E por falar em política e políticos deste Brasil de meu Deus...

Adotar nova prática política talvez seja a grande reforma a ser feita na "terra brasílis"



Faz pouco tempo que uma multidão formada por brasileiros e brasileiras tomou as ruas de diversas cidades do País em protesto contra os políticos e suas práticas no exercício do poder. Acho que isso aí ainda não foi totalmente esquecido. Claro que no tocante à crítica popular aos políticos verificada naqueles eventos, nada parece ter sido assimilado ao menos pela maior parte dos homens e mulheres que estão se dedicando à política. Bem, é desse jeito que enxergo as coisas.

Os políticos estão nem aí para o que deles pensam ou estão falando as pessoas. Será que exagero ao dizer isso? Penso que não. Nas eleições do ano passado, por exemplo, o fenômeno das urnas eletrônicas goianas foi o delegado Waldir Soares (PSDB), eleito deputado federal com impressionantes 274.625 votos. O cara ainda nem esquentou a cadeira no Parlamento brasileiro e quer porque quer se candidatar a prefeito de Goiânia, mesmo se para isso ele tiver que sair do atual partido para uma outra legenda que lhe garanta este espaço nas eleições de outubro do próximo ano. Ou seja, o projeto pessoal de sua excelência é prioridade; parece que desempenhar as atividades legislativas para as quais foi eleito não é lá tão importante assim.

Dia desses houve uma reunião de vários políticos de Trindade que estão saindo do PTB e migrando-se para o PP, com o vice-governador José Eliton, até agora enquanto escrevo, presidente dos progressistas de Goiás. O que ocorre neste momento é que o próprio vice-governador está saindo do PP e se filiando ao PSDB com o objetivo de pavimentar sua candidatura à sucessão do governador Marconi Perillo, lá em outubro de 2018.

Num jogo de mexidas muito bem combinadas entre os jogadores, melhor dizendo, políticos, o senador Wilder Moraes está deixando o Democratas para se filiar ao PP na próxima segunda-feira (14), e já vai direto sentar-se à janela, ou seja, assumirá a presidência do partido em Goiás, posto gentilmente cedido pelo vice-governador José Eliton. Fora algumas declarações de contrariedade do deputado federal Roberto Balestra, com muitos anos no PP goiano, ninguém mais reclama. Até parece que a coisa é absolutamente normal.

Dia desses a senadora Lúcia Vânia saiu do PSDB onde esteve por muito tempo disputando, vencendo eleições e exercendo mandatos, inclusive o atual, para se filiar ao PSB e o roteiro deverá ser seguido à risca pelo colega senador Wilder Morais. Lúcia Vânia já chegou por cima e na sexta-feira (11) assumiu a presidência do PSB estadual. Nessa jogada a senadora conseguiu garantias para ser candidata ao Governo de Goiás, em outubro de 2018, ou concorrer novamente à reeleição para o Senado Federal.

Inclusive a respeito do governador Marconi Perillo circulam análises sobre uma possível mudança de partido dele que estaria de olho na possibilidade de disputar eleições presidenciais, pois vem trabalhando bastante na chamada política nacional. E não é segredo que entre os tucanos presidenciáveis há uma lista da qual fazem parte Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. Não é e imagino que não será fácil furar este bloqueio aí não. Por essa razão, qualquer outro tucano interessado em voar na direção do comando Palácio do Planalto convém considerar a possibilidade de buscar espaço em outra legenda. Bem, é desse jeito que os políticos tupiniquins agem.

E talvez seja por isso que suas excelências, os políticos, estejam contando com o descrédito da população, conforme a gente percebe por meio de pesquisas de opinião divulgadas vez por outra ou simplesmente em qualquer conversa com amigos e familiares. Podia ser diferente, mas parece que os caras que estão na política não querem mesmo dar ouvidos ao povo, o distinto público pagador de impostos e eleitor também.

Finalizando, penso que a grande reforma política a ser feita no Brasil tenha a ver com uma nova prática dos homens e mulheres públicos que se oferecem para atuar como políticos. Isso, arrisco dizer, não requer a aprovação de novas leis. É isso aí!


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