Sobre a demora nas entregas via Correios em Trindade
Baixa
quantidade de carteiros no município é uma causa dos atrasos
Correios em Trindade: Usuários fazem fila em garagem de motos. |
Na
tarde desta quarta-feira (8) precisei ir até à unidade dos Correios
em Trindade, ali na Rua dos Araújos quase esquina com a Avenida
Manoel Monteiro, Centro. Depois de esperar por dias a fio a chegada
de um documento em minha casa e nada disso acontecer, a saída foi
dar uma espiada no local de onde os carteiros partem para entregas. O
lugar atende ao público apenas das 13h às 16h, de segunda-feira à
sexta-feira. E a demanda ali tem sido grande, com viés de alta, ou
seja, há sempre uma fila por lá.
Vale notar, em tempo, que o local não é adequado para atendimentos. A fila é formada na parte externa de onde fica o guichê. Na verdade é uma garagem das motocicletas utilizadas pelas carteiros. Os usuários vão formando a fila enquanto os carteiros e suas motos permanecem no entra-e-sai intenso naquele lugar inapropriado para a realização de atendimentos ao público.
A
propósito de filas, permitam-me uma espichadazinha no assunto, como
tem gente folgada neste mundo. Nesses lugares sempre aparecem uns
espertinhos com crianças de colo no braços e na maior cara dura
passam na frente de quem está ali aguardando sua vez de ser
atendido. Tem também um e outro que gosta de tumultuar, falar alto,
xingar o funcionário, na tentativa de obter atendimento mais rápido
para si. Prática condenável, logicamente. Bem, mas retomemos o rumo
da prosa para terminarmos logo isso aqui.
Atualmente,
de acordo com informações obtidas junto a uma fonte na própria
estatal, há apenas 14 Carteiros efetivamente trabalhando no momento,
mas o quadro da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) na
“Capital da Fé” conta com 26 estafetas. Convém salientar que hoje os profissionais dos Correios devem entregar poucas cartas e telegramas (alguém ainda usa isso?) ao passo que o grande serviço mesmo são as entregas de uma lista imensa de produtos, mercadorias. Claro que o contingente
é pequeno para atender às necessidades da população de Trindade,
que gira ao redor de 117.454 habitantes, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e certamente é disso
aí que decorrem os atrasos nas entregas a cargo da empresa.
No
geral, os órgãos que realizam atendimento ao público estão
trabalhando com baixo efetivo, algo perfeitamente visível a olho nu.
É necessário que os gestores da alta cúpula das estatais e
empresas públicas encarem sem mais delongas a questão urgente da
recomposição da força de trabalho das unidades cujos serviços são
relevantes para os usuários e, detalhe, só podem ser obtidos em
órgãos específicos. A população como um todo precisa e merece
usufruir bons serviços públicos, o que não combina nem um pouco
com filas longas e atendimento demorados. Mais não digo nem me foi
perguntado.
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