Jânio Darrot teria decidido não se candidatar à reeleição para prefeito de Trindade

Noticia pegou de surpresa apoiadores e observadores da política trindadense

O mais recente tititi da política trindadense tem a ver com a possível desistência do prefeito Jânio Darrot (PSDB) de tentar a reeleição, agora no pleito de 2 de outubro deste ano. Claro que a notícia surpreendeu os observadores da política local e principalmente os apoiadores do chefe do Executivo de Trindade. Gente muito próxima ao prefeito tem falado dessa decisão e os bastidores políticos da "Capital da Fé" ficaram agitados por causa dessa novidade. Com o afastamento, o candidato da base aliada Jânio-Marconista no município seria o vice-prefeito e tucano também, Gleysson Cabriny.

A confusão não deve ser pequena doravante, pois já havia uma quizila entre vários líderes políticos que apoiam Jânio Darrot para a prefeito, mas discordam do nome do vice, manifestando a contrariedade pela manutenção da chapa sem que houvesse uma ampla discussão na base para a definição dos concorrentes a mais 4 anos à frente da Prefeitura Municipal. Se Jânio realmente cair fora, o jogo por ali deve ficar zerado, não é verdade? Daí, outros caciques deverão pensar e repensar a viabilidade de uma aliança que já conta com mais de 15 legendas. O risco de haver uma debandada é real.

Recordar é viver, numa certa altura na definição de candidaturas, lá em 2012, o então deputado estadual Jânio Darrot, falou que não seria candidato a prefeito e, no entanto, acabou que todo mundo deixou o dito pelo não dito e o empresário bem-sucedido concorreu e venceu a disputa. Será que ele agindo assim novamente está apenas gerando um "factóide" político na "Velha Trindade da Fé e do Amor?" Esse tipo de coisa, nunca é demais observar, pode enfraquecer o próprio exército, desmotivar o pessoal também, é preciso avaliar direitinho, o que agora já é tarde pois a notícia vazou.

Teria havido uma reunião de cúpula entre o prefeito Jânio Darrot, Gleysson Cabriny, vice-prefeito, e Padre Robson de Oliveira Pereira, homem forte da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), na noite de ontem. No encontro, segundo pudemos apurar, teria ficado acertado esse afastamento de Jânio Darrot da disputa que o pessoal está aí comentando. Agora, que isso pode muito bem ser uma espécie de balão de ensaio, lá isso pode mesmo. Ou seja, fala-se que Jânio não concorrerá e, em seu lugar, será fulano de tal, no caso, o vice Cabriny. Aí é só observar a reação, havendo boa receptividade, o negócio pode se consolidar, do contrário, há sempre a possibilidade de se encenar aquele retorno atendendo o "clamor de toda a base de sustentação política". Algo tão novo quanto deve ser o rascunho da Bíblia, diga-se.

Conversando com um arguto observador da política local, fui chamado a atenção para o seguinte aspecto. Quanto mais candidaturas a prefeito houver neste ano, melhor para o prefeito Jânio Darrot, argumentou o meu interlocutor. Talvez ele, Jânio, esteja falando que desistiu para animar mesmo a consolidação de mais concorrentes, evitando que os adversários se unam em torno talvez de um só nome, polarizando a disputa, dificultando sobremaneira a campanha que já não deve ser fácil para ninguém. É interessante esse raciocínio que só mostra que não há bobo envolvido em política, mesmo entre os observadores da cena.

Existe aí um outro aspecto que vale a pena ser levado em consideração. A questão financeira, evidentemente. Custear uma campanha eleitoral em Trindade não custa barato não, senhor. Nos bastidores, fala-se em cifras absurdas para gente feito este blogueiro que não sabe nem o que é ter um milhão de reais diante dos olhos e ao vivo. Pois então, segundo alguns políticos já acostumados a disputas assim, os gastos este ano deverão rondar a casa dos 10 milhões de reais. Acho isso um número espantoso, mas quem sou eu para contestar.

Por se tratar de um empresário rico, com negócios espalhados pela indústria de confecções, comércio e a pecuária, Jânio Darrot é tido como um político que se auto-financia. Isso até poderia ser benéfico para lhe garantir independência, mas é de se imaginar, por seu turno, a quantidade de pedidos de apoios que deve ouvir, sobretudo dos caras que se auto-proclamam "lideranças" e potenciais candidatos a vereador. A pedição aí não deve ser brincadeira. Por essa razão, talvez anunciar a desistência da candidatura à reeleição tenha o objetivo de buscar uma diminuição no nível de pressão neste sentido. Tudo é possível em política.

O fato é que tem mais gente de olho na Prefeitura Municipal de Trindade, casos do ex-prefeito Ricardo Fortunato (PMDB), o deputado estadual Antonio Carlos, o Dr. Antonio (PR) e a deputada federal Flávia Morais (PDT), políticos com mais, digamos, musculatura para uma disputa de verdade. Além desses nomes, convém lembrar ainda que os ex-vereadores Alexandre Compleite (DEM) e Marcelo Curicas (PRB) igualmente acalentam o sonho de vir a ser prefeito da "Capital da Fé", embora estejam algo solitários demais da conta em partidos pequenos. E na vida, especialmente na política, uma andorinha só não costuma fazer verão. Todavia se existe uma atividade em que o impossível não raras vezes acontece, é na política, sobretudo neste Brasil de meu Deus.

Tentamos contato com o prefeito Jânio Darrot mas até o fechamento dessa nota não obtivemos resposta. Aguardemos mais um pouquinho para sabermos se a conversa tem fundamento e ele realmente está se retirando do páreo ou, conforme dissemos acima, trata-se apenas de conversa de político mesmo. É isso aí! Mais não digo nem me foi perguntado.