Muito barulho que atrapalha a confraternização

Sujeito ou entidades reúnem colaboradores, amigos e familiares para confraternizar e bota o som lá nas alturas atrapalhando o bom e velho bate-papo



Sempre no final de ano a palavra de ordem e confraternizar. É um tal de fazer festinha de grupos de amigos aqui, do pessoal da empresa dali, dos colegas da escola de lá, dos familiares e amigos mais chegados também, enfim, todo mundo se escora em mais essa justificativa (são tantas durante o ano) para sentar-se em volta de uma mesa e comer e beber, não necessariamente nessa ordem. É bom, eu acho. Estar junto a pessoas do convívio da gente faz bem.

Fim de ano, todo mundo falando sobre as dificuldades deste 2015 que vai deixar poucas saudades, se depender do noticiário político, sobretudo, alguns já fazendo suas apostas para o ano-novo, enfim, o tempo é francamente favorável para falar, falar, falar e fazer pouca coisa, basicamente o necessário e estamos conversados. É aquela história, “quem não rezou na vida...”. E este ano já vai indo pela bola 7, vale salientar.

Retormando a conversa aqui, então o período é propício para se reunir, confraternizar, celebrar a vida. Daí o que me irrita nessas ocasiões é estar numa confraternização e o responsável pelo encontro botar o som lá nas alturas como se a gente estivesse ali para ouvir música em grupo. Acho isso uma tremenda falta de educação, uái. O bacana de participar desses momentos é poder conversar numa boa com os demais convivas, não é verdade? Daí, o som alto demais da conta obriga a todos ou a se calar e poupar as cordas vocais ou tentar conversar gritando ou acenando, mesmo que o colóquio esteja se dando com uma criatura humana sentada na cadeira ao lado ou em frente. É terrível isso.

Para essas oportunidades, penso, é preciso oferecer aos convidados, participantes, um ambiente agradável, um somzinho parecido àquele de sala de espera de Clínica Odontológica, sabe? No meu sentir, é extremamente bem-vindo deixar de lado os últimos lançamentos do Axé Music, do Arrocha e que tais. Questão de opinião, claro. Afinal, qual o sentido de se empenhar esforço, inclusive financeiro, para reunir amigos, colaboradores, familiares e colocar um som alto que incomoda e atrapalha demais a interação entre as pessoas naquele exato momento?

Mas tem mais também. As pessoas convidam para confraternização de fim de ano e a galera vai chegando, se servindo de bebida e comida, não raras vezes enquanto rola uma música de gosto duvidoso que não casa bem com o tema da festa, digamos assim, ninguém agradece ou deixa uma mensagem interessante, e pronto. Barriga cheia, pé na areia. Lógico que sempre é de muito bom alvitre restringir a discurseira cansativa, enjoativa, ao mínimo necessário, mas é conveniente, todavia, que o responsável pelo “evento” faça uma saudação aos convidados que se tornaram participantes, não é verdade? Pois então, é isso o que eu penso.

Já estive em vários encontros nos quais a impressão que tive ao término da coisa toda foi a de que as pessoas queriam mesmo era fazer uma refeição acompanhadas de outros indivíduos, vá lá, em grupo, e conversar potoca desmedidamente. Isso é bom também, viu? Aprecio bastante inclusive. A crítica, no caso, é porque se a razão do encontro ali é confraternizar pela passagem de mais um ano de vida e trabalho e estudos, é interessante que a coisa vá acontecendo de forma a se valorizar aquela ocasião na qual seria muito bacana se os presentes conseguissem compartilhar não apenas a comida e a bebida, mas a presença, o contato uns com os outros. Do contrário, basta sentar-se, empanturrar-se, levantar-se, e tchau!

Confesso que agora fico aqui pensando, com tanta coisa quase acontecendo ou acontecendo ou não acontecendo, o impeachment da presidente Dilma a transferência da gestão das Escolas Estaduais neste Goiás do governador Marconi para Organizações Sociais, diga-se, por aí e este blogueiro aqui falando de som alto nas festinhas de confraternização de fim de ano. Faça-me o favor, né?



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