Considerações sobre o panorama político de Trindade
Prefeito Jânio não deve
ter vida fácil no seu projeto de reeleição
O jornal Opção afirmou em nota na coluna
Bastidores que o ex-prefeito de Trindade, Ricardo Fortunado (PMDB), alvo de
ações do Ministério Público na Justiça, como, por exemplo, em caso da suspeita
de superfaturamento em licitações, “não vai disputar a Prefeitura de Trindade”
nas eleições de 2016. Pelo jeito o pessoal do jornal parece estar cheio de
certezas sobre a política trindadense, não e verdade? Mas “o tempo não dá tempo
pra ninguém” e em breve saberemos o que fará o ex-prefeito da “Capital da Fé”.
Avancemos sem mais delongas.
No perfil de Alaôr Dorneles de Oliveira no Facebook, recentemente aposentado nos quadros da Secretaria de Estado da Educação, como um dos melhores gestores da rede pública de ensino, por muitos anos à frente do Colégio Estadual Divino Pai Eterno, foi onde vi a notícia em questão. Um adendo, agora o governador Marconi Perillo (PSDB) e sua equipe entendem que a gestão das escolas estaduais deve ser entregue ao pessoal de Organizações Sociais (OS). Pois é, pois é, pois é. Retomemos o curso da prosa, ora essa.
Aqui mesmo neste modesto blog já destacamos várias ações judiciais que estão em curso no poder Judiciário tendo como réu o ex-prefeito Fortunato e um e outro de seus ex-auxiliares. Essas coisas podem, sim, vir a tornarem-se sérios e intransponíveis obstáculos a uma candidatura à sucessão do atual prefeito tucano Jânio Darrot. Isso não é novidade alguma nem muito menos um raciocínio equivocado. Todos sabemos que a Lei da Ficha Limpa está aí justamente para impedir políticos com decisões transitadas em julgado de empreenderem novas candidaturas.
É evidente que o ex-prefeito Fortunato deve contar com bons advogados para lhe defender das ações que pululam no Judiciário em consequência de atos praticados durante o período em que esteve à frente do poder Executivo de Trindade, de 2009 a 2012. E sempre é importante ter muito claro que uma coisa é acusação, enquanto que outra, bem diferente, é ter provado o cometimento de qualquer crime ou infração administrativa. Logo, pode ser que todas as acusações ou até condenações em primeira instância não resultem em quaisquer punições, fazendo com que o ex-prefeito Fortunato continue absolutamente desimpedido para se candidatar a qualquer cargo político.
No perfil de Alaôr Dorneles de Oliveira no Facebook, recentemente aposentado nos quadros da Secretaria de Estado da Educação, como um dos melhores gestores da rede pública de ensino, por muitos anos à frente do Colégio Estadual Divino Pai Eterno, foi onde vi a notícia em questão. Um adendo, agora o governador Marconi Perillo (PSDB) e sua equipe entendem que a gestão das escolas estaduais deve ser entregue ao pessoal de Organizações Sociais (OS). Pois é, pois é, pois é. Retomemos o curso da prosa, ora essa.
Aqui mesmo neste modesto blog já destacamos várias ações judiciais que estão em curso no poder Judiciário tendo como réu o ex-prefeito Fortunato e um e outro de seus ex-auxiliares. Essas coisas podem, sim, vir a tornarem-se sérios e intransponíveis obstáculos a uma candidatura à sucessão do atual prefeito tucano Jânio Darrot. Isso não é novidade alguma nem muito menos um raciocínio equivocado. Todos sabemos que a Lei da Ficha Limpa está aí justamente para impedir políticos com decisões transitadas em julgado de empreenderem novas candidaturas.
É evidente que o ex-prefeito Fortunato deve contar com bons advogados para lhe defender das ações que pululam no Judiciário em consequência de atos praticados durante o período em que esteve à frente do poder Executivo de Trindade, de 2009 a 2012. E sempre é importante ter muito claro que uma coisa é acusação, enquanto que outra, bem diferente, é ter provado o cometimento de qualquer crime ou infração administrativa. Logo, pode ser que todas as acusações ou até condenações em primeira instância não resultem em quaisquer punições, fazendo com que o ex-prefeito Fortunato continue absolutamente desimpedido para se candidatar a qualquer cargo político.
Renovação
Ouvimos
muita gente falar da necessidade de haver mudanças na política e sobretudo na
forma como os políticos exercem os mandatos. A cada dia que passa parece que a
credibilidade de homens e mulheres na política só faz diminuir, e pior ainda,
os motivos estão sim nos próprios políticos. Agora, na prática, é muito difícil
ocorrer mudanças, acontecer o surgimento de novas lideranças políticas trazendo
consigo uma forma diferente de exercer o poder. Não raras vezes até aparece
gente nova, jovens de idade, mas quando assumem nada deixam a desejar aos
políticos velhos de guerra.
