Divino Pai Eterno, que carestia!

Impostos, tarifas, preços de combustíveis e gás de cozinha arrancam o couro do trabalhador



Então ficamos na seguinte e desconfortável situação de contribuintes de bolsos esfolados pelo setor público nas três esferas de poder, bem como das estatais tupiniquins. Como está naquela pérola do cancioneiro caipira do bravo povo brasileiro: “A coisa tá feia, a coisa tá preta. Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta”. Misericórdia!

O prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB), sem enfrentar resistência da população local muito menos dos vereadores, reajustou a planta de valores dos imóveis da “Capital da fé”, o que encareceu sobremaneira o Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) e o Imposto Territorial Urbano (ITU), no final do ano passado e a vigência da “dor” foi sentida já neste ano de 2015 pelos trindadenses que possuem ao menos uma casa para chamar de sua ou um lote que ainda virá a se tornar a sede da família.

Todo mundo sabe como é difícil a gente tornar real o sonho da casa própria, não é verdade? Com o fruto do suor do trabalho dos familiares ir assentando tijolo sobre tijolo numa construção, é coisa difícil demais da conta e que costuma sair caro, muito caro. O cidadão comum não consegue favores gratuitos na forma de caminhões de terra ou areia, por exemplo, itens necessários em qualquer construção. É preciso pagar tudo, tudinho da silva. E dinheiro, sabemos todos nós, é um bicho arisco toda vida e que não aceita desaforo.

Bem, mas retomando o rumo da prosa. O Governo de Goiás, sob o comando de Marconi Perillo IV, também do PSDB, salgou bonito as tarifas de água e esgoto, serviço prestado a boa parte dos goianos pela Saneago. Na mesma batida veio a Celg que não teve dó nem piedade do consumidor que não tem outra opção se quiser comprar energia elétrica, é a Celg ou a lamparina e a vela. Exagerei? Credo em cruz, como ficou caro o talão de energia elétrica nos últimos 12 meses! A gente se assusta do todo mês, pois a conta sobe sempre, vive uma espécie de espiral ascendente. A esperança é que, dizem, tudo que sobe um dia cai. Sentemo-nos para esperar mais confortavelmente, né?

Prossigamos com este memorial da triste sina de nós, pobres e espoliados contribuintes brasileiros, goianos e trindadenses “privilegiados” por termos carros ou motocicletas e que somos chamados anualmente a pagar a conta das avenidas, ruas, estradas e rodovias e seus indefectíveis buracos. É que para terminar bem o ano de 2015 o Departamento Nacional de Trânsito (Detran) goiano fez de conta que os bolsos da goianada estão abarrotados e tratou de salgar a cobrança do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), mexendo inclusive no calendário de pagamento do imposto em questão. Ou seja, os contribuintes podem até se queixar ao bispo, mas isso não deve ajudar muito coisa não.

Quando a gente olha o que vem ou pode vir lá das bandas do governo federal a coisa não parece muito animadora não. Afinal, se depender do Joaquim Levy, ministro da Fazenda do governo da presidente Dilma Rousseff PT), teremos em breve é justamente mais uma sangria dos nossos bolsos quase vazios rumo aos cofres do Tesouro Nacional que, à semelhança do saco de ambição, nunca enche o suficiente. O nível da taxa Selic que regula os juros na economia brasileira continua na estratosfera, vale a pena ter isso em mente.

Os preços do diesel, da gasolina e do álcool (etanol) nas bombas dos postos de combustíveis vivem se mexendo para cima, embora de vez em quando o consumidor seja brindado com uma ou outra promoção, o que não alivia grande coisa as aperturas em que vivemos todos. E o preço do botijão de gás, hein? Papagaio! Em Trindade já se fala em R$ 65,00 o botijão de 13 kg! Como tudo que é ruim pode ficar pior, não está fácil encontrar o produto nos depósitos na “Velha Trindade da Fé e do Amor”, neste momento em que escrevemos, e a conversa é a de que teremos que pagar, muito em breve e no barato, R$ 80,00 por um botijão de gás!!! É brincadeira? Se fosse isso seria bom, infelizmente o negócio parece ser sério.

No final de tudo para dar jeito nessa coisa toda, “só Deus com um gancho e Santo Antônio com um garrancho”, como eu ouvia muito dizer por aqui. Logo, o trem é custoso absurdo e com forte tendência a piorar, sobretudo no curto prazo que é justamente no tempo que vivemos.


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