chefe a indústria de
confecções, mas, hoje em dia, o setor de serviços está na
dianteira. Há como inserir Trindade no comércio exterior,
considerando essa característica?
Bill
O'Dwyer
– A moda Goiás, a confecção goiana, já teve um papel mais
preponderante nas nossas exportações mas, há, hoje, um momento
muito grande para que seja novamente um destaque na área de
confecções e Trindade aí se insere, como outros polos, casos de
Jaraguá também. Então há um trabalho da nossa equipe justamente
para que a confecção goiana, principalmente havia no passado a moda
praia goiana, que estava sendo muito exportada para a Europa, a
Alemanha, principalmente. Então, há um interesse muito grande em
retomar essa nossa condição de produtores e exportadores de
confecções, de moda, onde Goiás teve sempre um destaque muito
grande. Há um plano, um planejamento, de voltarmos aos velhos tempos
que um bom porcentual das nossas exportações sejam feitas através
das nossas confecções.
BSV
– Na sua opinião, comércio exterior é a saída para a economia
goiana não embarcar nesse momento de crise?
Bill
O'Dwyer – Quando se fala em comércio exterior,
você vê um momento hoje bem favorável, principalmente quando o
nosso produto se torna mais atraente por estar com um preço mais
baixo, em razão do dólar. E as importações sofrem com isso, com o
aumento do dólar, mas há uma compensação, que você pode produzir
mais, pode exportar mais aí você naturalmente pode importar com
mais recursos para compensar a alta do dólar que realmente já fez
um estrago aí nas nossas importações, como eu digo, são
importações de insumos para a nossa indústria farmacêutica, de
peças automobilísticas para as indústrias da Hiundai, da
Mistsubishi, da Suzuki, que aqui estão, e outros implementos
agrícolas também que a gente importa. Então, tem que haver uma
compensação para que esse superávit que a gente conseguiu o
ano passado seja mantido e nunca um déficit. E agente espera
que com essa compensação, dólar alto e valorização de produtos a
gente consiga realmente compensar esse momento em que a economia
brasileira tem dado sinais de enfraquecimento ou diminuição do
nosso produto interno bruto.
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