Falando um pouquinho sobre a tal da “gestão compartilhada” que o governo de Goiás quer porque quer implantar nas escolas públicas
Onde os gestores das “Organizações Sociais qualificadas” atuavam e quais os resultados produzidos naqueles empreendimentos, fico pensando...
Tenho
acompanhado a algaravia provocada pelas discussões a respeito da
implantação da tal de gestão compartilhada das escolas estaduais
por parte do Governo de Goiás, sob o comando do governador Marconi
Perillo (PSDB) pela quarta vez à frente da “Máquina do Estado”
dos goianos. Propaganda governamental em cartaz nos meios de
comunicação tenta convencer os distintos pagadores de impostos e
usuários da rede oficial de ensino público da "Terra Goyazes" de que
assim que as Organizações Sociais (OS, para os mais chegados)
assumirem a gestão das escolas a qualidade do ensino ali oferecido
será tipo assim “padrão Fifa” ou ao nível dos estabelecimentos
privados de ensino do País.
É
bem possível que este blogueiro aqui esteja redondamente enganado,
mas penso que as escolas privadas é que deveriam acelerar o passo
para alcançar a qualidade do ensino dos estabelecimentos de ensino
públicos. Claro, isso se estivéssemos em ambiente, como direi, de
normalidade. Mas a propaganda do governo goiano em defesa da
implantação deste novo modelo de gestão enaltece justamente o
contrário, afirmando que a rede privada de ensino produz melhores
resultados em termos de qualidade, se comparada ao que realiza a rede
pública. Então, é para lá que devemos ir, ora pois. Ou seja, o
próprio governo afirma que presta um serviço de qualidade inferior
à freguesia que não pode pagar mensalidade nas escolas particulares
para os seus filhos.
Costumamos
trabalhar com aquela velha noção segundo a qual ao Estado cabe
ofertar à população serviços da melhor qualidade sobretudo nas
áreas da Educação, Saúde e Segurança, não é verdade? O pessoal
chama isso de atividades típicas do Estado onde a universalização
do atendimento deveria garantir o acesso do povo a um patamar de
dignidade para gente de todos os estratos sociais da União, dos
Estados e dos Municípios. No entanto, os atuais detentores do poder
em Goiás enxergam a coisa de outra forma, pois já passaram a gestão
de hospitais públicos para OS e não é segredo para seu ninguém,
que a intenção é fazer o mesmo em escolas e até em presídios no
território goiano. Pois é, pois é, pois é.
Todo
mundo sabe que alguns hospitais públicos em Goiás estão sendo
geridos por OS. O Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), o mais
famoso deles, é usado como principal peça de propaganda deste
modelo. Dizem que os serviços prestados naquele estabelecimento
melhorou absurdamente em consequência da gestão da OS que
administra aquele centro de Saúde para onde se dirigem milhares de
pessoas todo santo dia. Convém salientar que a situação ali era
ruim demais da conta e qualquer melhoria representa muita coisa.
Contudo, vamos dar “continuidade ao prosseguimento” como diria a
dupla Vira & Mexe.
Agora,
sabe o que intriga nisso tudo, internauta que uma vez ou outra acessa
este espaço? É o seguinte. Na argumentação oficial a qualidade do
ensino das escolas públicas é inferior ao que se verifica nos
estabelecimentos privados por causa da gestão, segundo diagnóstico
da equipe do governo Marconi Perillo. Tanto é assim que há peça
publicitária afirmando, vale a pena repetir, que assim que a gestão
compartilhada for implantada nas escolas públicas a qualidade vai
ser igualada àquela das “melhores escolas privadas” dos país.
Acho que estou sendo coerente com o que está dito na propaganda do
governo tucano de Goiás.
Pois
bem, quem são as pessoas, homens e mulheres, que integram essas OS
que irão assumir a gestão das escolas estaduais e farão, digamos,
a mudança da água para o vinho, em se tratando de qualidade do
ensino? Onde esses gestores tão competentes assim, ao menos na visão
da equipe do atual governo, estavam atuando enquanto a qualidade do
ensino público nos estabelecimentos goianos caía, caía e não
levantava nunca? Quer dizer que excelentes gestores estavam por aí,
no mercado, administrando, quem sabe, outros empreendimentos que
devem ter resultados fenomenais para apresentar, e decidiram se unir
agora na formação de uma dessas “OS qualificadas” e atuarão
sem fins lucrativos, para, doravante, cumprir a honorável missão de
proporcionar a redenção do ensino público em Goiás? É isso mesmo
ou não entendi patavina do debate em curso?
Então,
meus queridos e minhas queridas, é justamente por essas e outras que
estou obrigado a confessar-lhes sentir cócegas de repetir o saudoso Bussunda, dizendo: - Fala sério, Gente!
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