Permitam-me cometer aqui uma patriotada neste 7 de Setembro
Olhando
nossa realidade acredito que a democracia brasileira está
consolidada e cabe ao povo trabalhar para melhorar este país,
desconfiando de salvadores da pátria
Hoje
é Dia da Independência do Brasil, Feriado Nacional. Os
trabalhadores, em sua maioria, estão em casa curtindo esse merecido
descanso. Seria melhor, penso eu, se o povão estivesse nas ruas,
avenidas e praças das cidades deste País comemorando ou celebrando
a efeméride cívica, sei lá. Deve dar no mesmo. O fato é que
estamos vivos e bem. Poderíamos estar em melhores condições? É
lógico e evidente que sim. Mas é o que temos para estes 194 anos em
que este Brasil de meu Deus se tornou independente de Portugal.
Ao
contrário do que muitos andam a dizer por aí, a democracia
brasileira vai bem e está consolidada. Pelo menos, na minha opinião
que vale muito pouco diante da afirmação inclusive do presidente da
República, Michel Temer (PMDB), para quem “a democracia brasileira
está mais ou menos consolidada”. Não só o atual chefe da Nação
pensa assim, como também inúmeras outras criaturas melhor
aquinhoadas de inteligência, cultura, prestígio, dinheiro e poder
do que este blogueiro, pensam do mesmo modo. Data venia, discordo.
Vou na contramão.
Olha,
depois daquela ditadura militar, cujo marco é o dia 31 de Março de
1964, os brasileiros foram se reencontrar com a democracia no final
dos de 1980, quando voltamos a ter eleições gerais, com voto direto
e de dois em dois anos estamos aí às voltas, como agora, com
pleitos para escolhermos desde o presidente da República até os
vereadores. Há imperfeições, defeitos, erros a serem corrigidos,
mas temos liberdade para nos expressar e nos posicionar politicamente
como bem entendemos e isso não tem preço, uma vez que possui um
valor inestimável.
Tivemos
já dois processos de impeachment de nada menos do que o presidente
da República por duas vezes, com Collor de Mello e agora, no mês
passado, com a presidente Dilma Rousseff. E daí? E daí que foram
seguidas as regras estabelecidas para estes casos que estão
capitulados na Constituição Federal, numa lei específica, bem como
em verdadeiro manual de procedimentos traçados por ninguém menos
que o Supremo Tribunal Federal (STF), o guardião do texto
constitucional. E o que ocorreu mesmo? Uái, ainda há gente
contrariada com a medida, acusando golpe daqui e dali em
manifestações que não raras vezes até descambam para a violência,
mas o grosso da população assimilou a decisão e a vida vai
seguindo.
Temos,
sim, ainda muita coisa para ser melhorada, em termos de
desenvolvimento socioeconômico, para citar apenas isso aqui, mas é
bobagem perdermos tempo nos depreciando, achando que alguém, uma
pessoa física ou instituição qualquer, virá, como dizem, “passar
o Brasil a limpo”, solucionando todos os nossos problemas. Não,
isso é tarefa para um povo inteiro e não trabalho ou missão algo
divina que um camarada poderá realizar sozinho, no papel de herói
dos brasileiros. O tempo vai passando, a gente está percebendo que
na vida real não existem mocinhos e bandidos e se quisermos de
verdade construir uma grande nação, teremos que trabalhar, e muito,
para tanto.
Para
terminar essa notinha, quero dizer que concordo com o Nando Reis
quando canta que “O mundo é bão, Sebastião”, porém o negócio
aqui parece ser um tantinho mais complicado do que em outros lugares,
porém vale lembrar que há países com dificuldades bem maiores do
que as enfrentadas por nós em nosso cotidiano. Então, prefiro
acreditar que o nosso trabalho de construir no dia a dia um País
melhor para se viver ficará mais leve se acreditarmos nessa bondade
e seguirmos adiante sem jamais levar a sério essa conversa de
salvadores da pátria. E por isso mesmo, reafirmando o que acabo de
afirma, arrisco um “Viva o Brasil e Viva o Povo Brasileiro!!!” E
tenho dito!
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