Ruas e avenidas cada vez mais estreitas e com asfalto de qualidade inferior
Melhorar
a qualidade do asfalto nas cidades brasileiras, Trindade também, eis
um belo desafio aos prefeitos que serão eleitos neste ano
Avenida Dom Prudêncio, Setor Sul, em Trindade: Ilha grande demais, desproporcional às dimensões das pistas de rolamento. |
Olhe
a foto bem no alto deste post, internautas. Reparou no detalhe
da desproporção entre as pistas de rolamento e a ilha? Então, isso
é desse jeito mesmo na Avenida Dom Prudêncio, Setor Sul, em
Trindade, Goiás. Aquele espaço todo bem que poderia ser uma bela e
ampla Avenida, ouso acreditar. Porém a coisa não é bem assim. Ilha
exageradamente grande para pistas estreitas, é o que se tem para o
momento. Ah, sim! Exemplos iguais a este são facilmente encontrados
na “Capital da Fé”. Os prefeitos ao longo dos tempos têm
demonstrado preferência por estreitar ruas e avenidas, parece.
Para
quem duvida é só observar um tiquinho os novos loteamentos e
bairros residenciais surgidos em épocas recentes, para se constatar
que a moda é dar o mínimo espaço para ruas e avenidas, reduzindo
ao máximo as dimensões dos lotes. Assim os caras conseguem
maximizar o aproveitamento da área total fatiada. Essa prática deve
estar rendendo uma boa grana para os empresários do setor
imobiliário, em geral, e muito particularmente, aos donos das
terras. Ao menos é a impressão que se tem.
Mas
convém prosseguir e retomar o ponto principal que vem ao caso, ao
menos para esta postagem aqui. É o seguinte. Fazendo ruas e avenidas
cada vez mais estreitas isso facilitaria o trabalho para a Prefeitura
Municipal, responsável por asfaltar uma maior quantidade de vias
públicas. Bem, ao menos tem sido este o raciocínio perceptível na
base da atual prática. Faz até um certo sentido porque os recursos
são sempre escassos, não é verdade? Fosse isso mesmo será que não
daria então para melhorar a qualidade da pavimentação aplicada por
aí? Será?
Se
resolveram encolher as dimensões de ruas e avenidas da cidade essa
“economia” bem que poderia ter sido aplicada na qualidade do
trabalho feito. Mas uma ligeira observação na pavimentação
asfáltica, não apenas em Trindade, diga-se, é suficiente para se
perceber que as coisas vão mal neste aspecto. Tem lugares que o
pessoal nem bem termina de aplicar o asfalto novo, vem uma chuvinha
qualquer, e pronto, lá está feito o estrago, agravando a situação,
pois o material some, dando lugar a uma buraqueira horrorosa. Os
custos com a mão-de-obra e material, em tempo, produzem furos
diversos no Orçamento da Prefeitura por onde escoam dinheiro
público, vale lembrar. Desse modo, seguimos nossos caminhamos, nos
deslocando pelas cidades brasileiras e goianas, sobre duas, quatro ou
mais rodas, passando por buracos, crateras e afins.
E
o pior também são essas famigeradas “operações tapa-buracos”
a que assistimos entra ano e sai ano, aqui e alhures. No geral, a
espessura do asfalto, por ser tão fina, desaprece facilmente e dá
lugar aos buracos por onde precisam trafegar todo tipo de veículos
incessantemente transportando pessoas e mercadorias de um lado para o
outro. E nisso de tapar buraco em asfalto mal feito muito dinheiro
vai sendo gasto sem resolver definitivamente o problema.
Pensando
a respeito dessas coisas “miúdas”, lembrei-me de que numa certa
ocasião, deve ter aí uns 23 anos, o então presidente Fernando
Collor de Mello afirmou que “se comparados com os carros do mundo
desenvolvido, os carros brasileiros são verdadeiras carroças”.
Deu um quiproquó danado. Quem duvida é só dar uma espiada aí no
Google. Bem, a indústria automotiva se mexeu e os carros
“produzidos” (montados, né?) no Brasil evoluíram demais da
conta. Claro, a galera que não é boba nem nada, obteve favores
governamentais, incentivos fiscais, alíquotas diferenciadas etc e
tal para fazer carros melhores do que as “carroças” criticadas
por Collor de Mello.
Nesse
ínterim, de lá até os dias de hoje, o que os gestores públicos,
por sua vez, conseguiram fazer em termos de pavimentação asfáltica?
Agora temos carros bacanas, com tecnologia de ponta, rodando em ruas
e avenidas não raras vezes esburacadas ou com uma qualidade digna
das “carroças” daqueles nem tão longínquos assim anos de 1990.
Falamos do milênio e do século passados... Eis aí um desafio “de
responsa” para os prefeitos dos 5.570 municípios brasileiros da
atualidade e que serão eleitos em outubro deste ano: melhorar a
qualidade do asfalto das ruas e avenidas das cidades, de Trindade
inclusive, ora pois. Eita que isso seria uma bela façanha, senhoras
e senhores. Quem se habilita?
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