Reforma previdenciária vai dificultar o acesso dos segurados aos benefícios
Falam em reforma previdenciária priorizando apenas o lado do acesso do segurado aos benefícios, esquecendo-se o aspecto do financiamento do sistema
Leio
na edição de hoje do jornal O Popular matéria sobre a
Previdência Social, que transcrevo na íntegra, a seguir:
Reforma
da Previdência será integral aos menores de 50 anos, diz governo
A
proposta de reforma da Previdência Social deve definir que
trabalhadores com até 50 anos de idade terão de aposentar com uma
idade mínima de 65 anos, no caso de homens e, e possivelmente de 62,
para mulheres.
Para
quem estiver acima desta faixa etária, haverá uma regra de
transição.
O
ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirma que, neste período de
transição, ainda será negociado de quanto deve ser o pedágio para
que o trabalhador possa se aposentar, de 40% ou 50%.
Ou
seja, se um trabalhador estiver a um ano da aposentadoria, ele teria
de esperar mais seis meses para ter o benefício.
Segundo
Padilha, esta regra de transição deve durar 15 anos para
interromper a trajetória de crescimento elevado do déficit da
Previdência, que neste ano vai chegar perto dos R$ 150 bilhões.
No
caso das mulheres, a ideia do governo é que, no final do período de
transição, a idade de aposentadoria delas seja a mesma dos homens.
Este ponto, porém, ainda está em negociação. O presidente Temer
já disse ser favorável que as mulheres tenham uma pequena
diferença, de dois a três anos, na idade requisitada para
aposentadoria em relação à dos homens.
O
governo só deve enviar ao Congresso Nacional a proposta de
Previdência depois do julgamento do impeachment da presidente
Dilma Rousseff, previsto para começar no dia 29 de agosto e terminar
no máximo no dia 2 de setembro. A expectativa é começar a discutir
a medida ainda neste ano, mas a equipe de Temer sabe que a aprovação
ficará para o próximo ano. As centrais sindicais são contra uma
fixação da idade mínima para a aposentadoria.
Comentário
Para
funcionar e manter-se de pé, o sistema previdenciário brasileiro,
como qualquer outro, tem receitas e despesas. O pessoal que defende a
reforma previdenciária o faz apenas da ótica das despesas, o
pagamento dos benefícios aos segurados. Na verdade, reforma parece
ser uma tentativa de retardar ao máximo possível o acesso dos
segurados a aposentadoria, em especial, e também a auxílio-doença,
de duração temporária, mas que pode levar à aposentadoria por
invalidez. Do lado do financiamento do sistema a gente não ouve
ninguém dizer nada a respeito. Só lembrando que o trabalhador paga
direitinho a parte que lhe cabe nessa conta com descontos
religiosamente em dia em seu contracheque.
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