Pensando nas eleições municipais do próximo ano, por exemplo, seria bom que surgissem outros candidatos diferentes do atual prefeito Jânio Darrot, do ex-prefeito Ricardo Fortunato e até de gente já conhecida demais de eleições passadas, como novas opções de escolha do eleitorado trindadense para eleger o prefeito, o vice e os vereadores também, mas a realidade é muito complicada. Renovação é coisa que não ocorre por obra e graça do desejo do público votante, depende muito da disposição das pessoas entrarem para a política partidária, vale dizer. E isso não é moleza de maneira alguma.
Tornar-se político implica numa exposição absurda da própria vida da pessoa, de seus familiares e até de amigos mais próximos. Não é fácil lidar com isso não. Recordo-me de ter ouvido de um político bastante experimentado que só do sujeito se filiar a algum partido e anunciar a disposição ou vontade de se candidatar já começa o desgaste do seu nome. Coisas assim espantam muita gente boa da atividade político-partidária, pois acaba sendo um preço alto a ser pago, vale destacar.
Pensando nas eleições municipais do próximo ano, por exemplo, seria bom que surgissem outros candidatos diferentes do atual prefeito Jânio Darrot, do ex-prefeito Ricardo Fortunato e até de gente já conhecida demais de eleições passadas, como novas opções de escolha do eleitorado trindadense para eleger o prefeito, o vice e os vereadores também, mas a realidade é muito complicada. Renovação é coisa que não ocorre por obra e graça do desejo do público votante, depende muito da disposição das pessoas entrarem para a política partidária, vale dizer. E isso não é moleza de maneira alguma.
Tornar-se político implica numa exposição absurda da própria vida da pessoa, de seus familiares e até de amigos mais próximos. Não é fácil lidar com isso não. Recordo-me de ter ouvido de um político bastante experimentado que só do sujeito se filiar a algum partido e anunciar a disposição ou vontade de se candidatar já começa o desgaste do seu nome. Coisas assim espantam muita gente boa da atividade político-partidária, pois acaba sendo um preço alto a ser pago, vale destacar.
Nomes
de sempre
No
cenário político nacional, a propósito, há quanto tempo se ouve falar dos
mesmos caras? Vem eleição, vai eleição, e lá estão nas principais legendas
partidárias quase que as mesmas pessoas de sempre. Surge um novato aqui e
acolá, mas como protagonista mesmo percebemos raras alterações no quadro.
Afinal, Lula (PT), Serra, Alckmin e Aécio (PSDB), Temer, Renan (PMDB) e
companhia limitada estão aí para provar o que estamos dizendo.
A coisa não é diferente nem um pouco se observarmos a política goiana. Lá se vão quase duas décadas que a disputa pelo comando do Governo de Goiás ocorre entre grupos políticos comandados pelo peemedebista Iris Rezende, de um lado, e o tucano Marconi Perillo, de outro. Neste período, evidentemente, pintaram pessoas novas tentando conquistar espaços na elite da política regional, mas não lograram êxito. O jogo aí é sempre pesado, difícil, pouco recomendado para amadores, digamos assim.
Algo bastante semelhante acontece nos municípios, de um modo geral, e em Trindade não podia mesmo ser diferente. “Ah, mas o prefeito Jânio não é político tão velho assim, muito menos o Ricardo Fortunato”, diria alguém. Bem, o Jânio deixou de ser novidade em razão das três eleições disputadas, duas vitórias (deputado estadual e prefeito) e uma derrota para prefeito; Fortunato tem cinco candidaturas (prefeito três vezes, uma vitória e duas derrotas; vitória para vereador e derrota para deputado estadual). Flávia Morais, deputada federal no segundo mandato, dispensa apresentações. Fora desses nomes principais, qual a novidade?
A coisa não é diferente nem um pouco se observarmos a política goiana. Lá se vão quase duas décadas que a disputa pelo comando do Governo de Goiás ocorre entre grupos políticos comandados pelo peemedebista Iris Rezende, de um lado, e o tucano Marconi Perillo, de outro. Neste período, evidentemente, pintaram pessoas novas tentando conquistar espaços na elite da política regional, mas não lograram êxito. O jogo aí é sempre pesado, difícil, pouco recomendado para amadores, digamos assim.
