A definição de coligações proporcionais é complicada

Pessoal do PP de Trindade não achou interessante compor um “chapão” com os tucanos



Talvez o trabalho mais difícil a ser feito em qualquer convenção partidária seja a definição das coligações proporcionais, em se tratando de eleições municipais, isso tem a ver com a chapa de vereadores. A coisa é intrincada toda vida.

E deu xabu lá pelas bandas da convenção tucana porque o pessoal do PP, que pretende se candidatar a vereador, não é bobo nem nada, achou melhor evitar coligar-se com o PSDB, PSD e PT do B, compondo um chapão com trinta e poucos nomes, ao sabor do que pretendiam os poderosos “senhores da guerra” do comando peessedebista. Na prática, fazer isso significa cortar candidatos para caber representantes de todas as legendas.

Ah, resolve-se isso com todos cortando na própria carne. É, mas no caso, a perda maior ficaria por conta dos pepistas que atraíram para suas fileiras nomes suficientes até para encarar em chapa pura a disputa. Segundo dirigentes do PP de Trindade, “a legenda tem, no mínimo, 18 nomes dispostos a concorrer para vereador”. Para se formar o tal do “chapão”, o partido que mais cortaria nomes seria justamente o PP. Aí os caras estrilaram, como se costuma dizer, “botaram os pés na parede” e a coisa travou.

Além do mais, na chapa tucana há diversos atuais vereadores querendo se reeleger e a disputa com essa galera aí costuma não ser fácil. Lógico, o sujeito já está no poder, é mais conhecido pelo eleitorado, já criou uma relação com os líderes partidários, enfim, descobriu o caminho das pedras. Simplesmente ir se aliando assim pode não ser, eleitoralmente falando, um bom negócio ou a melhor decisão a ser tomada.

Sempre bom notar que o partido ou coligação precisa atingir o quociente eleitoral, resultado do número de votos válidos dividido pela quantidade de vagas (nas eleições de 2012 essa conta ficou em 3.619 votos) para se eleger um vereador aí. Tem outra continha a ser feita, o tal do coeficiente partidário, o número de votos válidos obtidos pelo partido ou coligação dividido pelo quociente eleitoral. Ou seja, muitas vezes o camarada topa fazer parte de uma coligação sem estudar direitinho onde está entrando e termina bem votado, mas acaba só ajudando, com seus votos, a eleger uma outra “figurinha carimbada”.

Claro que isso é tudo muito arriscado para todo mundo, todos os candidatos, mas os neófitos em disputas eleitorais e aqueles que não têm estreitas relações com os caciques políticos, normalmente sofrem mais para conseguir um assento na Câmara Municipal. Vejamos o que os mandachuvas decidirão a respeito dessas chapas para vereador. É isso aí!


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