Ganhando a vida nos faróis da cidade
Muita coisa acontece
enquanto o semáforo fica vermelho
Palhaço da Perna de Pau na Avenida Araguaia com a Rua 3, bem na região central de Goiânia. |
E a gente andando pelas
ruas centrais de Goiânia vai percebendo quanta gente está buscando
o pão de cada dia nos cruzamentos das ruas e avenidas dessa jovem
cidade fundada por Pedro Ludovico Teixeira, lá no idos de... Bem, o
caso é que a coisa não está fácil para ninguém, inclusive para o
governo federal, sob o comando da presidente Dilma Rousseff (PT) que
acaba de cortar despesas da ordem de 13 bilhões de reais, pois o
déficit já se encontra nas alturas, e existe uma lei de
responsabilidade fiscal por aí exigindo um certo respeito à meta
ainda vigor que limita exageros nas contas públicas.
Mas voltando ao curso
normal dessa prosa, tem tanta criatura se movimentando nas esquinas,
cruzamentos de Goiânia e região, que não é brincadeira.
Vendedores de tudo quanto é coisa, artistas, malabaristas e ando até
sentindo falta é daquele pessoal que distribui panfletos. Essa
galera virou minoria nos últimos tempos, pelo menos, é essa a minha
impressão que pode estar totalmente equivocada, mas tenho visto mais
vendedores, limpadores de para-brisas e malabaristas em geral que
fazem de um tudo para “vender o peixe” em poucos segundos, o
tempo em que a luz vermelha fica acesa no sinaleiro.
Aqui no centro, no
cruzamento da Rua 3 com a Avenida Araguaia, o sol a pino e um cara
fantasiado de palhaço sobre pernas de pau faz um número para
motoristas, passageiros, motociclistas, pedestres, enfim, quem esteja
passando pelo local onde o espetáculo permanece em cartaz por breve
segundos. Fico pensando que não deve ser muito fácil ganhar a vida
dessa forma não, minha gente, mas trata-se de um jeito bacana, pois
“paga” quem quer e às claras. Bacana isso.
Por sua vez, tem alguns
trabalhadores cuja atuação, principalmente ali no “approach”,
me deixam em sobressalto. Claro que estou me referindo aos caras que
limpam para-brisas nos faróis de Goiânia e região. Sinal fecha, o
carro para e o camarada a uma pequena distância já aponta um
esguicho d'água de uma garrafa, chega feito o raio, vai afastando o
limpador e começa a limpeza com um pequeno rodo equipado com
borracha de um lado e, do outro, espuma, para dar um trato no vidro.
O ruim é que, neste caso, a abordagem dos caras assusta a gente,
principalmente nestes tempos violentos em que vivemos.
Já os artistas,
malabaristas em geral, até nos deixam intrigados. Como é que esse
pessoal consegue tanta habilidade assim? Além disso, a gente até
não se assusta tanto quando eles chegam perto “passando o chapéu”.
Em tempos de revelações escabrosas das ações de gente poderosa
nos subterrâneos de empresas privadas e estatais reveladas pelo
operação Lava Jato, eis aí um jeito, digamos assim, muito
transparante de se conseguir algum dinheirinho “pro leito das
crianças”. É isso aí!
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