Algo bastante semelhante acontece nos municípios, de um modo geral, e em Trindade não podia mesmo ser diferente. “Ah, mas o prefeito Jânio não é político tão velho assim, muito menos o Ricardo Fortunato”, diria alguém. Bem, o Jânio deixou de ser novidade em razão das três eleições disputadas, duas vitórias (deputado estadual e prefeito) e uma derrota para prefeito; Fortunato tem cinco candidaturas (prefeito três vezes, uma vitória e duas derrotas; vitória para vereador e derrota para deputado estadual). Flávia Morais, deputada federal no segundo mandato, dispensa apresentações. Fora desses nomes principais, qual a novidade?
Claro que há políticos
jovens na cidade, Nélio Fortunato, ex-deputado estadual, o atual vice-prefeito
Gleysson Cabriny, vereadores que estão exercendo o mandato ou mesmo um ou outro
político que atua em Trindade há tempos, por exemplo, mesmo assim o potencial
de renovação na oferta de nomes para a escolha do distinto eleitorado é baixa,
pois falamos de uma população de mais de 110 mil habitantes, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), convém lembrar.
Potencial
Na
prática, é bem possível que iremos assistir, nas eleições de 2016, a uma
reedição da disputa entre grupos políticos organizados em torno de Jânio
Darrot, Os irmãos Fortunato (Nélio e Ricardo) e Flávia e George Morais. Se a
notinha do Opção estiver correta e
Ricardo ficar de fora da peleja, decidindo por lançar seu irmão para concorrer
com Jânio, então vale a pena prestarmos atenção ao desempenho eleitoral desse
pessoal aí, até mesmo para se ter uma ideia do que poderá vir a acontecer
quando os excelentíssimos eleitores “depositarem” os votos em outubro do ano
que vem.
Nas eleições municipais de 2008, Ricardo Fortunato foi eleito prefeito da “Velha Trindade da Fé e do Amor”, com 22.360 votos, representando 43,50% dos votos válidos à época. Seu concorrente, Jânio Darrot, então ficou com 21.092 votos, coisa de 41,03% dos votos válidos. Eis que chegamos às eleições de 2012 e, de novo, Fortunato e Darrot partiram para a briga pela preferência do eleitorado trindadense. Feita a apuração, Jânio deu o troco, vencendo a disputa ao receber 27.174 votos, algo como 44,36% dos votos válidos, enquanto que Fortunato, o Ricardo, ficou com 18.859 votos, quer dizer, 20,79% dos votos válidos.
No auge de sua força política, na metade do seu mandato de prefeito de Trindade, em 2010, Ricardo Fortunato decidiu lançar seu irmão, Nélio, candidato a deputado estadual nas eleições daquele ano. Campanha forte não apenas na “Capital da Fé”, mas em diversos outros municípios resultou numa vitória impressionante dos irmãos Fortunato, alçando-os inclusive à elite da política estadual. Nélio então conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa ao receber 28.290 votos e, destes, 13.372 votos em Trindade mesmo. Mas eis que nas eleições de 2014, Nélio tentou a reeleição para deputado estadual e aí o seu irmão Ricardo já não era mais prefeito, a votação foi minguada, insuficiente, para que um novo mandato fosse conquistado. Nélio recebeu, no total, 11.068 votos, e destes, 6.663 votos em Trindade. A reeleição não aconteceu.
Nome de peso da política goiana, especialmente de Trindade, a deputada federal Flávia Morais pode se decidir por tentar novamente ser prefeita da cidade onde foi a primeira-dama por 8 anos seguidos, durante as gestões de seu esposo George Morais. Por isso, é interessante relembrar aqui o desempenho nas urnas da deputada. Nas eleições de 2010, Flávia obteve 152.553 votos, sendo 24.013 votos apenas em Trindade. Chegadas as eleições municipais de 2012, Flávia tentou ser prefeita, mas recebeu então modestos 15.221 votos, ficando em terceiro lugar naquela disputa.
Ah, sim! Trindade tem um deputado estadual, eleito em 2014, que por sinal é aliado de muito tempo dos Morais. Trata-se do médico Antonio Carlos, que foi eleito com 21.155 votos, tendo recebido desse total, 7.436 votos apenas em Trindade. Ou seja, Dr. Antonio tem um belo patrimônio eleitoral conquistado recentemente e pode sim se animar a entrar na peleja se, claro, contar com o apoio de Flávia e George, por exemplo.
Nas eleições municipais de 2008, Ricardo Fortunato foi eleito prefeito da “Velha Trindade da Fé e do Amor”, com 22.360 votos, representando 43,50% dos votos válidos à época. Seu concorrente, Jânio Darrot, então ficou com 21.092 votos, coisa de 41,03% dos votos válidos. Eis que chegamos às eleições de 2012 e, de novo, Fortunato e Darrot partiram para a briga pela preferência do eleitorado trindadense. Feita a apuração, Jânio deu o troco, vencendo a disputa ao receber 27.174 votos, algo como 44,36% dos votos válidos, enquanto que Fortunato, o Ricardo, ficou com 18.859 votos, quer dizer, 20,79% dos votos válidos.
No auge de sua força política, na metade do seu mandato de prefeito de Trindade, em 2010, Ricardo Fortunato decidiu lançar seu irmão, Nélio, candidato a deputado estadual nas eleições daquele ano. Campanha forte não apenas na “Capital da Fé”, mas em diversos outros municípios resultou numa vitória impressionante dos irmãos Fortunato, alçando-os inclusive à elite da política estadual. Nélio então conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa ao receber 28.290 votos e, destes, 13.372 votos em Trindade mesmo. Mas eis que nas eleições de 2014, Nélio tentou a reeleição para deputado estadual e aí o seu irmão Ricardo já não era mais prefeito, a votação foi minguada, insuficiente, para que um novo mandato fosse conquistado. Nélio recebeu, no total, 11.068 votos, e destes, 6.663 votos em Trindade. A reeleição não aconteceu.
Nome de peso da política goiana, especialmente de Trindade, a deputada federal Flávia Morais pode se decidir por tentar novamente ser prefeita da cidade onde foi a primeira-dama por 8 anos seguidos, durante as gestões de seu esposo George Morais. Por isso, é interessante relembrar aqui o desempenho nas urnas da deputada. Nas eleições de 2010, Flávia obteve 152.553 votos, sendo 24.013 votos apenas em Trindade. Chegadas as eleições municipais de 2012, Flávia tentou ser prefeita, mas recebeu então modestos 15.221 votos, ficando em terceiro lugar naquela disputa.
Ah, sim! Trindade tem um deputado estadual, eleito em 2014, que por sinal é aliado de muito tempo dos Morais. Trata-se do médico Antonio Carlos, que foi eleito com 21.155 votos, tendo recebido desse total, 7.436 votos apenas em Trindade. Ou seja, Dr. Antonio tem um belo patrimônio eleitoral conquistado recentemente e pode sim se animar a entrar na peleja se, claro, contar com o apoio de Flávia e George, por exemplo.
Concluindo
O
fato é o seguinte. O prefeito Jânio é o adversário a ser batido, óbvio. O
exercício do poder traz desgastes, não há como negar. Embora os Fortunatos
tenham saído bastante enfraquecidos, eleitoralmente falando, dos mais recentes
embates políticos, não se pode decretar a “morte” política de ninguém. Agora, é
lógico que Ricardo Fortunato talvez não seja mesmo candidato, principalmente se
houver esses imbróglios judiciais, mas isso é coisa que ainda está por vir.
Já por seu turno, a situação do prefeito Jânio Darrot igualmente inspira cuidados, pois sua administração tem sido alvo de críticas por parte até mesmo de aliados que reclamam do marasmo vivido na cidade. Esperava-se mais de uma gestão do empresário Jânio, eis a verdade. O que se está vendo é, digamos, mais do mesmo. E o pior de tudo, para o atual prefeito, evidentemente, é que se houver uma união desses dois grupos, a coisa pode se complicar demais da conta para o projeto de reeleição de Jânio.
Vai daí que fica incompreensível o prefeito deixar acontecer problemas em sua própria base política, como a recente tomada de comando do PTB pelo seu concunhado e secretário municipal de Transporte e Mobilidade, Altamiro Alves de Carvalho Júnior, o Mirim. Isso poderá resultar em um problemão para sua excelência que deverá tentar, nas eleições de 2016, outros quatro anos de mandato à frente da Prefeitura de Trindade. Bem, mas isso aí já é assunto para outra notinha.
Já por seu turno, a situação do prefeito Jânio Darrot igualmente inspira cuidados, pois sua administração tem sido alvo de críticas por parte até mesmo de aliados que reclamam do marasmo vivido na cidade. Esperava-se mais de uma gestão do empresário Jânio, eis a verdade. O que se está vendo é, digamos, mais do mesmo. E o pior de tudo, para o atual prefeito, evidentemente, é que se houver uma união desses dois grupos, a coisa pode se complicar demais da conta para o projeto de reeleição de Jânio.
Vai daí que fica incompreensível o prefeito deixar acontecer problemas em sua própria base política, como a recente tomada de comando do PTB pelo seu concunhado e secretário municipal de Transporte e Mobilidade, Altamiro Alves de Carvalho Júnior, o Mirim. Isso poderá resultar em um problemão para sua excelência que deverá tentar, nas eleições de 2016, outros quatro anos de mandato à frente da Prefeitura de Trindade. Bem, mas isso aí já é assunto para outra notinha.
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